sábado, 9 de junho de 2007

Receita para fazer o azul

Vi este poema e lembrei-me logo de ti, Woman. Lê com muita atenção: Se quiseres fazer azul, pega num pedaço de céu e mete-o numa panela, que possas levar ao lume do horizonte; depois mexe o azul com um resto de vermelho da madrugada, até que ele se desfaça; despeja tudo num bacio bem limpo, para que nada reste das impurezas da tarde. Por fim, peneira um resto de ouro da areia do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal. Se quiseres, para que as cores se não desprendam com tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado. Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico. Ambas as cores te parecerão semelhantes, sem que possas distinguir entre uma e outra. Assim o fiz - eu, Abraão ben Judá Ibn Hain, iluminador de LOulé - e deixei a receita a quem quiser, algum dia, imitar o céu. de Nuno Júdice

4 comentários:

Woman Once a Bird disse...

Com receita tão simples, não sei qual a complicação em imitar (a cor) do céu.

Anónimo disse...

Honourable bye, sweet soul mate :)

Anónimo disse...

Good bye, considerate soul mate :)

Anónimo disse...

Obedient bye, considerate chum :)