"Frankly my dear, I don't give a dam(n)!"
( Toy Dolls meet Gone With The Wind)
"(...) chegara a hora de enrolar o papiro dos acontecimentos do dia, com todos os seus problemas, impressões, tristezas e alegrias." Virginia Woolf


Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis. Auto Retrato, Natália Correia (neste dia, deixo-te as palavras de uma ilhoa)

Eu nunca tinha ouvido falar de Manfred Karge. Mas quero ler-lhe os textos - e guardá-los, que sou possessiva em relação aos textos guardados em livros - que raramente consigo dar .
Depois de suar as estopinhas, rezar às anjinhas e implorar à senhora da bilheteira, lá consegui os bilhetes* para a Orquídea Branca. Em terra acusada de desprezar tudo o que tenha que ver com contemplação (no caso, é favor apurar o ouvido), a verdade é que esta produção tem casa quase cheia nas várias apresentações que ainda estão por cumprir. Restam alguns poucos bilhetes desgarrados, abandonados à sua sorte. A quem não queira deixar passar a oportunidade, recomenda-se paciência e um olhar ao estilo S. Bernardo, a fim de comover os corações emperdenidos das salas quase cheias. "Good night and... good luck."

