segunda-feira, 31 de maio de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Uma casa portuguesa, concerteza

Na notícia sobre o lançamento do livro Violência e Abuso - Respostas Simples para Questões Complexas, em que se constata que muitas mulheres consideram normal serem abusadas pelos seus companheiros, descubro a seguinte pérola debitada por alguém que se identifica como português (vide comentários):

«Todos nós sabemos que todos os grandes problemas da sociedade actual começaram a partir do momento que começou a chamada "emancipação da mulher". A pressão psicologica (chatice constante, pressões de todos os tipos, etc). Qual é o homem que muitas vezes, devido a isso, não anda com a cabeça cheia, prejudicando o seu bem estar, a sua alegria, e muitas vezes o seu trabalho. Portanto a mulher tem de ser reduzida ao seu lugar de "animal domestico". O mundo seria muito melhor.»


No lançamento do livro Quem Tem Medo dos Feminismos?, Anselmo Borges afirmou não ter dúvidas de que a maior revolução do século XX foi a da emancipação da Mulher, que reconfigurou  as nossas estruturas. Tendo a concordar com o professor. Felizmente, reconfiguramos o nosso posicionamento. Mas ainda não foi suficiente, porque ainda há quem escreva e pense assim. 
E é assustador. 
Porque quem pensa assim, geralmente também age em consonância. E infelizmente são muitos/as. Demasiados/as. Um verdadeiro Portugal dos/as pequenitos/as.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A discrição está na moda

Mais um apelo à discrição. É moda para aqueles lados (e não há paciência para politiquices* - não confundir com política).

*A politiquice requer uma elevada capacidade para a manipulação que  chega a raiar o ridículo (e instrumentalização do/a outro/a). Geralmente tende a substimar o/a adversário/a, o que pode trazer alguns dissabores.
Esperemos que Sócrates tenha mais um amargo de boca.

domingo, 23 de maio de 2010

Quem Tem Medo dos Feminismos? - Feira do Livro do Funchal

Finalmente, as Actas do Congresso Feminista 2008 reunidas numa obra em dois volumes.Amanhã, pelas 18:30, apresentação no Pavilhão dos Autores na Avenida Arriaga com a presença de:

Carla Cerqueira (direcção nacional da UMAR)
Anselmo Borges com uma comunicação subordinada ao tema: A Interpretação Feminista dos Textos Sagrados

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Tempo Adiado (não é tempo)

Um adiamento que dependa de outrém apenas prolonga o insustentável. Após uma noite inquieta centrada na clarividência da falta de respeito reiterada, amanheço com uma (quase) certeza no meu espírito. Depois, a oferta generosa de um livro inaugurado com a seguinte citação (que traio logo em seguida, pela leitura que dela conscientemente faço):

"Il suffit de consulter notre conscience pour comprendre que, dans les conditions où nous sommes, une vie infinie ne serait plus une vie (...)."
F. Alquié, Le Désir d'Eternité

E por vezes temos a certeza que a deusa fala-nos e aponta caminhos pelos quais não mais nos é permitido seguir. Fecha-se um ciclo - importante, mas que se tornou insustentável. 

Que os despojos sejam distribuídos pel@s sôfreg@s.
 

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eu espero poder dizer à Isabela

O quanto gosto da escrita dela. Este post é um bom exemplo disso.

Eu não vi

Portanto, digam-me lá: ele pediu desculpa? É que agora é moda* lá para aqueles lados...

* Pedir desculpa pelas decisões que tomamos é uma moda urbana que alguns querem implementar. Obviamente que não é uma moda ingénua, mas nem por isso progressista. Apenas demagógica.

A montanha...

O Presidente da República prossegue hoje a sua campanha eleitoral. Falará ao eleitorado às 20:15.

Boa Semana

Pleasant Ville

domingo, 16 de maio de 2010

Eu sei que sim, mas há um pormenor que me incomoda*

Eu sei que concordas, mas o texto do Miguel só tem um pequeno problema: parte do pressuposto de que é válida a adivinhação da posição da esquerda serôdia perante uma suposta tolerância (que nunca aconteceu**) face à visita do, por exemplo, Dalai Lama (que já cá esteve). Ora, parece-me que estruturar toda uma concepção do carácter desinformado** da tal esquerda a partir de uma suposição sobre algo que não aconteceu mas que o autor julga que seria assim se acontecesse, não será propriamente um verdadeiro conhecimento de causa, passível de ser verificado. E a importância da verificação nestas coisas é uma porra.

* mas não muito, porque já sabes que estas coisas essencialmente divertem-me.
**Lá está: isto é um facto, portanto, passível de verificação.
***seria uma maçada reproduzir aqui tudo o que o Miguel escreveu para chamar os opositores de ignorantes.

Lullaby de Domingo

Para dias difíceis, o meu caso sério de fé:


sexta-feira, 14 de maio de 2010

por estes dias a minha faceta mais 'tia' dá de si sempre que me ocorre entrar em contacto com o mundo português (tal como tem sido apresentado pelos canais nacionais). Não que não me ocorram outros vocábulos e expressões bem mais adequados à situação portuguesa, mas por ora, sempre que ligo a televisão ou tento ouvir a TSF só me sai:
"que maçada!"
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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Peregrinação - actualização

A primazia ao outro: Os Bispos não esperam por Senhoras - ou subsídios para uma história de fé (dos/das outros/as).

Da Insinuação

Afinal, ao que parece, também a Senhora sabia da pedofilia mas manteve-a em segredo*.
*Declaração de intenções (ao Sancho)
Com isto não quero dizer que os padres culpados deste crime simbolizam a Igreja, ou que a maioria o praticou ou algo do género. Há padres pedófilos como há professores/as, advogados/as, pais/mães, etc. Mas o caso muda de figura quando a Instituição à qual prestam imediatamente contas opta por os encobrir e permite que continuem a ter acesso a crianças.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Peregrinações

Ser andarilho pode ser uma questão de design.

E como estamos num estado laico que até tem tolerância de ponto de cada vez que um chefe de estado/religioso nos visita, este blog não poderia deixar de fazer rev(f)erência a esta visita.

Boa Semana

domingo, 9 de maio de 2010

Lullaby de Domingo


A mim só me interessa o verso do refrão: 
há duas semanas às voltas com textos impossíveis estou a modos que fartinha de inacreditáveis associações de palavras. Preciso desapalavrar (não, não existe, mas apeteceu-me. Também sou filha desta Língua).
 
Assunção de (ir)responsabilidade: eu tinha escolhido uma muito pior que esta. Mas o Jools, que não gosta de me ver fazer má figura, sugeriu antes esta.  Muito melhor, mesmo.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Divino - mas Pouco

A visita dessa imagem peregrina (e já discorremos sobre a ocupação no avião: é carga ou passageira?) trouxe ao de cima uma ilha que ainda se verga perante imagens como se de gente se tratasse. Não seria mau, se as mesmas gentes que acenam de lágrima no olho ao barro moldado por mãos humanas, tivessem o mesmo desvelo pelas mãos. Humanas. Mas a imagem percorre as terras com honras que pouca gente teve e depois da passagem fica tudo exactamente na mesma. Como a reza que se desfia, mas da qual fazemos ausentar qualquer significado.
O desvelamento do significado de uma imagem destas revela-se também nas pequenas coisas. Instrumentalizada na perpetuação de uma fé genuína - mas cega, revela-se, também ela, instrumento da política (no pior sentido que o termo pode ter).
Continua o Carnaval que arrancou com um Bispo de orgulho ferido. Depois da excomunhão do padre que fazia política na facção errada (nunca fez espécie à igreja Madeirense meter-se na política, desde que fosse em consonância com o poder estabelecido), a festa continua, passados quase 30 anos. A vinda de um novo Bispo acalentou algumas esperanças; às primeiras movimentações, percebeu-se que mudava a forma, mas não o conteúdo. A renovação mostrou-se, uma vez mais, bafienta e sujeita aos interesses do beija-mão (e de quem beijar-a-mão). A imagem peregrina assim o vem atestar, escolhendo fiéis mais iguais que os outros. Temos uma igreja interdita à imagem, uma igreja desde há muito na margem, à margem, deliberadamente excluída dos altos interesses (com letra minúscula) de uma diocese que deixa o culto para estar presente em inaugurações. E portanto, não é de espantar que esta igreja recuse entrar na Igreja da Ribeira Seca e que venha um dos (quase) grandes desta igreja cada vez mais pequenina alegar que não é hora de justificações sérias, quando estas não convêm.

E com tudo isto, só me lembro da cena emblemática de um Cristo que há sensivelmente dois mil anos expulsou os vendilhões do templo. Pois o templo está novamente pejado deles. Quem os expulsa?