sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Silly post fora de época 2

Alguém explica o empreendedorismo? Está na boca de toda a gente, discorre-se alegremente sobre metodologias, elogios à loucura, kit's de sobrevivência para ... empreendedores e continuamos atolados em porcaria?

Silly post fora de época

O cansanço como único fio condutor. E a interromper, o desagrado pela voz do Pedro Mexia. Prefiro-o escrito.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Beep-Beep


Um mês de reclusão... num sítio idílico, onde costumo andar descalça, apanhar as frutas das árvores e os legumes da horta. Tenho Cão e Gato como fiéis amigos. Colho todos os dias sorrisos lindos. Ouço as histórias da tia Céu, tia Clarinda, tio António... sobre os tempos. Algumas histórias são intemporais... As amizades re-re-.... recomeçam.
Depois... quando regresso:
No aeroporto, só porque deixei as bagagens por uns instantes, dizem-me que posso ser suspeita de terrorismo?! Sou chamada pela polícia e os agentes dão-me "nas orelhas" até à exaustão! Quase que choro... Os seguranças olham-me de cima a baixo com um ar desconfiado e perguntam se falo português? Corro, salto, atropelo malas, pessoas, grades... Peço desculpas, desculpas e mais desculpas, e digo obrigada, muito obrigada e muitíssimo obrigada, e, por fim, o voo que pretendia foi-se à vida. Fico por terra com um selo a dizer stand-by!!
Horas depois voei dali para fora! Já era sem tempo!!!
Ena, mas que mudança!!

domingo, 24 de setembro de 2006

Lullaby de Domingo.

Primeiro, uma visita a estas bandas. Depois, toca a ouvir estes senhores para ver se entramos no espírito da coisa...
We don't need no education We dont need no thought control No dark sarcasm in the classroom (...) Hey! Teachers! Leave them kids alone! All in all it's just another brick in the wall. All in all you're just another brick in the wall.

sábado, 23 de setembro de 2006


Ri-me com vontade, ao ler a entrevista a Bill Emmott, na Visão desta semana. É que a certa altura, perante uma pergunta inspiradíssima, a saber, "Como pode um pequeno País como Portugal tirar vantagens da globalização, em vez de ser esmagado por ela?", o cândido senhor responde com: "Utilizando os seus recursos humanos, investindo em educação de elevada qualidade e certificando-se de que a sua economia é flexível (...)." Estamos mesmo completamente perdidos, não estamos?

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

"Flores que colho ou deixo..."

Quando respondi ao desafio da Feniana, escolhi propositadamente um único blogger masculino . É a minha nova paixão blogosférica, pois acho os seus posts absolutamente deliciosos. Aqui ficam, a título de exemplo, alguns que recomendo... este, este e ainda este. Espero que gostem tanto quanto eu. O título foi colhido de um poema de Ricardo Reis.
 

Não sei se é bem este o desafio.....

Passo os meus dias de trabalho a orientar adultos na construção de um dossier pessoal onde deverão falar sobre si e valorizar o seu percurso de vida, reflectindo sobre as aprendizagens realizadas até então e no entanto.... sete linhas para falar sobre mim, parecem uma eternidade. Enquanto me preparo para deixar um local de trabalho e adaptar-me, muito em breve, a outro ainda que com a mesma missão profissional, vigio atentamente os meus ovários e útero no sentido de saber se é este mês que se dignam a trabalhar em parceria com uma célula masculina, tentando espantar a ansiedade causada por estes turbilhões na minha vida.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Resposta a Feniana...

Aceito o desafio de escrevinhar sete linhas sobre mim mesma, ainda que não saiba assim tanto - sete linhas, que são muitas. Compota de pitanga (a favorita), barrada no pão lembra-me a de laranja, Chá de gengibre e coco, acompanhado pelo Rochedo de Tânios, que me embala nos últimos tempos, enfiado na bolsa e nas horas mortas. E carrego também os amigos, as conversas de café e as de blogues, alguns com rosto e outros só com dedos. Estendo o desafio a outras seis... Lady Of The Lake Nefertiti Dirim Isobel Sleep Well Salomé e com ele, sete.

Aceitam-se sugestões e posologias...

fotografia de Abelardo Morell
Que fazer quando o vazio e o cansaço nos ataca, quando não nos apetece cá vir e deixar algo... e, quando apetece, apenas o negro do nada se destaca? A vazio, a vazio!

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Ainda a tempo de recordar


Considero perfeitamente legítimo que se recorde os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 e que se homenageie as vítimas dos mesmos. Só não entendo porque é que não se dá o mesmo ênfase e visibilidade internacional a outros acontecimentos tão ou mais importantes, que vitimaram também inocentes, ainda que noutras nações e que em alguns casos, inclusive, continuem a acontecer sem que ninguém faça alguma coisa sobre isso. Se se considera que o atentado às torres gémeas foi um ponto de viragem para qualquer mudança a nível mundial, que ainda não percebi muito bem qual (ou será este um pretexto para justificar algumas atitudes que têm sido tomadas desde então?), tal como a queda da Bastilha marcou o início da Revolução Francesa (essa sim uma mudança na forma de ver o mundo e a Humanidade), se a queda das torres gémeas tem de ser um símbolo qualquer, então prefiro vê-la como o símbolo de todos os atentados, massacres, genocídios e afins que a humanidade tem vindo a assistir nos últimos tempos, em muitas nações; por isso deixo aqui a minha homenagem às vítimas, também inocentes, também pessoas como nós:
  1. Mais de um milhão de mortos aquando a invasão do Tibete pela China em 1959;
  2. Centenas de mortos no massacre de Santa Cruz em Timor Leste em 1991;
  3. Milhares de mortos no genocídio que ocorreu na Bósnia;
  4. Meio milhão de mortos no genocídio no Ruanda;
  5. Milhares de mortos na guerra civil da Colômbia.
Infelizmente, como podem constatar, esta é apenas uma pequena homenagem às vítimas, de algumas das muitas atrocidades que já ocorreram (e ainda ocorrem) em 4 dos 5 continentes existentes no nosso planeta, a partir da segunda metade do séc. XX. E embora não tenham caído torres, nem grandes edifícios, tombaram pessoas, culturas, as suas formas de viver, pensar e em que acreditar... e por isso devem ser recordadas também.

domingo, 10 de setembro de 2006

Lullaby de Domingo.

Este Domingo, a lullaby vai direitinha para estas duas meninas... e para quem queira trautear esta versão. A do Iggy, fica para depois.
Get into the car We'll be the passenger We'll ride though the city tonight We'll see the city's ripped backsides We'll see the the bright and hollow sky We'll see the stars that shine so bright Stars made for us tonight.
 

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Se fosse uma personagem do Sexo e a Cidade, qual seria?

Se fosse uma personagem do Sexo e a Cidade, qual seria? Esta é certamente uma pergunta que muitas mulheres já discutiram entre si, no seu grupo de amigas... eu pelo menos sim! E embora pensasse que identificava-me mais com a Charlote, qual não foi o meu espanto quando ao fazer o teste da Verdade me saiu esta resposta:
Você é Carrie: Você até é muito descontraída e divertida, mas no que diz respeito às relações gosta de sentir compromisso e seriedade. Ainda pensa muito no passado e isso impede-a de andar para a frente. É inteligente mas deixa-se levar pelo coração.
WOAB, desculpa a pretensão da minha parte mas considero que te conheço como a palma da minha mão! E não resisti fazer o teste.... por ti. E eis que a Verdade surgiu.... quem diria! (esta fica pela indiscrição da Aba larga ;)).
Você é Miranda: Você tem um espírito independente e proclama alto e bom som que o amor não é prioridade – o que não deixa de ser verdade, mas esconde também algum medo de ficar só. É muito opinativa e mesmo sarcástica.
Como uma luva! Mas fica o link para conferires....

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Do que nos esquecemos?

O Duplo de Tirésias Tu já foste da morte o mensageiro E tocaste a trombeta do destino: Em Tebas foste o rosto da tragédia Foste em Veneza a trágica poção. Chamaste a fome, a peste e a demência, E deste o nome à guerra e à tortura. Tens os olhos suspensos sobre o mundo, Tens a vida suspensa nos teus olhos: Tu acendeste os fornos em Auschwitz E marcaste no mapa Hiroshima Passaste por Kosovo e por Timor Por Saigão, por Paris e por Berlim... Era fácil dizer que és um deus! Mas só homens se esquecem de ser homens, Só os homens recusam ser humano. In Rostos Suspensos, João Maria André

Nefertiti, dá uma olhada por...

... Aqui. Agradável surpresa, não achas?

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Bela merda, caríssimo espectador.

Os "nossos" canais televisivos insistem em passar atestados de atraso mental aos seus clientes. Suponho que seja a possibilidade de o público não perceber os elaboradíssimos enredos das porcarias que transmitem que os faz repetir, até à exaustão, os episódios dos seus programas de eleição.
Já é suficientemente mau esbarrar uma vez; é necessário ter de repetir a desagradável experiência na manhã e tardes do dia seguinte? Até parece a pílula do dia seguinte em dose cavalar, uma espécie de abortemos os cérebros que ainda restam. A não ser que julguem que o público é tão acéfalo quanto os guionistas daqueles horrores... Arre, que já nem se consegue ter o aparelho ligado! Até o zapping se transformou num exercício de nervos...

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Madre Teresa de Calcutá


"O bem que faz hoje muitas vezes é esquecido pelas pessoas amanhã. Faça-o mesmo assim."
MadreTeresa
Madre Teresa de Calcutá, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, (Skopje, 27 de Agosto de 1910 — Calcutá, 5 de Setembro de 1997) foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedónia e naturalizada indiana. A sua existência fustigou a fome, o desespero e a doença. Foi "Madre", plantou e semeou muita esperança e escreveu muitas palavras de fé e de Amor. Existiu muito bela e existirá sempre muito bela.
 

domingo, 3 de setembro de 2006

sábado, 2 de setembro de 2006

A Sopa da Mafalda


A cena começou invariavelmente da mesma maneira. Li este post e comentei o que me pareceu óbvio. O Funes respondeu com este onde expôs metodicamente os seus argumentos, especialmente para mim e para a Maria Papoila, para que evite aproximar-se de uma loja que venda trapos e, percebi eu agora, que venda sapatos. Ora, não posso deixar de retribuir a gentileza. E depois de ler atentamente a explanação, aqui registo as minhas pequenas reflexões. No final do post, fiquei com o velho travo a engodo. A máxima utilizada pelo camarada Funes é também utilizada pela maior parte (friso, maior parte, já que alguns começam a romper a regra) dos esposos após meados do século XX, pelo que não constitui novidade.
Desde que a mulher começou a fincar o pé e a requerer partilha de tarefas na casa que é deles (casal - não só dela, portanto), o homem percebeu (ou pelo menos alguns perceberam) que o velho tabefe, seguido de "cala-te e faz" já não resultava (em grande parte dos casos, salvo infelizes excepções). É que depois de algumas tentativas pela velha cartilha, casos houve em que as moças puseram-se porta fora e aí... nem metade; ficavam todas as tarefas enfadonhas por fazer. Daí a urgência em remodelar a estratégia. Era preciso inovar, foi preciso progredir.
Depois de aturada pesquisa, reinventou-se a noção de homem como o incapaz de serviço. A História demonstra que a táctica resulta. Primeiramente, o "Cavalheiro Jones" em Busca da Empregada Quase Perdida, tomou o exemplo dos escritos ditos sagrados. Reparou que os mesmos defendiam que o pecado do homem era, na verdade, culpa da mulher e que a única salvação da mulher (cristã), residiria então no seu recato, a fim de preservar o homem da tentação que o seu corpo suscitava; na verdade, um autêntico apelo à misericórdia feminina quanto à fragilidade confessada do masculino, no que diz respeito ao domínio do desejo. Ora, o investigador moderno não pretende uma mulher recatada, esmagada pelo peso da culpa do desejo masculino. O pecado já não mora aqui. Mas o investigador moderno astutamente agarrou-se à ideia do apelo à misericórdia feminina quanto à fragilidade confessada do masculino. E que melhor argumento para o escape às tarefas necessárias, mas enfadonhas do dia-a-dia? E vai daí que o conceito vingou e propagou-se à boca pequena… - Claro que lavo a loiça ( e pelo caminho parto metade, que é para aprenderes que não tenho jeito para isto). – E a companheira, confiante na inépcia da sua cara metade, erra quando pela primeira vez cede e solta um “Deixa que eu faço.” A partir daqui, está tudo perdido. Entrou em campo a velha e irreflectida misericórdia feminina.
O que a mulher tem que perceber é que um homem que tem capacidade para aprender, que mantém um escritório, um emprego, certamente consegue lidar com uma data de pratos e talheres… ou com a confecção de um jantar ou, aligeiremos a fasquia, lidar com uma simples aquisição de umas calças ou um par de sapatos.
É deixar partir pratos durante uns tempos; tal como os miúdos, depois do berreiro, acabarão por comer a sopa. Faz-lhes bem.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Odisseia aos Armazéns do Carmo

A minha adolescência, como a de muitos (ou mesmo da maior parte), foi uma fase complicada... carreguei um fardo nada fácil que foi o de ser filha de uma professora da escola que frequentava, o que me conferia o "direito" (na visão do conselho directivo, pouco pedagógica e social da altura) a pertencer às primeiras turmas, “aleatoriamente” preenchidas por filhos de professores, médicos, advogados, etc., etc. Ora, todos os dias confrontava-me com uma realidade diferente da minha e inatingível, já que a minha mãe pertencia à "classe" dos professores, sim, mas não tinha o poder de compra que os pais dos meus colegas teriam. E é neste cenário que surge o dilema das marcas de roupa a utilizar: enquanto os meus colegas desfilavam as suas calças Levi's, Charro e afins, as suas camisolas Lacoste, Benetton, etc. e ainda as sapatilhas All Star, Nike e Adidas eu, rezando para que passasse despercebida, revestia o meu corpo com peças de marca desconhecida dos....Armazéns do Carmo. Ora, passo a explicar para quem não sabe, os Armazéns do Carmo é um estabelecimento comercial, muito bem localizado na urb, de produção em série de todas as peças de vestuário possíveis e imaginárias, bem como de roupa para o lar, dispostas em gigantes cabides ao longo do espaço físico e que os clientes manuseiam para escolherem a peça desejada (uma espécie de feira com tecto e paredes), peças estas que não iam além dos 5 contos (na altura), razão pela qual terá sido uma alternativa bem apelativa para os meus pais. Pior do que usar estas roupas na escola (algo que tentava disfarçar fugindo das conversas cujo tema seria marcas de roupa e afins...), era o pesadelo de saber que tinha de entrar e sair do recinto para efectuar uma compra e ser avistado por um dos meus colegas de escola, algo que exigia de mim uma estratégia rápida e eficaz para isso não acontecer: a entrada era rápida, sem olhar para trás; à saída procurava, no entanto, acelerar o passo e inclinar o meu corpo de forma a, se por acaso alguém conhecido me visse, tivesse a sensação que não ia a sair da bendita loja, mas que já circulava no passeio vinda de um outro lugar qualquer! Os anos passaram e hoje sei que o que procurava estava longe de serem as marcas tão aclamadas, mas sim a identificação com um grupo no qual estava inserida, a procura da minha própria identidade, enfim...o meu lugar no (naquele?) mundo e os afectos que, na altura a moeda de troca parecia ser, numa ilusão própria da idade, o corresponder às expectativas dos outros. Graças aos meus pais, por me terem levado, inclusive, aos Armazéns do Carmo, com o passar do tempo foi-se a forma e ficou o conteúdo: não faço questão das marcas, mas sim dos afectos, que dou e recebo, conquistados, merecidos. E hoje... são o centro do Meu mundo!

Andante doloroso 2

E quando as vozes nos surpreendem, de repente, anunciadas por um toque igual aos outros... E quando a saudade se materializa em cumplicidade durante mais dez minutos, que anulam as interrupções forçadas... E quando do outro lado se diz que o nó na garganta não é só nosso, que o medo é comum e a saudade também... E quando se termina com um até amanhã, por hábito, quando afinal é um até qualquer dia... Setembro chega manso, mas radicalmente diferente.