Cara criatura, como fazer-te entender que não ofendes? Que apenas provocas uma incrível sensação de asco?
(Fotografia de Joel-Peter Witkin)
"(...) chegara a hora de enrolar o papiro dos acontecimentos do dia, com todos os seus problemas, impressões, tristezas e alegrias." Virginia Woolf
"(...)
Sem pretendermos formular causas primeiras que originariam todas estas modalidades de violência, parece-nos que a acumulação, ao longo dos séculos, de muitas práticas não criticadas, nem erradicadas, em que o antigo sempre se misturou com o que já foi moderno e um e outro sempre se misturaram com o moderno que " está a dar", conduziu a maior parte dos Portugueses a uma vida social e cultural medíocre, em que vivemos:
-habituados a uma grande impotência individual e colectiva;
-habituados a péssimos seviços públicos, como se fossem de favor;
- habituados a suportar um urbanismo caótico e sistemas de transporte absurdos;
- habituados a ler pouco e a pouco debater;
- habituados a uma quase nula vida assocativa e interventora;
- habituados à "cunha", ao "desenrascanso" e à pequena corrupção activa;
- habituados... aos brandos costumes que tudo corróem sem dar nas vistas.
Este é o lado sombrio da existência colectiva.
Augusto Joaquim"
JEAN, Georges, "E, em Portugal, como é?(excerto)" in O Racismo Contado às Crianças, 1ª edição portuguesa: Terramar, Junho de 1997
John Waterhouse, Eco e Narciso