Estou fascinada com toda a história que rodeia a pulbicação de As Canções de António Botto.Então, como agora, os/as detentores/as da moral e bons costumes apressaram-se a cerrar fileiras e a trocar galhardetes. Raul Leal redige um texto - Sodoma Divinizada - que incedeia a facção que carrega a bandeira da moral e dos bons costumes, à altura carregada pelos... estudantes de Lisboa. Assim, cá vos deixo o texto inspirado com que os piedosos estudantes se dirigiram aos homens honrados (uma expressão que, a esta distância, se me afigura de uma comicidade ímpar):
AOS PODERES CONSTITUÍDOS E A TODOS OS HOMENS HONRADOS DE PORTUGAL
(pela Liga de Acção de Estudantes de Lisboa)
Não vimos tratar de política, nem trazemos também um novo programa de partido, pronto a salvar o país.
Simplesmente, na nossa função de trabalhadores do Espírito e de soldados da Ciência, entendemos que é chegado o momento do erguermos a nossa voz para ser escutada por todos aqueles que a possam compreender.
A situação de Portugal é desgraçada.
Profundamente e totalmente.
A nós, fere-nos mais de perto, na nossa sensibilidade, a parte moral e intelectual da derrocada que nos rodeia.
É dela que vimos falar.
Não queremos agora aprofundar causas ou apontar responsabilidades. Basta que constatemos os factos e apontemos o caminho a seguir.
De dia para dia o mal é mais fundo e mais avassalador. Derrubaram-se todas as fronteiras do espírito entre a inteligência e a loucura, entre a beleza e a perversão.
Mascarados em mil hipocrisias literárias, em pseudofilosofias extravagantes, encobrindo a sua animalidade em frágeis farrapos de escolas inverosímeis, todos os baixos instintos humanos, numa liberdade desvairada, se erguem, alastram, dominam como flores de pântano no crepúsculo triste duma terra abandonada.
É contra essa dispersão, contra essa inversão da inteligência, da moral e da sensibilidade, que nós gritamos numa revolta sagrada da nossa dignidade de homens, o protesto vibrante dos que não deixam cerrar os seus olhos à luz da Verdade.
Já não se paira, por desgraça, no campo das atitudes snobs e literárias. Atingiu-se a última abominação, aquela que nas tradições bíblicas fazia chover o fogo do céu.
Urge a reacção pronta e implacável. À frente dela se levanta a nossa mocidade forte e resoluta. Nas nossas mãos brandimos o ferro em brasa que cicatriza as chagas.
A quem manda nós apontamos hoje a necessidade imperiosa de fazer justiça. É preciso que os livreiros honrados expulsem das suas casas os livros torpes. É necessário que os adeptos da infâmia caiam sob a alçada da lei, que um movimento enérgico de repressão castigue em nome do bem público.
Que a justiça venha e implacável!
Simplesmente, na nossa função de trabalhadores do Espírito e de soldados da Ciência, entendemos que é chegado o momento do erguermos a nossa voz para ser escutada por todos aqueles que a possam compreender.
A situação de Portugal é desgraçada.
Profundamente e totalmente.
A nós, fere-nos mais de perto, na nossa sensibilidade, a parte moral e intelectual da derrocada que nos rodeia.
É dela que vimos falar.
Não queremos agora aprofundar causas ou apontar responsabilidades. Basta que constatemos os factos e apontemos o caminho a seguir.
De dia para dia o mal é mais fundo e mais avassalador. Derrubaram-se todas as fronteiras do espírito entre a inteligência e a loucura, entre a beleza e a perversão.
Mascarados em mil hipocrisias literárias, em pseudofilosofias extravagantes, encobrindo a sua animalidade em frágeis farrapos de escolas inverosímeis, todos os baixos instintos humanos, numa liberdade desvairada, se erguem, alastram, dominam como flores de pântano no crepúsculo triste duma terra abandonada.
É contra essa dispersão, contra essa inversão da inteligência, da moral e da sensibilidade, que nós gritamos numa revolta sagrada da nossa dignidade de homens, o protesto vibrante dos que não deixam cerrar os seus olhos à luz da Verdade.
Já não se paira, por desgraça, no campo das atitudes snobs e literárias. Atingiu-se a última abominação, aquela que nas tradições bíblicas fazia chover o fogo do céu.
Urge a reacção pronta e implacável. À frente dela se levanta a nossa mocidade forte e resoluta. Nas nossas mãos brandimos o ferro em brasa que cicatriza as chagas.
A quem manda nós apontamos hoje a necessidade imperiosa de fazer justiça. É preciso que os livreiros honrados expulsem das suas casas os livros torpes. É necessário que os adeptos da infâmia caiam sob a alçada da lei, que um movimento enérgico de repressão castigue em nome do bem público.
Que a justiça venha e implacável!
2 comentários:
Eh pah o comunicado está engraçado.
Os portugueses vivem no terror de serem homossexuais, mas a realidade é que de facto são, enterram-se no casamento e filhos, para fugir, mas o bichinho está lá no fundo a corroer.
Credo! Livrai-nos de todo o mal.
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