quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pequenos apontamentos de uma blogger ensonada

O jantar correu muito bem, graças ao Eduardo que organizou a coisa de forma primorosa. A Patxocas já disse quase tudo o que havia a dizer; resta-me apenas acrescentar que a maçã caramelizada acompanhada pelo lombo de porco correspondeu às expectativas e que a conversação foi tão sugestiva que não resisti e já consta da minha cabeceira Os Homens que Odeiam as Mulheres.
 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Bom ano 2010

Haveria muito para dizer, escrever, discutir, explanar, etc e tal, mas já não tenho tempo!
O tempo voa e eu, neste momento, não tenho nenhum muso (estou fartinha de o invocar... et rien!) que me inspire, por isso nada de surpreendente e digno de uma despedida de ano me aflui à ideia.
Mas, ainda assim, quero, este ano, poder partilhar uma musiquinha que, estrategicamente, espetei aqui para poder demonstrar o meu refinado gosto musical e alcançar o meu objectivo principal, a saber: votos d´UM EXCELENTE ANO 2010 para todos nós!!!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Almas Mortas*

Sempre me confessei leitora e admiradora da Isabela. Ainda que não tenha, porenquanto, mergulhado na leitura do seu livro acabado de sair, tenho a certeza que nos presenteia com a escrita a que nos habituou ao longo dos anos. O destaque na Ípsilon é mais que merecido; mas com a justeza do mesmo, vem por arrasto a grosseria habitual que grassa nas páginas de comentários a que o Público nos habituou. É que, parece-me, existe uma diferença entre liberdade de expressão e a libertinagem do linguajar próprio dos espíritos mesquinhos. Para já, apenas posso manifestar a minha solidariedade para com a autora e o completo nojo por gente que não chega a sê-lo completamente. Quero acreditar que a maioria dos/das portugueses/as não é tão bacoca, mal educada e mal intencionada quanto as páginas de comentários do Público testemunham. 

*título roubado a Gogol.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Post mais inútil desta série

Nos últimos cinco anos registo com agrado a picardia com Funes, El Memorioso. Dizem (mas quem?) que no meio (da década?) é que está a virtude (na realidade são quatro anos, já que este blog tem quatro anos e o Funes só nos descobriu a careca lá para meados de 2006 ou até 2007).

Um post tão inútil quanto o anterior

O ano que agora finda cheira a um livro acabado de abrir. Quase todo o meu universo(zinho) passa por aí: no rastro que os livros deixam.

Um post absolutamente inútil

Desta década registo apenas uma mudança radical: ingressei no universo laboral e passei a saber quanto é  que  a casa gasta (literalmente).

Bom Ano!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Lullaby de Domingo

Cause people often talk about being scared of change
But for me I'm more afraid of things staying the same
Cause the game is never won by standing in any one place for too long



My Private Lord a fechar o ano. Obviamente.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Beautiful boy

Close your eyes Have no fear The monster's gone He's on the run and your daddy's here Beautiful, beautiful, beautiful Beautiful boy Beautiful, beautiful, beautiful Beautiful boy John Lennon - Beautiful boy

"Nós sabemo-lo bem"

Nós juramos ao mundo a sagrada promessa da areia,
Nós juramo-la de boa vontade,
Nós juramo-la bem alto de cima dos telhados do sono sem sonhos
e agitamos o cabelo branco do tempo...

Eles gritam : Vós blasfemais!

Nós já sabemos isso há muito tempo.
Já sabemos isso há muito tempo, mas que fazer?
Vós moeis no moinho da morte a branca farinha da promessa
Vós colocai-la à frente dos nossos irmãos e irmãs �

Nós agitamos o cabelo branco do tempo.

Vós avisais-nos: vós blasfemais! 
Nós sabemo-lo bem:
caia a culpa sobre nós.
Caia a culpa de todos os avisos e sinais sobre nós
e venha o mar gorgolejante,
a couraçada rajada da conversão,
o dia da meia-noite,
que venha o que nunca foi!

Venha um homem da sepultura.


Paul Célan 
Tardio e Profundo 
 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Natal até pode ser na Páscoa

O Natal é quando e onde o Homem quer... Feliz Natal a todos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mudam-se os Tempos... e as Vontades? (se calhar, ou nem por isso)

Quando o público soube que os estudantes de Lisboa, nos intervalos de dizer obscenidades às senhoras que passam, estavam empenhados em moralizar toda a gente, teve uma exclamação de impaciência. Sim - exactamente a exclamação que acaba de escapar ao leitor...Ser novo é não ser velho. Ser velho é ter opiniões. Ser novo é não querer saber de opiniões para nada. Ser novo é deixar os outros ir em paz para o Diabo com as opiniões que têm, boas ou más - boas ou más, que a gente nunca sabe com quais é que vai para o Diabo. 
Os moços da vida das escolas intrometem-se com os escritores que não passam pela mesma razão porque se intrometem com as senhoras que passam. Se não sabem a razão antes de lha dizer, também a não saberiam depois. Se a pudessem saber, não se intrometeriam nem com as senhoras nem com os escritores.
Bolas para a gente ter que aturar isto! Ó meninos: estudem, divirtam-se e calem-se. Estudem ciências, se estudam ciências; estudem artes, se estudam artes; estudem letras, se estudam letras. Divirtam-se com mulheres, se gostam de mulheres; divirtam-se de outra maneira, se preferem outra. Tudo está certo, porque não passa do corpo de quem se diverte. Mas quanto ao resto calem-se. Calem-se o mais silenciosamente possível.
Porque há só duas maneiras de se ter razão. Uma é calar-se, que é a que convém aos novos A outra é contradizer-se, mas só alguém de mais idade a pode cometer.
Tudo mais é uma grande maçada para quem está presente por acaso. E a sociedade em que  nascemos  é o lugar onde mais por acaso estamos presentes.
Europa , 1923.
Fernando Pessoa


Mudam-se os Tempos... e as Vontades? (se calhar, ou nem por isso)

Estou fascinada com toda a história que rodeia a pulbicação de As Canções de António Botto.Então, como agora, os/as detentores/as da moral e bons costumes apressaram-se a cerrar fileiras e a trocar galhardetes.  Raul Leal redige um texto - Sodoma Divinizada - que incedeia a facção que carrega a bandeira da moral e dos bons costumes, à altura carregada pelos... estudantes de Lisboa. Assim, cá vos deixo o texto inspirado com que os piedosos estudantes se dirigiram aos homens honrados (uma expressão que, a esta distância, se me afigura de uma comicidade ímpar):


AOS PODERES CONSTITUÍDOS E A TODOS OS HOMENS HONRADOS DE PORTUGAL
(pela Liga de Acção de Estudantes de Lisboa) 

Não vimos tratar de política, nem trazemos também um novo programa de partido, pronto a salvar o país.
Simplesmente, na nossa função de trabalhadores do Espírito e de soldados da Ciência, entendemos que é chegado o momento do erguermos a nossa voz para ser escutada por todos aqueles que a possam compreender.
A situação de Portugal é desgraçada.
Profundamente e totalmente.
A nós, fere-nos mais de perto, na nossa sensibilidade, a parte moral e intelectual da derrocada que nos rodeia.
É dela que vimos falar.
Não queremos agora aprofundar causas ou apontar responsabilidades. Basta que constatemos os factos e apontemos o caminho a seguir.
De dia para dia o mal é mais fundo e mais avassalador. Derrubaram-se todas as fronteiras do espírito entre a inteligência e a loucura, entre a beleza e a perversão.
Mascarados em mil hipocrisias literárias, em pseudofilosofias extravagantes, encobrindo a sua animalidade em frágeis farrapos de escolas inverosímeis, todos os baixos instintos humanos, numa liberdade desvairada, se erguem, alastram, dominam como flores de pântano no crepúsculo triste duma terra abandonada.
É contra essa dispersão, contra essa inversão da inteligência, da moral e da sensibilidade, que nós gritamos numa revolta sagrada da nossa dignidade de homens, o protesto vibrante dos que não deixam cerrar os seus olhos à luz da Verdade.
Já não se paira, por desgraça, no campo das atitudes snobs e literárias. Atingiu-se a última abominação, aquela que nas tradições bíblicas fazia chover o fogo do céu.
Urge a reacção pronta e implacável. À frente dela se levanta a nossa mocidade forte e resoluta. Nas nossas mãos brandimos o ferro em brasa que cicatriza as chagas.
A quem manda nós apontamos hoje a necessidade imperiosa de fazer justiça. É preciso que os livreiros honrados expulsem das suas casas os livros torpes. É necessário que os adeptos da infâmia caiam sob a alçada da lei, que um movimento enérgico de repressão castigue em nome do bem público.
Que a justiça venha e implacável!


domingo, 20 de dezembro de 2009

Ai fé a quanto obrigas…

Aqui, onde vivo, pratica-se a fé durante toda a noite. É a banda, os foguetes, as romarias e os afins da religião. Tudo, penso, em nome da fé.

Ouvi mesmo dizer que há povoações que têm um altifalante para projectar a missa durante a noite toda. São as missas do parto na Madeira.

Precisava de dormir em paz, mas a fé dos outros tem sido o meu pesadelo… Resta virar-me para o som com o ouvido que ouve menos.

De resto, oremos sempre e o barulho esteja connosco. Ámen.

(Mas, sinceramente, não acho isto normal.)

Porque é Natal...

Dead Can Dance: vale a pena ouvir e ver:

Lullaby de Domingo



Dispensa apresentações.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Da arte da compensação*

Prometeram-me uma noite com Nick Cave (calma, a ouvir NC). Impraticável, face ao estado lastimável em que o meu cérebro se encontra. Resta-me isto. Não é a mesma coisa.

Ai, há coisas que não mudam mesmo!

Frei Francisco da Ilha da Madeira (Século XVIII)
“ A 13 de Setembro de 1690, Frei Mathias de Mattos, sacerdote e pregador professo da Ordem de São Jerónimo, pediu audiência à Mesa do Santo Ofício, desejando confessar-se. Declarou que no princípio da Quaresma daquele ano trava conhecimento com um jovem corista, Frei Francisco da Ilha da Madeira, morador no mesmo convento, no Convento de Belém. Disse que, desejando o jovem o seu apoio a fim de ser enviado a estudar no Colégio, Frei Francisco lhe escrevera algumas cartas «cheias de palavras amorosas». O conteúdo dessas cartas era suficiente para que ambos sofressem o castigo máximo da Inquisição. Sobrevivendo aos séculos, seis cartas foram encontradas na Torre do Tombo, em Lisboa, todas elas escritas por Frei Francisco. (…) Carta Primeira Meu feitiçozinho, meu cãozinho: Esta tarde te vi passar com o irmão de Frei Bento. Bem te vi chegar para a porta da horta onde estávamos, e por uma greta te vi o teu lindo rostinho, e a tua boquinha que lhe desejei dar um beijinho de língua. E de tal sorte me vi estonteado que estive para ir após de ti pela porta fora. De tal sorte me vi embebido, que cheguei a dar passos para o fazer, quando me lembrei que estavam ali coristas. (…) Ai meu menino, que há de ser mim se me falta a tua vista! Que há de ser de mim se logro a tua vista por bocadinhos. Tomara de estar sempre, sempre (te) vendo! Mas, ai que não tenho liberdade para isso, por isso morro, por isso acabo sem que tu me acudas. Ora acode, acode cãozinho, a teu, a teu coraçãozinho, ora acode, sim, sim, sim, ai meu coraçãozinho, dá-me os teus bracinhos porque aí quero morrer.” In Cartas de Amor de Grandes Homens, de Úrsula Doyle, Bertrand Editora, Lisboa, 2009 Pois... segundo Álvaro Campos " As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas."

Carecer de, sentir falta de, ter/sentir saudade de

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Publicidade

99% dos anúncios que passam na televisão são para as mulheres e têm mulheres. Sinceramente, acho essa publicidade muito monótona e pouco criativa.

Ultimamente, do género masculino só o Pai Natal e o George Clooney, e, juro, se visse o último ao vivo, eu vomitava, pois já ando farta do anúncio do café.

Pior pior só mesmo a música do Pingo Doce!

Eu, forma-tadinha, me confesso

Sento-me em frente do computador. Tenho que avaliar os alunos mediante uma grelha já antes formatada por alguém.

Alguns alunos até mereciam o nível 3 ou 4 (1 a 4), no entanto, por muitos esforços que eu faça, é impossível, eles falharam em alguns pormenores. Eu até dava, mas a grelha é soberana.

Há alguns alunos que, ao longo desde período, arruinaram muitas vezes as aulas devido à falta de valores que insistem em não assimilar. Estes prejudicaram os colegas que até podiam ter ido mais além, no entanto, por muito que eu me esforce, vão ter um nível positivo como recompensa.

Sinto-me frustrada. Neste momento estou a introduzir o meu pensamento, a minha consciência, a minha sensibilidade e a minha experiência profissional numa grelha que desvaloriza o domínio sócio-afectivo. Assim seja. Ámen.

No momento da autoavaliação, tenho alunos a dizerem: “Vá lá, professora, dê-me mais 3 por cento no teste para conseguir o nível três”. Sim, porque a sua postura na aula e na comunidade pouco vale, e isso é do conhecimento global.

Preocupemo-nos em fazer grelhas, pois sem a entrega dessas não há reuniões de avaliação e sem as reuniões, não há férias de Natal.

Eu já tenho uma pasta cujo nome é “grelhados”, nela estão seis grelhas prontinhas a serem entregues. Faço votos que essas contribuam para um mundo melhor.

Stillness is a Lie

I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

Sylvia Plath 

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Hás de cá vir e não ter (o hífen)

Numa caixa de comentários, em fim de dia, escrevo com toda a naturalidade hás-de.  E contudo, finam-se os tempos da segunda pessoa do singular do verbo haver tal como a conhecemos.  É a cerimónia do adeus* (forçado).
* Título roubado a Simone de Beauvoir, que não há(-)de ficar assim tão irritada com o abuso de confiança.**
**Este é o perfeito exemplo de post idiota que me ocorre quando ando a fazer a figurinha a que a HG aludiu neste post.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Lullaby de Domingo

Domingo bilingue:



A esta altura será qualquer coisa do género...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Woab: puella pulchra est

O nosso belo pássaro, perdão, "pássara"?! Veio cheio de encantos com os cantos seus e que também são nossos, vossos e de quem os apanhar. As asas o sol queimou e logo, Se não tiver cuidado, As pestanas queimará Com tantas velas que tem para soprar e apagar. lá lá lá lá lá lá lá lá nesta data mui querida.

Boa Semana (a very special one)

Dedicated to you

domingo, 6 de dezembro de 2009

Isto não vem a propósito...

mas eu lembrei-me da canção da Falsa Tartaruga in Alice no País das Maravilhas, porque alguém que eu já não via há muito tempo e por quem tenho muita estima, apreço e muita amizade, no momento em que nos despedíamos, disse-me: "H., é sempre bom vermos esse teu ar sereno e calmo". BEAUTIFUL Soup, so rich and green, Waiting in a hot tureen! Who for such dainties would not stoop? Soup of the evening, beautiful Soup! Soup of the evening, beautiful Soup! Beau--ootiful Soo-oop! Beau--ootiful Soo-oop! Soo--oop of the e--e--evening, Beautiful, beautiful Soup! Beautiful Soup! Who cares for fish, Game, or any other dish? Who would not give all else for two Pennyworth only of Beautiful Soup? Pennyworth only of beautiful Soup? Beau--ootiful Soo-oop! Beau--ootiful Soo-oop! Soo--oop of the e--e--evening, Beautiful, beauti--FUL SOUP! Beautiful Soup - a poem by Lewis Carroll (Post scriptum: Daniel, se me deixares ficar na tua casa e comeres sempre tão bem a sopa como hoje, prometo contar-te uma história.)

Lullaby de Domingo



Voltei a Madrugada. Que querem? Há dias que só eles rodam nas minhas viagens.

sábado, 5 de dezembro de 2009

VI Jantar de Blogues da Madeira (vá, de twitteir@s, também).




Imbuídas/os do espírito natalício característico da época, temos o prazer de vos anunciar que o tradicional jantar de Natal/Novo Ano da blogosfera madeirense está agendado para dia 30 de Dezembro, uma espécie de final feliz para o ano 2009, onde engendraremos as principais estratégias para a época bloguística de 2010. Como tal, as/os interessadas/os devem inscrever-se nos seguintes locais: Madeira, Minha Vida, ou aqui mesmo. Poderão também enviar a inscrição para os nossos endereços virtuais.
Atempadamente o local da reunião da confraria será anunciado, assim que os últimos preparativos estejam ultimados.

Respeitosamente,
A organização.

Inscrições:
Woab
Baby Boy Slim - Madeira, Minha Vida
Patxocas - New Home
Su - Marakoka
Shinobi - My Asian Movies
Sancho Gomes - Conspiração às Sete
Blue - Pérolas Intemporais  

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

RRRRRRRRRR

"noves fora, nada!"

Os maldispostos pululam por todo lado. Só vejo nadas contrariados a boiar no meio do nada! Sinto-me também no meio do nada.

Há quem passe o tempo a reclamar que nos fins-de-semana não faz nada, a não ser trabalhar; outros a maldizerem do tempo que estão em casa, pois não têm tempo para nada e, ainda, outros a resmungarem que os feriados não lhes valem de nada, porque trabalham muito!

STOP! Eu é que não quero ouvir mais ninguém a falar dos seus “nadas”! Estou farta desses Nadas Cinzentos, Mal Encarados e Desagradáveis! Dos Nadas que nada contribuem para os meus nadas que se chamam Nadas Felizes Revitalizantes. Decididamente, não combinam com os meus nadas.

Eu considero-me uma pessoa que precisa de fazer mesmo nada, e adquiri, com o passar dos anos, a arte de nada fazer, sem remorsos e angústias. Cultivo, quando posso, essa difícil e incompreendida arte.

Nada é um aspecto fulcral para o meu equilíbrio, para não dizer mesmo essencial. Quando me sinto muito poluída com tudo e mais alguma coisa, mergulho no nada. Resulta.

Ficar um fim-de-semana fechada em casa a ler um livro do princípio ao fim, comer, dormir, “vegetar”, ver filmes… mudar a terra à plantinha, olhar os gatos dos vizinhos, ouvir a chuva a cair, ver o pôr-do-sol, beber uma cevada na varanda, enquanto aprecio as cores do mar e do céu, tentando prever o estado do tempo para amanhã… são os meus nadas deliciosos, as minhas pausas tão desejadas, as minhas reticências, o Meu-Bem-Me-Querer.

Depois, na segunda-feira, mais rica, com muita vontade de partilhar, criar e mais serena, saio de casa e regresso a tudo que ficou para fazer ou por fazer.

Explicar porque gosto fazer mesmo nada, é-me difícil e enerva todo o meu ser que passa a fazer e a acumular contas com as provas dos "noves fora, nada!".

O importante é mesmo saber fazer nada, em alguns momentos da nossa vida.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

“Mas que chegava a este ponto – quem é que ia imaginar?”

O problema está exactamente no facto de só acordarmos quando as coisas chegam "a este ponto". Todos/as sabiam que ele lhe batia, mas até chegar a este ponto...
Quando nos convenceremos que esta é uma problemática embebida na forma como nos estruturamos enquanto sociedade? Que permitimos que a banalização da violência só nos provoque alguma reacção aquando destes casos extremos? Chegará o dia em que actuaremos na génese e não apenas na remediação do problema?


Boa Semana

domingo, 29 de novembro de 2009

Dúvida que me atormenta nos tempos livres (que são muito poucos)

Ou: O acordo ortográfico provoca-*me insónias.

Alguém me pode explicar (por miúdos) a justificação para a suspensão do hífen no presente indicativo do verbo haver?
Agradecida.

*Este pode ficar, não? Ufa!

Lullaby de Domingo



Já terminou sábado e eu com tanto que fazer.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Arcade Fire

Subsídios para a discussão com C. (ad eternum)

"Eu digo a palavra porque acredito que aquilo que não dizemos nós também não vemos, não reconhecemos ou lembramos. O que não dizemos transforma-se num segredo, e segredos, muitas vezes, criam vergonha, medos e mitos."
Glória Steinem in prefácio de Monólogos da Vagina
 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ai, minha vida!

"- Professorááááááá, dê-me o número do 112, a Jéssica está mal!!!!!!" "- Diz, aqui, no exercício da produção de escrita, que o texto deve ter, no mínimo, 110 palavras. Professora, pode ser umas palavras quaisquer?"

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma história natalícia

História da Menina Louca Procuraram toda a casa, toda a terra, Ninguém a achava. Ela estava no telhado atrás da chaminé, Olhava as estrelas e cantava. Estava tão feliz e sossegada! Olhava as estrelas e cantava. Meu Deus, está louca! Vamos levá-la. Estava tão feliz! Olhava as estrelas e cantava. in Um Ritmo Perdido, de Ana Hatherly (Obrigada, amigo, foi uma boa forma de iniciar o dia)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

La Domination Masculine

Tuer [seulement] les femmes


Boa Semana

Argumentos pró e contra "aimer pour la beauté du geste" Oui j'ai déjà aimé pour la beauté du geste mais la pomme était dure. Je m'y suis cassé les dents. Ces passions immatures, ces amours indigestes m'ont écoeuré souvent. (...) Mais lorsqu'on ose s'aimer pour la beauté du geste, ce ver dans la pomme qui glisse entre les dents, nous embaume le coeur, le cerveau et nous laisse son parfum au dedans.

domingo, 22 de novembro de 2009

Lullaby de Domingo




Desde que finalmente adquiri o Femina, as faixas têm rodado a uma velocidade considerável.
(mais faixas no link recomendado)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Viajar (e desejar)

"Can I come in?"
"No."
"Why?"
"I'm getting dressed."
"Precisely."
"Don't come in, please. You're going to be horribly tired of me. All the books say I'm supposed to guard my mistery."
"I want to watch you get mysteriously dressed."
Leonard Cohen, The Favorite Game
(directamente daqui - merci pour ton amitié )

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Lullaby de Domingo



Have you ever been alone in the night time
And you're thinking that you just don't know
And that feeling grows
Without control

(não percebo porque não é mais ouvido. Sou fã absoluta de tudo o que dele conheço)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A ler Derrida e Foucault

Por recomendação do Funes, claro.

Ai, estou tão confusa*

Mas desde quando o casamento civil é uma prerrogativa do catolicismo? A César o que é de César.

* Também gostei muito do conceito de anti-valor (em relação a homossexualidade e que coloca em perigo as famílias portuguesas - as dignas desse nome, claro, que umas são mais famílias do que outras), proferido por um dos responsáveis da Igreja em Portugal - não me recordo do senhor, eram tantos homens sentados à volta de uma mesa a decidir pelas consciências de  todos os católicos e católicas (?) deste País...


rostos quebrados...

Tive amigos que morriam, amigos que partiam
Outros quebravam o seu rosto contra o tempo.
Odiei o que era fácil
Procurei-te na luz, no mar, no vento.

No Tempo Dividido e Mar Novo, de Sophia de Mello Breyner

domingo, 8 de novembro de 2009

A descobrir*

Os intelectuais soen muy ben zurrar
na literatura na poesia no café
Ai how ridiculous ridiculous they are
é verdade ou não, Lord Byron, é ou não é?
Nas pastelarias nas igrejas no café
ai sobretudo sobretudo no café
é verdade ou não é, Lord Byron, é verdade ou não é?
Ai how ridiculous they are
zurrar o sabem no da fror
tempo em que as burras muito hão-de ganhar
como é de D. Dinis (com modificações) o teor


António Gancho, O Ar da Manhã 


*Foi-me apresentado por um colega que me tem surpreendido. De repente, numa sala repleta de nada, há alguém que realmente nos fala.



Mudam-se os tempos. E as vontades?

Ao que parece, devo ser das poucas que nunca leu Isabel Alçada e só sabe vagamente em que consiste a colecção Uma Aventura; portanto, até agora, apenas sabia que a senhora tinha escrito uma catrefada de livros juvenis nos quais nunca pus olhinhos. Obviamente que li literatura juvenil; recordo-me das leituras a más horas das colecções Colégio das Quatro Torres  e d Patrícia. Esta última foi decididamente a minha paixão mais violenta; era viciada na miúda ruiva e sardenta que andava com um grupo de amigos e um cão em actividades detectivescas (e que obviamente nunca tive a sorte de me acontecerem).  A veneração prolongou-se  até por volta dos meus 12 anos e até aí reuni  todos os livros que consegui apanhar (ano após ano constavam da minha lista de presentes a pedido nos anos e no Natal). Recordo a ofensa que foi ouvir a alguém que aquela paixão haveria de passar. O ultraje foi enorme e secretamente jurei nunca trair a autora de Patrícia, nem a Patrícia, nem o Tim, nem todos os outros. Ao fim de tantos anos, não recordo quem escreveu, nem me lembro da maior parte das personagens. Relego Patrícia apenas para a minha infância e sei que é uma heroína datada.
Por tudo o que desinspiradamente expus anteriormente, não percebo o entusiasmo quase unânime com a mudança para Isabel Alçada. Não compreendo como pessoas adultas colocam esperanças numa pessoa única e exclusivamente porque fez parte do seu universo infantil; ainda que importante, o facto de ter escrito livros juvenis não lhe confere mais ou menos competências para exercer o cargo que agora inicia. Não me interpretem mal; não condeno a senhora por tê-los escrito, nem tão pouco vaticino um desempenho menos brilhante porque os escreveu. Apenas não consigo vislumbrar qualquer correspondência entre o que escreveu e o cargo que agora ocupa. Prefiro esperar para ver.

Confesso que me preocupa o facto de a saber crente em Sócrates.

Lullaby de Domingo

  Fly with aeroplanes (quando nos permitem)
Out of here



Hoje apetece-me veludo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

Beijo-te (Rodin)
Beija-me (Rodin)

o sorriso

Creio que foi o sorriso,
sorriso foi quem abriu a porta. Era um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr, navegar, morrer naquele sorriso. Eugénio de Andrade

Lullaby de Domingo



In the mood

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Na avaliação, o tempo ditará, mas ninguém o ouvirá.

Passei a semana a ver crianças a correr tresloucadamente e aos gritos nos corredores, nas salas e nos jardins do recinto da escola. Crianças a discutirem com os professores, funcionários e com tudo que se mexia... Crianças mal-dispostas e com o dedo acusador para o colega do lado. Crianças a serem acusadas de roubos e agressões. Crianças a destruírem material. Crianças a enganar os professores e os pais. Crianças sem vontade de ouvir. Crianças a fazer exigências, a mentir e dizer palavras feias, muito feias, feiíssimas. Gostam de gritar, mas não têm tempo nem vontade de ouvir. Crianças que não admitem advertências... conselhos. Não têm tempo nem vontade de ouvir. Crianças a odiarem os adultos!! Crianças sem tempo nem vontade de ouvir. Crianças que só proferem e percebem frases do tipo imperativo e da forma negativa; e que acreditam que o seu futuro passa por aguentar o máximo de tempo na escola. Crianças sem tempo nem vontade de ouvir. O parâmetro mais importante na avaliação de desempenho dos alunos é o tempo, não importa em que nível, nem o conhecimento que possam adquirir. Aprender a aperfeiçoar o fazer mal sem olhar a quem, a quê e nunca perceber o porquê. A avaliação do professor passa pela resistência psicológica, pela resistência dos ouvidos e da garganta. Vamos ver quem e que vai ter as melhores notas: os professores ou os alunos? Eu cá choro por todo este leite derramado... Que desperdício!

Cogitações avulsas de uma saudosista

Inicio a leitura de um post que mistura Coimbra, Faculdade, cabelos longos e utopias de início de percurso. Imediata e inadvertidamente, redesenho a leitura como se da minha Coimbra e do(s) meu (s)ano se tratasse(m). As minhas personagens povoam o texto até ao momento em que uma data lhes rouba existência; a autora do texto refere-se a 2002 e nessa data já não havia Coimbra para mim (apenas Coimbra em mim).

domingo, 25 de outubro de 2009

Histórias da Madeira Nova

Numa região que se diz de brandos costumes e que acena esquizofrenicamente com o estribilho de Madeira Nova, são 86 as queixas mensais formalmente apresentadas e referentes a violência doméstica.  O que equivale a uma média diária de 3 queixas.
É verdade que as coisas tendem a melhorar; se há uns anos atrás o fenómeno nem era considerado, hoje há um esforço para que a realidade não continue tão cruel.  É uma boa notícia, a existência de um Plano Regional Contra a Violência Doméstica, é uma boa notícia a existência de 3 casas abrigo, é uma boa notícia a sensibilização e especialização de agentes da autoridade  para este tipo de crime. É excelente o trabalho desenvolvido  pela equipa do Centro de Segurança Social da Madeira e de todas as associações que se dedicam a este flagelo. Mas, como muito bem aponta André Escórcio, não bastam as medidas de remediação e de apoio à vítima, ainda que essenciais. E certo é que essas medidas, pela natureza difícil deste tipo de crime, penalizam ainda mais a vítima, que é quem se esconde e modifica toda a sua vida em função da intolerância de outrem. É preciso ir mais longe no combate a este tipo de crime e apostar na sua prevenção; parece-me essencial que a problemática seja trabalhada nas Escolas, na formação das nossas crianças que convivem com esta realidade e estruturam desde cedo os relacionamentos a dois a partir do princípio de propriedade. É preocupante constatar que em muitos casais adolescentes existam já casos de intolerância em relação ao comportamento do outro; que se valorize a questão do ciúme - que em última análise conduz a comportamentos mais violentos. É preciso apostar na educação dos afectos, na medida em que muitos dos/das nossos/as jovens nunca tiveram exemplo de uma relação saudável em casa e tendem a repetir comportamentos.



 (Helena Almeida)


É absolutamente necessário apostar no esbatimento dos preconceitos de género ainda tão arreigados na RAM, em que muitos homens consideram que o comportamento de galo da capoeira ainda está muito bem cotado e em que muitas mulheres consideram que quem deve mandar lá em casa é o elemento do sexo masculino e que ainda precisam de quem delas tome conta.O mais trágico é que este tipo de crença não se verifica somente nas franjas mais empobrecidas; estes princípios são repetidos um pouco por todo o lado, por pessoas que tiveram a oportunidade de crescer e não a aproveitaram condignamente, pessoas com responsabilidade no amanhã da Região e que continuam a perpetuar os costumes sexistas numa Madeira Nova por vir. Não basta anunciá-la, não basta desejá-la. É preciso construí-la e o trabalho começa desde cedo.
É lamentável que um projecto como o EQUAL - Projecto Agir Para a Igualdade  não tenha encontrado eco na maior parte das escolas do Funchal, ainda que há algum tempo sejam convidadas para as sessões de sensibilização. Neste ano lectivo, apenas uma escola do Funchal aderiu ao projecto (e curiosamente é o Concelho onde se regista maior número de queixas). Todas as outras escolas integrantes do projecto são de outros concelhos. (o que é, obviamente, uma mais valia para as regiões a que pertencem). Mas não deixa de ser curioso que seja no dito centro da Região, onde a intelectualidade regional tende estar concentrada, que não haja suficiente sensibilização para estas questões.  Esclarecedor, não é?

Lullaby de Domingo



Sou capaz de ouvir isto ininterruptamente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Considerações rápidas sobre VPV

Medíocre, é a única coisa que me ocorre ao ler a sua crónica, sobre a qual recebi recomendações via sms. E nada mais precisa ser dito.

(E não, Sancho, com isto não quero legitimar as afirmações de Saramago, até porque não as ouvi).

sábado, 17 de outubro de 2009

Feministas honestas têm ouvidos

Desafia-me o Sancho a responder a uma das suas muitas provocações; percebo-lhe o horizonte  e a finura. Poderia deixar passar em claro, já que o silêncio também escapa radicalmente a caracterizações de conveniência, mas concedo ao Sancho a dádiva da dúvida e assumo a sua pergunta como sendo questionamento genuíno e isento de malícia.

Comecemos (que já não é um começo,  dado que este género de diálogo entre nós tem sido, ao longo dos anos, ininterrupto).
Começas por apresentar o Feminist Philosophers como sendo uma associação (concedendo o facto de ignorares se legalmente constituída). Foste muito mais longe do que sou capaz de ir. Nunca vi Este Blog Que Seja Seu como uma associação (ainda que legalmente por constituir), nem o Conspiração às Sete como espaço promotor de uma associação conspiradora (por natureza fora da legalidade). 

Na senda deste primeiro ponto, questionas a possibilidade de uma filosofia feminista e apresentas generosamente como contraponto não acreditares igualmente na possibilidade de uma filosofia machista. Começo pelo fim, dado que é conceptualização há muito debatida entre nós, julgando-a eu mais do que debelada: não percebo porque insistes em contrapor feminismo com machismo. Machismo reflecte um posicionamento que procurou e procura inferiorizar as mulheres, ao passo que o feminismo reflecte um pensamento (com múltiplas correntes, sublinho) que pretende um estatuto para as mueres que não as inferiorize em relação aos homens. Falamos, portanto, de conceitos muito diferentes, na medida em que o primeiro procura subjugar as mulheres, enquanto que o segundo pretende libertá-las (o que não significa inferiorizar os homens, note-se). Logo, colocas-me perante um oxímoro quando formulas a questão em tais termos, o que não deixa de ser irónico.

Perguntas, retoricamente, como pode a filosofia ser machista. Não é, respondo-te.  Mas não prossigo tão rapidamente para outro ponto como se a questão estivesse resolvida com esta negação. Basta atentar na História da Filosofia para perceber que, em muitos casos, os filósofos representaram as mulheres a partir de um ponto de vista  profundamente depreciativo; isto significa que não sendo a Filosofia machista, os seus intervenientes podem efectivamente  veicular horizontes falocentricos. Leia-se Platão e Aristóteles, Tertuliano, Santo Agostinho, Rousseau e  Nietszche (que exemplarmente citas), entre muitos outros. Obviamente (e é um obviamente devidamente  sublinhado) que há que ter em conta os contextos em que os mesmos desenvolveram concepções de inferiorização do feminino - é difícil estar acima da sua época.

 À pergunta (que considero outra por tudo o que foi explanado anteriormente - e anteriormente não me refiro apenas a este post), de como pode a filosofia ser feminista, respondo de igual modo. Mas sublinho novamente que não sendo a Filosofia feminista, as questões feministas  podem ser pensadas a partir de um discurso filosófico, como de resto foi feito e continua a ser feito; atente-se no trabalho de Santo Anselmo, de Stuart Mill, de Lévinas ou de uma Cixous, para nomear muito poucos/as.
Extrapolando bastante o que me é possibilitado responder (não detenho conhecimento de causa suficiente para acreditar que as/os autoras/es do blog subscrevam tudo o que aqui escrevi) não considero escandalosa a existência de um blog em que se assume uma correlação entre o discurso filosófico e o feminismo.


(Nicholas Stael)

Não tem havido uma neutralidade sexual nos textos filosóficos, nem por parte de quem os escreve nem por parte de quem os lê. Mas é a partir da  assunção  lúcida e corajosa desta dissimetria que podemos aspirar a pensar um Pensamento anterior e para além da diferença sexual.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fim-de-semana, posso?

Pedem-me o e-mail para, durante o fim-de-semana, enviarem carregadas de T.P.C.´s!! É grelhas e mais grelhas para preencher!! Devem julgar que um professor não tem vida pessoal e que não precisa de descansar!! Apetece-me dizer: “Apaz!!!! N´há pachorra!”* Tradução: Ó rapaz!!! Não há pachorra!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que eu gosto do Louboutin e do Lauren

Enquanto este tipo de estética continuar a ser premiado pelas imbecilidades que produz, não chegaremos a lado nenhum. 
Proponho tentem enfiar-se nos trapos e solas que desenham; a ver se têm bustos e tornozelos mais delicados.
(Já estivemos mais longe do pézinho enfaixado e dos desmaios por falta de oxigénio).

Serviço Público (via Jugular)

Quem quiser ter uma ideia em relação ao novo trabalho de Tom Waits, pode passar por aqui, deixar o endereço electrónico e esperar que lhe seja enviado o link para download de algumas faixas do novo trabalho. Enjoy it.

Silêncio ressoante




Nos próximos tempos, acordar e adormecer assim.
(regresso às emoções de infância, mas agora na comodidade do lar)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Assumamos

Em vez de estarmos com soluções intermédias, de quem viu, gostou, recomendou, acha que sim, propõe assado... em vez destas soluções intermédias que nos levam a lado nenhum (muito menos à Finlândia), tenho para mim que o Sócrates devia ir à fonte dos milagres: propor ao ministro da educação Finlandês que venha assumir o cargo e ponha a casa em ordem. Para quê rezar aos santos quando se pode pedir a Deus?
E já agora, substituir o nosso primeiro pelo primeiro finlandês. Era capaz de ser coisa para resultar. Sendo que deve ficar bem claro que não aceitamos devoluções.

domingo, 11 de outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

A mí me gusta


"¿qué importa si el universo se expande interminablemente o se contrae? Esto es asunto sólo para agencias de viajes."
Jaime Sabines

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

As meninas

E já agora anexem um cérebro para ofertar  às aderentes.
No caso de quem idealizou tão grande estratégia de inovação, temo que só um cérebro não seja suficiente.

Na Região, nem toda a gente alinha por este diapasão

Em terra que raramente se utiliza os conceitos de forma fidedigna e rigorosa - o facismo e o comunismo estão na boca de todos e serve para apodar a todo/a e qualquer um/a que não alinhe - mais uma demonstração ridícula da intolerância manchou as primeiras páginas: ao que parece AJJ  diz só admitir polícias naturais da Região nas múltiplas inaugurações realizadas em vésperas das autárquicas (mas que obviamente não visam "fazer campanha"). Grave é já não estranharmos este tipo de vociferações absurdas e que em nada dignificam as gentes que, apesar de tudo, não se identificam com esta postura. E pergunto-me quantos das fileiras do PSD regional coram de vergonha ao ouvir tais desmandos.
Ainda assim, relembro: pode parecer estranho, mas na Região, nem toda a gente alinha por este diapasão.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Venenos e Remédios

"- Então, Excelência - inquire o velho Sozinho - tão cedo e já a chatear as moscas? - Que se passa, Suacelência? - pergunta o português, emendando a indelicadeza do seu paciente. - A rapaziada da banda eleitoral - suspira, contendo uma emergente onda de fúria- a rapaziada fugiu com os instrumentos. - Mas isso é um bambúrrio de azar. Então os bandos roubaram-lhe a banda? Ignorando o tom irónico da pergunta, o Administrador acena com gravidade. Não se tratava, segundo ele, de um simples furto. Aquilo era uma cabala política, manobra dos inimigos da Pátria. - Um feiticeiro conhece todos os feiticeiros...- ironiza o velho Sozinho. - Por que não me respeita, Bartolomeu? A mim que fiz tanto pelo país? - O país preferia que o senhor não tivesse feito nada. - Por que não gosta de mim? - Eu gosto da minha terra, da minha gente. E o senhor gosta de quem? Contudo, o Administrador já desandou, estrada a fora, coxeando levemente. Bartolomeu e Sidónio ficam olhando a figura do dirigente desvanecer-se como se assistissem ao seu ocaso político. - Sinto pena dele - admite o português. - Pois eu estou-me merdando para o gajo - remata Bartolomeu. (...) - Posso fazer-lhe uma pergunta íntima? - Depende - respondeu o português. - O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor? - Sim. - Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar. O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteiras da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos. - Me receite um remédio para eu desmaiar. O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir. - Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre. Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso."
In Venenos de Deus, Remédios do Diabo, Mia Couto