terça-feira, 30 de maio de 2006

ESTA AGORA! OS PAIS VÃO AVALIAR OS PROFESSORES!! Mas quais são os critérios? Mas que politiquice é esta? A dum país onde se cultiva a demência!
Que povo tão estúpido!! A choldraboldra generalizada!!!
Resta-me esperar que os espanhóis voltem a invadir este território. Que tenham coragem!! Às armas e que marchem!

Livro das horas (aparentemente) sossegadas



Ler Virgínia Woolf é para mim um assombro! Os pensamentos tomam formas...
Gradualmente, todo o ser imerge num tempo sem ontem nem amanhã... e através dum trajecto introspectivo consegue-se desvelar imagens e "sentires" que sempre fizeram parte nosso próprio ser! Esta escritora conseguiu moldar o invisível!
Sabendo que eu gosto de Virgínia Woolf, mas que nem sempre tenho tempo para ler prosas extensas, um ente amigo e querido ofereceu-me Os Contos. O livro contém partes das obras mais conhecidas. Julgo que foi uma prenda de Natal. Adorei. Elegi-o como meu confidente e permaneceu na minha mesa-de-cabeceira durante algum tempo. Foi o livro das horas aparentemente sossegadas.
Por vezes, devido a muitas situações em que nos deparamos nesta passagem pela vida, o espelho-meu- espelho-meu- diz-me- quem –sou-eu confunde-nos, ou melhor, ofusca
-se ainda mais! A nitidez (improvável) é a imunidade ou o equilíbrio da existência.
Surge então uma reflexão, no referido livro, com a qual me identifiquei muito! E quem dera a mim ter escrito: "O que eu quero é poder apanhar uma sequência de pensamentos agradáveis, uma sucessão que possa reflectir indirectamente a minha própria capacidade, porque há pensamentos agradáveis, até muitas vezes no espírito cor de rato das pessoas que menos gostam de ser elogiadas. Não são os pensamentos que nos lisonjeiam directamente; mas são eles próprios que estão cheios de beleza(...)
A todo o momento vou construindo uma imagem de mim própria, apaixonadamente furtiva que não posso adorar directamente, porque se o fizesse, cairia imediatamente em mim e deitaria a mão a um livro num gesto de auto-defesa. É curioso, com efeito, como uma pessoa protege a sua própria imagem de toda idolatria ou qualquer outro sentimento que a possa tornar ridícula ou demasiado diferente do original para ser verosímil."
Virgínia Woolf
Não refiro o nome do autor da pintura porque não consegui saber... peço desculpas


segunda-feira, 29 de maio de 2006

"Apanhado em flagrante delitro!"



À sua Bebé amada, Ofélia, o Poeta oferecia a sua fotografia com a dedicatória...
Fernando Pessoa em flagrante delitro.
(Depois deste feito, veio a reconciliação... Ofélia apreciava o bom sentido de humor!)

domingo, 28 de maio de 2006

Lullaby de Domingo...


Não finda o mês sem...

"No language, just sound, is all we need know"

sábado, 27 de maio de 2006

Gostei da pergunta. AMEI a resposta:
"(...)é uma figura pública em qualquer parte do mundo devido ao seu extenso trabalho na área da nanotecnologia. Desenvolveu um método de produção em "culturas artesanais" de um antibiótico que permite erradicar a malária em todo continente africano em poucos anos. Um verdadeiro heroi."

Gostava de lá ter estado.
Para fuzilar, como é óbvio!

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Ai não vai, que não permitimos!

Muito inspirada, a minha Amiga Egípcia. Eça tem esse dom, de inspirar quem na sua obra ousa beber (ainda que os meus meninos o acusem de os secar, os imberbes)...
Quanto ao toque e fuga... Agora que o Sol (apanágio de suas terras) nos toca, não se chegue ao teclado apenas desta vez. Até porque o teclado chega à Beira. Volte mais, que as responsabilidades à beira-sol cresceram.

Eu também VOU...


(Salomé con la teste del Battista, Caravaggio)



Eu também VOU…

In locus Cine Café, Latin e eu, lemos o teu post… WOAB. Depois, em jeito de duas velhas amigas, cujo silêncio não incomoda e que não tem que ser interrompido, retomámos aos nossos afazeres. Ela com as suas matemáticas e eu com as minhas divagações supérfluas. Actualmente, padeço de Estupidez Galopante, diagnosticada pelos amigos e família (só a eles é que permito tais observações!). Mas é passageira!
Entretanto, ao som da música Knocking on Heaven´s Doors interpretada pela voz esganiçada de Axl Rose que em tempos foi um dos meus ídolos, ia lendo algumas passagens d’ Os Maias… O João da Ega, autor das Memórias de Um Átomo ou da inacabada obra Lodaçal, é uma personagem excessivamente intensa e fenomenal! Defende com unhas e dentes o naturalismo na arte; entra facilmente em colisão com certas personagens e situações; sempre provocador, o Mefistófeles! É sem dúvida aquele que mais me prende a atenção… Contudo, na intriga principal, ou seja, a relação incestuosa de Carlos e Maria, existem partes (as descritivas) que eu gosto particularmente. Eça de Queirós coloriu realidades de uma forma inaudita, muito absorvente. E aqui fica um cheirinho: “ Mas Maria Eduarda não gostou destes amarelos excessivos. Depois impressionou-se, ao reparar num painel antigo, defumado, ressaltando em negro do fundo de todo aquele oiro - onde apenas se distinguia uma cabeça degolada, lívida, gelada no seu sangue, dentro de um prato de cobre. E para maior excentricidade, a um canto, de cima de uma coruja de carvalho, uma enorme coruja empalhada fixava no leito de amor, com um ar de meditação sinistra, os seus dois olhos redondos agoirentos… Maria Eduarda achava impossível ter ali sonhos suaves.”
E tudo para dizer que também me VOU por uns tempos! Vou para a Beira! Longe de exames! Au revoir!
A teu pedido, cheguei-me ao teclado! Boa época de exames!

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Porque não quis arriscar 7 Palmos de Terra:


" It's just so fucking big. I mean, it's all going by so fucking fast.
Would you change anything?
Like what?
Like who you're with or what you do or what kind of person you are. Because if you would, do it now.
Whoa, dude. That's really harsh.
Look, this is it, Tom! This is all we have. Right here, right now."

Danke, Everything.

E o que tenho, aqui e agora - e nos próximos tempos - é trabalho a mais e neurónios a menos.
O que mudaria? A porcaria da data da maior parte dos festivais! Por cá Eu Vou... mergulhar na época de exames, exames, exames, exames, exames, exames, exames, exames, exames...
Nefertiti, chega-te ao teclado!

terça-feira, 23 de maio de 2006

"Nós, os Filósofos"

Sei que já toda a gente bateu no Carrilho. Sei também que o assunto já tresanda. Mas não consigo deixar passar em branco; como é óbvio, não li o livro. Como é ainda mais óbvio, ontem não acompanhei o prós e contras na íntegra, porque não quis arriscar 7 palmos de terra para um Carrilho e um Pacheco Pereira (os restantes ajeitavam apenas o painel). Mas o que acompanhei, foi suficientemente nauseabundo.
Como é possível alguém alegar que não cumprimentou o adversário, porque julgava não estar a ser filmado? E que essa é a diferença entre o Público e o Privado? E afirma isto, como se estivesse a demolir a argumentação contrária! A minha questão é a seguinte: o senhor acredita mesmo naquilo (parece-me difícil) ou substima tanto a inteligência dos outros que acredita que os restantes se ficam com aquela pérola?
No que diz respeito à vaidade (referenciada exaustivamente por todo o lado) do senhor, não pude deixar de me ficar a matutar... é que o universo dos que ensinam filosofia está pejado de Narcisos de saltos altos, toldados com o que acham que os distingue e eleva em relação aos restantes mortais.
É, muitas vezes, os seus supostos defensores agem como se a filosofia de uma rameira se tratasse.
Se há coisa que mais me irrita é ouvir alguém afirmar à boca cheia "Nós, os filósofos". Como se a porcaria do um diploma ateste realmente alguma coisa!

domingo, 21 de maio de 2006

O Estranho Caso do Fato de Domingo À Noite.

Oh, Joy! Ainda de olhos molhados de tanto rir, depois de ver a introdução a essa maravilha que decorre na Sic, a saber, os globos de ouro (não fazem por menos).
Se a noite prometia brincadeira com a (re)volta da Bárbara Guimarães aos directos (em pose de Tenente), a brincadeira não começou por menos. Risível a passadeira vermelha com o pessoal-zinho a atravessá-la com pose de estrela, travados pelos repórteres (??) de serviço a perguntar pela assinatura dos trapinhos.
Terão tido acções de formação onde reviram as entregas de prémios lá fora? As poses, os sorrizinhos, as perguntinhas... tudo muito ridiculozinho!
Amei o engano: "Então vens vestida de quem?"

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Welcome To The Machine

Rompo a intencionalidade de só colocar música no início de cada semana, aos finais de Domingo. Pelo post que cá coloquei hoje.
Por isso aqui fica, em transgressão, em final de semana.



Welcome my son, welcome to the machine.
Where have you been? It's alright we know where you've been.
(...)
And you didnt like school, and you know you're nobody's fool,
So welcome to the machine.
Welcome my son, welcome to the machine.
What did you dream? It's alright we told you what to dream.
(...)
So welcome to the machine.

Os exames que eram e os que passaram a ser.

No que diz respeito ao presente ano lectivo que, como todos sabemos, na verdade não está a acontecer (o tempo de serviço na função pública foi "suspenso" por um ano, pelo que trabalhamos numa espécie de limbo - é mas não é), tudo corre bem no Ministério da Educação. Ou seja, seguem à risca esta acepção do ser e não ser. No que diz respeito ao 11º ano de escolaridade, as surpresas têm sido a alegria das aulas de várias disciplinas.
Temos um exame de filosofia que estava para ser e que, miraculosamente (ou seja, por despacho) a meio do ano deixou de ser, para retornar à vida em relação aos alunos que dele necessitarem para ingresso no ensino superior. Entretanto, porque a situação ainda era demasiadamente simples, durante algum tempo foi decidido que o exame nacional também seria feito pelos alunos que necessitassem de fazer exame de equivalência à frequência; entretanto, acharam má ideia e esta última nuance também foi revogada. Resultado, a determinada altura, as aulas foram bem animadas, com todas estas novidades. Os alunos acharam um piadão e ainda hoje temem que, a esta altura, o exame nacional regresse por entre as brumas. Mais um esforço.
Por outro lado, temos o caso da Físico-Química. Esta disciplina começou o ano com uma cotação baixa; os alunos optariam ou não por fazer exame. Entretanto, o Ministério que achou que os alunos andavam demasiado felizes e contentes com este carácter de opcionalidade, decidiu (por alturas das primeiras brincadeiras com o exame de filosofia)que afinal o exame de Físico- química seria obrigatório. Foi uma época interessante, com alguns alunos a ameaçarem cortar os pulsos e a exigirem o regresso do exame de filosofia. Entretanto, conformaram-se. Mas o Ministério, atento à possibilidade de um bom desempenho, assegurou que não existisse qualquer prova modelo, pelo que os alunos poderão experimentar a adrenalina de fazer um exame sem que o próprio professor saiba bem para que os preparar. Radical, não?
Mas, ainda assim, parecia tudo muito fácil. Vai daí que os alunos estão hoje, dia 19, a fazer um teste intercalar de Matemática que contará com 20% para a nota e do qual só tiveram conhecimento (eles e os professores) há sensivelmente duas semanas.
Por tudo isto, há que louvar o esforço que o Ministério tem efectuado este ano, para manter as escolas animadas. Os alunos estão a adorar todas estas manobras e nós, que temos que os informar de tudo, também. E gostamos ainda mais quando o comentário é: "Estes professores não sabem o que querem."
Ah, e no final disto tudo, se correr mal, sempre quero ver quem serão apontados como culpados.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Dia internacional do museu, 18 de Maio



São testemunhos, memórias e identidades!
Dezoito de Maio, dia internacional do Museu!
Eu vou "mergulhar" no mais próximo...

Boas visitas!!

Desassossegos



Anda com o terror estampado nos olhos enormes.
No início, tratou-o como trata a todos: a pontapé. Ou melhor, à unhada. O problema é que ele não se deixou ficar. Para além de retribuir, volta sempre.
É feio. Ou pelo menos, não toma conta de si. Anda sempre com um ar sujo, de quem viu água poucas vezes na vida. E ela, que é uma tipa asseada (num grau quase obssessivo, na verdade) não tolera - nem o aspecto, nem o cheiro. Depois daquele primeiro embate, fez por ignorá-lo. Deixou-o do lado de fora do vidro da porta, a observar-lhe os movimentos seguros, as limpezas, o sono. Na verdade, exibia-se para ele, atirando-lhe ao focinho a sorte de cuidar-se entre quatro paredes. Ele, do lado de lá, pacientemente a cozinhar o ódio, com a ameaça a rondar-lhe o olhar: "Se te apanho, estás lixada."
O confronto foi inevitável: primeiramente, numa das suas incursões despreocupadas pelos arredores. De repente, ele salta sabe-se lá de onde e ela só se viu a salvo em casa. Registou que tinha que ter mais cuidado.
Depois, aconteceu a porta ter ficar inadvertidamente aberta, porque ninguém previa a ameaça. Atacou-a em casa, completamente adormecida e, portanto, vulnerável. Precisou de toda a força e garganta para o empurrar dali para fora.
Mas ele volta. Sempre. Por vezes encontra apenas o vidro e ela sente-se confiante e até lhe lança um dos seus esgares de superioridade. Outras vezes tem azar e ele consegue entrar. Aí, tudo de novo, a luta para poder respirar, livrar-se dele, daquele cheiro nauseabundo que quase a faz perder os sentidos.
Sabe-o à espreita. Na esquina mais próxima. Que já não pode sair despreocupadamente para cheirar o aroma da terra e das flores. Sabe que tem que ter cuidado.

domingo, 14 de maio de 2006

sábado, 13 de maio de 2006

Agora que já sabemos...

E a partir da descoberta anterior - da condição de agradabilidade, percebo agora o apelo pungente que assaltou nos últimos tempos os intervalos televisivos. Só agora se fez luz quanto ao contributo da mulher para a Selecção Portuguesa - os bravos que partirão para o combate pelo orgulho da Pátria (reduzido a bola, cerveja e tremoços).
A mais bela bandeira de Portugal...
E o pior, é que muitas mulheres responderão ao apelo de imbecilidade.

Andamos confusas...

... mas entretanto, há quem se empenhe em esclarecer-nos. Finalmente a simplicidade na condição:
"Dizem as Sagradas Escrituras que Eva foi criada para agradar a Adão." (aqui, surprise, surprise).

Mas já agora, se recorrem às (sagradas) escrituras, sejam corajosos e assumam a paternidade até ao fim.
Se a humanidade foi feita à imagem e semelhança de Deus, para quê moldar o que é feito à imagem da perfeição? Para quê o projecto de "moldar a beleza e o bem estar"?

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Andei por aqui...




... e ia tendo um ataque cardíaco.


Éramos 9 e, ao fim de 6 horas a andar (no total foram 6 horas e 40 minutos!), restou o consolo de insultar verbalmente quem se lembrou do percurso.
Eu por mim confesso que apeteceu-me passar do insulto ao empurrãozinho!

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Where Is My Mind 6 - A Prisão-Museu



"After these first 500 years os sucess, nothing like sitting back and enjoying a long failure."

A saída pela sala dedicada a Robert King, implica a descida até à nova galeria intitulada Museum Tate Wiki Kuwa "uma instituição nómada dedicada ao trabalho artístico de Leonard Peltier", líder nativo americano (da tribo Sioux), considerado prisioneiro político dos Estados Unidos pela Amnistia Internacional.
Esta é a galeria mais impressionante . Ao fim das escadas, o visitante encontra-se imediatamente inserido na própria instalação, uma prisão- museu ou um museu prisão, com trabalhos a óleo de Peltier .
Desde o cimo da galeria até ao chão que pisa, a contabilização dos anos do encarceramento (desde 1977). A contagem passa pelo espectador, conduzindo-o (ou pelo menos convidando-o) ao interior da réplica de uma cela, onde acaba por terminar a contagem.
A sensação é esmagadora.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Where Is My Mind 5 - A Pantera Enfurecida

Uma das galerias mais interessantes é dedicada a Robert King.
Porque pertencente ao Black Panther Party, considerado por Hoover, nos idos 60, como a principal ameaça interna dos Estados Unidos, permaneceu encerrado (jutamente com outros dois membros) numa prisão de alta segurança - ironicamente chamada Angola - durante 31 anos. A libertação aconteceu em 2001 (ilibado em tribunal), sendo o único dos chamados "3 de Angola" a estar em liberdade.
A ironia reside no facto de King ter aderido ao movimento depois de encarcerado por um crime que não havia cometido.

"Sem qualquer dúvida The Black Panther Party era um movimento revolucionário. Visava especificamente a população negra, mas geralmente abarcava toda a gente oprimida. Queria levar o povo a reconhecer a opressão a que estava sujeito e a identificar os responsáveis dessa opressão. Para depois a eliminar usando qualquer meio necessário."

"Juntei-me aos Black Panther na prisão. Fui preso em 1970 por um crime que não cometi, mas que tinha ocorrido num raio de 50 milhas da minha residência. Era comum a polícia considerar suspeito todo aquele que nas redondezas de um crime tinha cadastro. Ofereceram-me uma sentença de 15 anos de prisão; se me tivessem oferecido uma de dois ou três teria aceite. O normal, nessa altura, era que a polícia te mantivesse preso por 15 meses ou dois anos sem qualquer acusação. Fui a julgamento e mesmo sem que a testemunha me identificasse como autor do crime e fosse induzida a fazê-lo no tribunal, condenaram-me a 35 anos de prisão".

A primeira parte da instalação é impressionante; uma jaula, aberta à força, com uma pantera gigantesca a libertar-se, ocupa uma das paredes da galeria; as cores são particularmente agressivas, com o vermelho a dominar a imensidão da tela, as grades construídas a partir da tela, retorcidas em direcção ao espectador. A pantera fita-nos acusadoramente, jogando-nos o peso da sua captura.
A instalação é completada por fotografias e por um vídeo documental, onde Robert King nos fala. Particularmente pertinente a afirmação de que é simplesmente africano, já que a América nunca o tratou como americano.

A galeria torna-se pequena face ao peso que carrega nas suas paredes.

Hulk


Suburbanismos na América…e lá estava retratado o meu amigo brutal, incompreendido e degenerado Hulk! Verde de raiva!!

terça-feira, 9 de maio de 2006

The Lady Of The Ring






"Ora até que enfim..., perfeitamente...
(...)
Meu coração estourou como uma bomba de pataco,
E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima..."
(Álvaro Campos)




“ O prazer de fazer deve ser superior à necessidade de aprender” – é a máxima da Oficina da Criança.

Numa conversa de café, alguém que trabalha na Oficina da Criança (OC) deu-me a conhecer um projecto que passo a transcrever:

(…)
Matthew Lipman, um professor norte-americano, apercebeu-se de que os seus alunos universitários careciam de argumentação e discernimento, mas constatou que naquela idade era tarde para incutir-lhe tais capacidades e desenvolve um programa de Filosofia para crianças. Escreve livros cujos enredos suscitam questões por parte dos mais pequenos. Paula Gonçalves baseia-se neste método para ensinar Filosofia na Oficina da Criança. Explica que o objectivo “ é fazer com que a cabeça deles deixe de ser um depósito de ideias e sejam eles a questionar”. Por isso, as histórias que leva para as crianças, à semelhança de Lipman, “ não encerram ideologias ou moral”. Numa das sessões, as crianças deparavam-se com um problema: uma galinha tinha sido roubada e havia quatro suspeitos. A questão ia além de quem era o ladrão; tinha de se reflectir no acto em si, se havia boas ou más razões para o fazer. Paula Gonçalves menciona a dificuldade que tem em colocar os alunos a dialogarem, a parar para pensar antes de responder, sem influências da opinião do colega: “ tento sempre fazê-los ver que cada um tem a sua opinião e que temos de deixar de ter medo de dar a nossa. Até porque, conclui a professora, a Filosofia é irmos à procura de respostas e fazermos perguntas. Não sabemos tudo. E tento passar-lhes sempre essa ideia.”

As pequenas descobertas podem fazer a grande diferença!

Where is My Mind 4 - "500 Years of What"?

"History says the best way to travel to new and exciting places is aboard a hero's ship. Though, if one is a captive indian or an african slave one is not the hero but the merchandise and the merchandise has no history."

A partir daqui, e após a descida vertiginosa à primeira galeria, coloco os óculos de entrangeira em terra estranha. Na retrospectiva do trabalho desenvolvido ao longo de quase 20 anos, percebo/vislumbro/imagino o olhar de quem observa do exterior e consegue anotar os pormenores de quem passa invariavelmente despercebido.
Os Estados Unidos de costas voltadas para os seus.

O que mais impressiona no trabalho de Rigo é o testemunho, pelo seu punho, de todos aqueles que sem voz (não) povoam a história.
"Lunatics And Other Imperialists - a small step for a man, a huge step for mankind, and an extremely arrogant step for a nation" firma a intenção do muralista de expôr, no local próprio do anonimato - a rua, os cruzamentos, os prédios - toda a franja que é varrida e escondida em nome dos grandes feitos.
Tal como está patente numa das primeiras telas, a mercadoria não tem história - a não ser que a escrevamos por ela.

Where is My Mind 3 - Jam Sessions na óptica do espectador

Peões e Passadeiras, Jam Sessions, Rigo 84-23
Tenho suspensas nos dedos as palavras de Clarice Lispector: "Será preciso coragem para fazer o que vou fazer: dizer."
Apetece-me partilhar o espanto, o arrebatamento, a supresa. Mas o movimento próprio do espanto é exactamente o grito que se esgota antes de se soltar, preso na garganta - no caso, o entopercimento dos dedos, as palavras que se escapam por entre os meandros da memória. Precisava de fotografias; não de imagens, mas de estados de alma. Fotografar-me a mim própria durante o deambular pelas galerias apinhadas de surpresa.
Suspensa. Duplamente fora do mundo.
A Exposição traduz, num mesmo espaço, o trabalho desenvolvido por um "artista nómada, intervencionista urbano, muralista, conceptualista e, sobretudo, activista político." (Manray Hsu), no período de tempo compreendido entre 1984/2003.
A visita é realmente a experiência do improviso através da descoberta aleatória das inúmeras galerias.
Interessaram-me especialmente três.
Como é óbvio, a fotografia estava interdita...

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Where is My Mind 2 - na falência do projecto


Depois de algum tempo a preparar uma visita de estudo, já antevendo os meus alunos a deslizarem pelo corrimão de luz, depois de ter visitado a exposição-alvo e ter de lá saído a fervilhar de ideias para os conduzir pelas salas, cancelam-me a visita.
Boicota-se assim, a expansão de horizontes, boicotam-se assim, figuras em espanto.
Ainda assim, e porque me guardava para revisitar o local e a exposição - e só então sobre ela escrever, não adio mais a minha vontade.
Porque já não os posso provocar, pelo menos lá.

domingo, 7 de maio de 2006

O fim de semana morre, mas...



Tivesse esta voz (Nick Cave, é claro) a sussurrar-me algo ao ouvido e não me importaria...

sábado, 6 de maio de 2006

Where is My Mind - Fora do Mundo



Corrimão de Luz


Plantado

Algures por aqui.

(Última fotografia roubada ao o-ceu-sobre-lisboa.blogspot.com)



WHO CARES?
(Fotografia de Abelardo Morell)

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Um caso sério 5.

“É preciso que a mulher se escreva; que a mulher escreva sobre a mulher e que traga as mulheres para a escrita, da qual foram tão violentamente afastadas como o foram dos seus corpos.”
Hélène Cixous

Um caso sério 5.
Este é um caso que bisa a sua passagem por cá.
Mais uma vez, Dama em grande estilo.
Mais uma vez advirto que aqui só se queimam ceroulas. Temos por norma deixar os soutiens em paz.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Uma coisa leva a outra.

O vídeo anterior conduziu a este. Advirto desde já que não percebo nada de música, por isso tudo o que for escrito a partir daqui é a percepção de uma ouvinte cega, que tacteia os meandros da sua audição deseducada.
Curiosamente, Archive é o que tem rodado no rádio do meu carro... E hoje, ao voltar a casa, cansada depois de um dia de psicologia (barata?) vinha a ouvir esta (a versão de 16 minutos e tal de que falava o Juzelino). A lírica é terrífica, profundamente angustiante.
Quem ouve pela primeira vez, tem a sensação de que, por vezes, está a chegar ao final. Que o lamento, a dor está prestes a terminar; contudo, quando já se sustém por um ténue fio de (uma nota?) parece regressar, crescer cada vez mais, atingir novamente a raiva, o uivo, o apelo - para tornar a morrer... AGAIN. Porque os amores são realmente tramados, porque parecem morrer para se insidiarem novamente, quando tudo já parece adormecido. Porque a nota tende a voltar over and over again, até à derradeira. E é preciso olhar para trás para ter a certeza - tal como Orpheu, mas desta vez com o intuito de não ter Eurídice no encalço.
E, por tudo isto, acho-a sublime, porque a composição acompanha, ao pormenor, o desfiar das frases cantadas/sussurradas/gritadas ao longo dos 16 minutos. É que nem lhe falta o silêncio.




You’re tearing me apart
Crushing me inside
You used to lift me up
Now you get me down
If I was to walk away
From you my love
Could I laugh again
You’re killing me again
Am I still in your head
You used to light me up
Now you shut me down
I’m losing you again
Locking me inside
I used to lift you up
Now I get you down
Without your love…..you’re tearing me apart
With you close by……you’re crushing me inside
Without your love……you’re tearing me apart
Without your love……I’m dowsed in madness
Can’t loose the sadness

terça-feira, 2 de maio de 2006

Do que eu me fui lembrar...

Isto...


Para...

Do que te foste lembrar...

Graças ao Juzelino (once more), aqui deixo, muito a propósito, uma das minhas favoritas. Amo, absoluta e incondicionalmente, a música destes senhores...

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Nós por cá...

Só hoje tive a certeza de que realmente ainda comemoramos o Dia do Trabalhador.
No País em que o Estado trata o trabalhador/(contribuinte) como um malandro e sugador de verbas, estive mesmo à espera que este dia fosse reservado única e exclusivamente para os membros do governo e deputados parlamentares que, como toda a gente sabe, são as únicas pessoas sérias e trabalhadoras deste País. Por enquanto, o Dia ainda é comemorado por todos (uns mais que outros). Até ver.