domingo, 27 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um Ministério à Beira (?) de Um Ataque de Nervos

Nos últimos dias, tod@s @s professor@s que têm 3 meses de férias começaram-nas com as vigilâncias aos exames (nacionais e/ou de equivalência à frequência). Estas pessoas que começam a veranear muito cedo dentro de salas de aulas solarengas (enquanto o resto do País continua a trabalhar para @s sustentar), deparam-se com suposições que raiam a loucura por parte do órgão decisor (leia-se Ministério) e respectivos sucedâneos (comissões, inspecções e outros que tais) É que estas pessoas que dão aulas e que ao longo do ano são tratadas como malandr@s desejos@s de prejudicar o mais possível @s seus/suas alun@s (o trauma das retenções, as grelhas e justificações multiplicadas até à exaustão para garantir que estes patifes não lesam @s estudantes) são @s mesm@s que, por altura das vigilâncias, são suspeit@s de querer beneficiar a torto e a direito @s mesm@s examinand@s que tentaram tramar ao longo do ano (basta ler as normas de vigilância e as recomendações da famosa inspecção para perceber que esta hipótese é uma obsessão).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Menina da Rádio

Não sou. Não será por não tentar, mas a TSF-Madeira é insuportável, com a mania de passar os noticiários apenas nos intervalos dos anúncios (des)animados pelos inenarráveis "bilhardeiras" (não, não é engano meu. É uma dupla de marmanjos que acha que tem piada ao estereotipar duas mulheres "do campo"). É-me totalmente incompreensível o fascínio por tanta falta de talento. Gostamos mesmo de privilegiar a mediocridade.

Boa Semana

domingo, 20 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Memorial

 Gravura de 1709 (roubada aqui)


"Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda."
Memorial do Convento

Mulher não sou (como as mulheres traem as mulheres)

 (Paula Rego)

Tem um aspecto impecável e regras de etiqueta milimetricamente interiorizadas. É uma mulher de homens, confissão feita a quem a quiser ouvir. Defende-os com unhas e dentes, desculpabilizando qualquer assomo sexista "dos meninos". São a-do-rá-veis, excelentes companheiros apesar das verbalizações medievais. Problemas de expressão, segundo ela. No fundo, bons pequenos, maldosos para as mulheres em geral, derretidos por algumas em particular (até ao dia) - e é o que interessa, não é?
Nunca lhe ouvi um elogio "às meninas". Essas passam despercebidas a não ser que se destaquem escandalosamente pelas saias justas ou os calções indecorosos que provocam os queridinhos.Ontem, por entre sorrisos, dizia que as mulheres são péssimas na estrada. Sempre que vê asneiras,  diz comentar com o queridíssimo marido: "de certeza que é mulher. E é. E é.", conta despudoradamente por entre riso, como se não tivesse consciência das implicações da brincadeirinha.
Não há mesmo paciência para a verborreia sexista embrulhada em etiqueta e bons costumes.

Capacidade de síntese

Aqui. Nem mais.

Deco? E então as declarações do Queiroz?

A repetição de nomes é nefasta, já o defendia Isabel Allende em A Casa dos Espíritos. A nossa história recente assim o confirma: o desgosto que tenho sobre Sócrates é conhecido. Desta feita, não me afecta tanto. O futebol, para mim, só é poesia quando dito pelo Fernando Alves* (também eu, também eu).
Evoco esta questão da repetição dos nomes por causa do seleccionador nacional; as declarações do senhor Queiroz (quase Queirós - que julgava eu que a grafia era idêntica) depois do jogo deixaram-me envergonhada, quando insinuou que a Costa do Marfim foi beneficiada porque é uma equipa africana. Não passaria o mesmo pela cabeça do senhor se eventualmente o Mundial decorresse num País europeu: de que qualquer equipa europeia seria beneficiada em detrimento das restantes. De modo que apenas me ocorre uma ilação: de que para este senhor vale tudo para safar a má prestação (diz quem viu), mesmo uma declaração alicerçada em preconceito e vilania. E no entanto, na imprensa, o crucificado foi o Deco...

* A crónica a que me refiro ainda não está online. 

terça-feira, 15 de junho de 2010

Uma Mulher em Palco - Duas em Mente

(fotografia de Rodrigo de Souza - mais aqui)

A Electra de Olga Roriz é-me muito mais interessante que a Electra de As Coéforas. A angústia da personagem percorre todo o corpo da bailarina, assumindo um rosto de dor, dúvida e (finalmente) determinação.  Ainda assim, e apesar de Olga, não compreendo Electra. Saí da sala não (só) com esta última, mas com a Mãe. A Oresteia sempre me causou grande perplexidade: os dois filhos, Orestes e Electra, preferem um Pai ausente e assassino (da irmã mais velha, Ifigénia) do que uma Mãe vingadora da morte da sua filha. Um Pai  assassino  e sedento de poder é preferível a uma Mãe que substitui um marido e Pai traidor?

domingo, 13 de junho de 2010

Dizem que a paixão o conheceu mas hoje vive escondido nuns óculos escuros senta-se no estremecer da noite, enumera o que lhe sobrejou do adolescente rosto turvo pela ligeira náusea da velhice conhece a solidão de quem permanece acordado quase sempre estendido ao lado do sono pressente o suave esvoaçar da idade ergue-se para o espelho que lhe devolve um sorriso do tamanho do medo dizem que vive na transparência do sonho à beira-mar envelheceu vagarosamente sem que nenhuma ternura nenhuma alegria nenhum ofício cantante o tenha convencido a permanecer entre os vivos Al Berto Imagem de Robert and Shana ParkeHarrisson

Avenças

A atestar por isto (será isto um jornal?), teremos novidades por parte do Ministério nos próximos tempos. 
Quanto aos comentários, proponho que os/as digníssimos/as comentaristas recebam um envelope cada. E que o façam em apenas 22 horas, no máximo (para poderem ir de férias, claro).

Lullaby de Domingo


5.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Confirmação de posicionamentos

Hoje como então.

Letra Dura e Arte Fina

A mentora do programa cultural que encheu as medidas da RTP Madeira durante algum tempo, com um dos melhores títulos que conheço neste género, faleceu esta noite, deixando o meio cultural madeirense substancialmente mais pobre.

Não faz mal a ninguém

Em conversa com uma das minhas turmas, soube que um sem abrigo das imediações mete-se com as adolescentes que transitam para a escola. Desde convites obscenos até apalpões indecorosos, o homem não se coibe. E é esperto, porque só se mete com as adolescentes, sabendo que, à partida, a vergonha as deixará com uma capacidade de reacção muito limitada. Tenho alunas que confessaram fazer um percurso alternativo - mais longo - a fim de evitarem passar pelo indivíduo. 
Os rapazes confirmavam o testemunho das raparigas e acrescentavam com episódios que consideravam cómicos, a que tinham assistido. 
Perante os relatos, defendi que alguma coisa tinha que ser feita; que as autoridades teriam que ser alertadas e a escola estar ciente dos repetidos episódios. De imediato, um aluno alega que o homem não faz mal a ninguém, coitado. Quando lhe perguntei se considerava que o tipo de agressões que as colegas sofriam se enquadravam no "não fazer mal a niguém" - só aí ele hesitou e acabou por conceder que os actos descritos não eram tão inofensivos quanto tinha julgado.
E este é um dos nossos maiores problemas: desvalorizar estes episódios em que as mulheres - meninas e adultas - são violentadas na sua liberdade para circularem livremente porque se considera, na generalidade, que a exposição a comentários obscenos, convites maliciosos, encontrões propositados e apalpões é suportável, normal, pouco grave. 
Na realidade, se pensarmos sobre a frequência com que acontecessem, são efectivamente normais - porque a norma é que uma mulher, invariavelmente, os sofra.Porque convencionou-se que este tipo de abordagem não é importante, que é suportável, que é um exagero reclamar por tão pouco. Enquanto desvalorizarmos este tipo de agressão estaremos a validar a (escalada de) violência contra as mulheres.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"E alegre se fez triste*

Nos próximos dias,  espero por isto. E também porque quando aqui estiver, estarás quase de regresso.

*como se/Chovesse de repente em pleno Agosto." Manuel Alegre

sábado, 5 de junho de 2010

O que aparece

Desde 2005 que Woman Once a Bird sou eu, sem eu ser Woman Once A Bird: o título não é meu, mas dele me apropriei de tal modo que, cinco anos depois, confundo-me entre outras variantes: Woab e Miss Woab.
Esta Woman Once a Bird que vos escreve está muito distante da ideia original de Witkin, mas foi o título da fotografia de Witkin cuidadosamente escolhido em função de um blog de cariz feminista (perdoem-me os/as bloguistas deste sítio, mais ou menos silenciosos que não o "sejam"). Serve esta introdução para evocar essa inspiração primeva (tal como foi o título de UM Quarto Que Seja Seu, de Virginia Woolf), a fotografia de Joel-Peter Witkin. 
A par da fotografia inspiradora da minha segunda "identidade", guardo na memória, desde 1997, essa outra  (igualmente terrífica) cuja existência cheguei a duvidar. Uma fotografia fantasmática, velada ao meu olho inquieto e saudoso, evocada inúmeras vezes em vão, revela-se agora, dez anos depois do seu último vislumbre. Ei-la:

 Woman Masturbating On The Moon

sexta-feira, 4 de junho de 2010

"No momento em que vos falo"

O primeiro-ministro exercita a sua capacidade de não responder a coisa nenhuma; bonito exercício de argumentação falaciosa, que tenho pena de não conseguir gravar para apresentar no próximo ano lectivo, aquando do estudo das falácias informais.
Ao mesmo tempo, parece-e que Sócrates andou a ler Kierkegaard sem efectivamente o ter compreendido; apenas decorou o estribilho: eu sou um pobre existente.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Seria interessante...

...saber que "razões exclusivamente políticas" são essas. Só para não parecer reacção de menino mimado (nenhuma suspeita de que esta opinião seja fruto da sua própria cabeça - ou melhor, do seu ego algo ferido com combates recentes).