adormeci com o rádio ligado: a música não me incomodava o sono. Depois, vi-me deitada no chão, sobre uma manta dobrada em quatro. E eu, agarrada ao telefone, falava, falava. Debitava pensamentos dolorosos, risos, suicídios intelectuais e afins, também partilhava silêncios. Às tantas, incerta da sua resistência à minha inconstância verbal, chamei-lhe o corpo só para ter a certeza que ele ainda vivia do outro lado da linha telefónica. Segundos depois os Prodigy berravam pelo telemóvel arrancando-me do sonho. Horas mais tarde, confessei-lhe que sonhara que ele adormecera com as minhas histórias e estorietas.
domingo, 14 de dezembro de 2008
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