quinta-feira, 30 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Edite Soeiro

Quando a conheci já a voz lhe tremia. Dizia que sentia falta da mãe, que a acompanhara toda a vida. Nunca lhe ouvi um auto-elogio, pois não tinha, decididamente, qualquer queda para o egocentrismo. Sabia-se pioneira, mas não lhe saía qualquer palavra denunciadora do seu papel no jornalismo português. Há muito que estava presa a um mundo mais pequeno que as redacções que ocupou toda a vida.
A morte levou-a hoje, aos 75 anos.
foto de David Clifford, in publico.pt

As Democracias Querem-se Sossegadinhas (pelo menos por estas bandas)

Não tenho qualquer simpatia pelas iniciativas do PND. Não acho que se deva responder na mesma moeda e lá porque o discurso oficial na Região se pauta pela arrogância, despotismo e má educação, não significa que a resposta deva ser similar. Considero que Manuel Coelho não passa de um debochado, que não respeita os votos que lhe foram ingenuamente concedidos. No entanto, é inadmissível o que se passou no passado domingo e consequência que agora se lê. Muito mais digno seria coexistir saudavelmente com a crítica, ao invés do recurso sistemático à coerção descarada (nos últimos tempos veja-se o caso Dossier de Imprensa). Que mania irritante de almejar uma só voz.

domingo, 26 de julho de 2009

"Fazer Já"

Não podia deixar de estar de acordo com AJJ neste desafio a Sócrates. Mas também seria bom que AJJ se prontificasse a "fazer já" o que ameaça/promete há anos: a apoteótica saída.

(Da Busca de ) Principados Renovados

"(...)a natureza dos povos é mutável e, se é fácil persuadi-los de uma coisa, torna-se difícil mantê-los nessa persuasão. Assim, há que proceder de tal sorte que, quando deixarem de acreditar, se possa obrigá-los a crer pela força."

Nicolau Maquiavel, O Príncipe

Começa a festa, que se quer de arromba. O festeiro bisa a experiência e acredita que a memória de todos nós é curta relativamente às promessas de há quatro anos. Também na altura, foram prometidos empregos para um ror de jovens; depois, a justificação do desconhecimento do real estado do País contrariou a euforia da campanha eleitoral. Agora, estamos em tempos que nenhuma justificação é já necessária: um Primeiro com o currículo do nosso julga não precisar cumprir (até agora tem funcionado). Na mente simplista da criatura que se vê todos os dias à borda d'água, apenas precisa de as debitar, crente que a imagem que vê é a imagem que todos os outros vêem também. Erroneamente, esperamos. E se durante a legislatura que agora finda se conseguiu muito pela força, aproxima-se agora o momento de colocarmos o principezinho no devido lugar. Felizmente.

Benesses da Gripe

A gripe providencial que atacou Manuela Ferreira Leite livrou-a da tarefa decadente de aparecer no arraial circense que anualmente por cá se realiza. Acredito que a líder do PSD deve sentir o corpo doente, mas a mente (minimamente) sã. E agora digam que a gripe não faz milagres.

Lullaby de Domingo



Lullaby com dedicatória ao Pêssego aka Repolho aka Gato de Schrodinger aka Tangerina: "hoje é dia de coisas simples." Al Berto

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Telegrama musical

Já ouviram A Mãe de Rodrigo Leão? Ide e que Staples e Hannon vos acompanhe.

Reza a estória...

... que no último jantar de bloggers, fizemos um périplo por vários lugares, desde a Índia até Londres, a passar por um sítio muito kool. Como me instigaram a aqui deixar as fotografias para a posteridade(zinha), cá ficam. E como diz o Jorge C (em outro contexto), porque não há tempo, por hora posta-se assim: em jeito de telegrama.


domingo, 19 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

!

Comentário de um jovem num exame:

"Eu acho muito importante falar da violência doméstica porque há cada vez mais mulheres a bater nos homens".

Com responsáveis assim...

Há dias assim, em que tropeçamos na idiotice alheia e só apetece desatar ao estalo. Obviamente que após a leitura deste apontamento (não será uma notícia sequer desenvolvida, pois não?), assaltam-me duas questões: mas então não são feitas despistagens e reza-se para que o sangue recolhido seja coincidente com os bonitos olhos do/a dador/a? A heterossexualidade é agora sinónimo de monogamia? Que a Deusa me livre de alguma vez necessitar de uma transfusão regida por este tipo de critérios.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um alfabeto inteiro

Frente a frente, infância e velhice. Ambos do sexo masculino, o miúdo com os caracóis juvenis em jeito de auréola, o homem de cabelos brancos a atestar quem seria o adulto da mesa.Pelos gestos, não parece: O miúdo muito mais desenvolto, rápido, à vontade com os talheres e pratos; O homem, mais cauteloso,os gestos desenhados na lentidão das mãos mais trémulas. Conversam, o mote geralmente lançado pelo miúdo com a expressão "Ó Avô...", o almoço que avança lenta e rapidamente, consoante o comensal observado. A determinada altura, a criança lança para cima da mesa o assunto de todos nós, que histericamente consumimos imagens e palavras que nos permitam ter a ilusão que controlamos alguma coisa:
-Ó avô, o meu Pai tem a Gripe B.
-O quê?
-O meu Pai tem a gripe B. B! - e desenha no ar um enorme e gordo B, caso a audição do interlocutor não permita perceber a letra a que se refere. - E tu? Qual é a tua gripe?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

1992-2009


Para que conste em algum sítio e não apenas na minha memória.

Isto é mesmo real!


A lei islâmica prevê 40 chicotadas para quem se veste de forma “indecente” mas não se aplica a não muçulmanos, mesmo em regiões de maioria islâmica.

Lubna Ahmed al-Hussein, jornalista sudanesa, poderá ser condenada a uma pena de 40 chicotadas por se vestir de forma “indecente”. Lubna encontrava-se num restaurante na capital sudanesa, Cartum, quando as forças policiais prenderam todas as mulheres que usavam calças.

Acusadas do crime de ofensa à ordem moral e pública, dez das 13 mulheres detidas declaram ser culpadas e submeteram-se à pena de dez chicotadas, executada no momento.

(…)

In Público 14/7/2009

Se coincidir com a realidade, peço desculpas


Na reprografia:
- É impressionante como as mulheres conseguem trabalhar e manter uma conversa simultaneamente! As mulheres podem fazer várias coisas ao mesmo tempo… Já os homens só conseguem fazer uma coisa de cada vez. Isso até está provado cientificamente, sabias?
- Olha, não, não sabia, mas falamos depois; agora estou concentrada a organizar estas folhas.
No gabinete:
- É inadmissível! Com um compromisso e andar sempre a tentar seduzir e a enganar outras pessoas!
- Eu sei… mas… Mas isso é uma espécie de paradoxo! Do género: eu não quero, mas, ao mesmo tempo , eu também quero!
No café:
- Que engraçado… nas fotografias que exibes, apareces sempre rodeado de mulheres, não tens amigos homens?
- Claro que tenho, mas, assim, atraio outras mulheres. Elas têm preferência por homens que se fazem acompanhar por muitas mulheres e, se possível, bonitas. Está provado cientificamente!
Numa esplanada:
- Acho que vou esperar pelos saldos para comprar umas calças.
- Há uma marca de calças que eu gosto muito, chama-se Tomates; espera, é Toumatus. Sei que é uma marca estrangeira...
- Uaaauu! Très chic! Chique a valer!
Numa esplanada:
- Bem… O julgamento não correu lá muito bem. Dói-me a garganta, acho que é por causa da obstipação.
- What???!!!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Epístola de Kiara às/aos Bloggers


Ora muito boa noite, caras amigas e amigos, ansiosos por notícias minhas.
Como muito bem sabeis, esfalfa-se a Woab diariamente por me dar cama, comida e pêlo lavado, o que não é fácil. É certo que sou adorável e de olhos que lembram os olhos dos S. Bernardo, mas com muito mais piada; afio as unhas sempre que posso (em locais menos próprios, é certo) a fim de cumprir com as minhas obrigações; trinco todas as ervas possíveis a fim de expulsar os pêlos que inadvertidamente engulo; percorro a casa com pezinhos de lá para não perturbar em demasia e tenho outros cuidados similares. Enfim, sou uma gata (quase) exemplar. Mas a verdade é que a minha conta bancária é inexistente e quando tenho que me deslocar ao meu médico de família, a Woab arca com as despesas da brincadeira que nunca é de pouca monta. Vai daí que eu, gata letrada e informaticamente activa, topei esta bonita e muito pertinente petição na caixa de correio da Woab - deixemos o pequeno pormenor de lhe andar a ler os mails para outra altura, que não estou com orelhas para admoestações - que solicita que despesas como as referidas (ida ao médico) sejam dedutíveis. Parece-me da mais elementar justiça. É assinar, caras/os amigas/os, é assinar!

Dedução de despesas com saude animal em IRS

Com gratidão,
Esta gata que vos adora.

domingo, 12 de julho de 2009

"A fabricação de subjectividades obedientes"

É angustiante trabalhar num sistema que nos castra, que nos tolhe e que nos ameaça de uma forma tão incompreensível...

Nos intervalos da existência, resta-me fazer algumas leituras para realmente perceber o que está a acontecer... para "nortear" o meu pensamento.


" (...) No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais do que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento e de fabricação de subjectividades obedientes. Conviria chamar a este mecanismo tão eficaz «a desactivação da acção». É a não-inscrição elevada ao estatuto sofisticado de uma técnica política à maneira de certos processos psicóticos.
Começou, entretanto, outro processo de avaliação, desta vez da classe médica. Estamos ainda no começo, e nada se pode dizer de definitivo, mas esta nova iniciativa mostra bem que o programa de gestão da sociedade, pelo Estado, não quer deixar ninguém de fora. (...)"

José Gil, Em Busca da Identidade - o desnorte, Relógio D´Água, 2009

Vede bem esta nossa pouca vergonha e ide dar os parabéns à menina


Marakoka, aniversariante camuflada no jantar de ontem, não conseguiu safar-se a ter que soprar as velas de um soberbo bolo de chocolate especialmente dedicado a ela. O Baby agraciou-a com um título assaz pertinente que certamente colocou a nossa menina a ler compulsivamente assim que chegou a casa, lá para as 4 da matina.

Lullaby de Domingo


Não faço ideia que signifique (se é que significa algo) Lunnaya Pogonka. Mas parece-me um excelente acompanhamento para o V jantar de bloggers que por cá se realiza. Da conversa, tratamos nós.

sábado, 11 de julho de 2009

Ó Zé, ninguém está a perceber isto!!




Os requisitos exigidos para concorrer às escolas da Região Autónoma da Madeira foram os mesmos, quer para continentais quer para madeirenses. Não houve distinção. Conheço colegas madeirenses que não obtiveram colocação. Contudo, ninguém ainda apontou o dedo aos continentais que eventualmente estão a “tirar” lugares aos naturais da região.
A Secretaria Regional da Madeira opta apenas por uma lista onde constam os nomes, as habitações e as graduações dos profissionais e estes são chamados mediante às necessidades dos organismos. Nunca ninguém foi retirado do concurso devido à sua origem ou região ou “nacionalidade”.
Agora vêm-me dizer que não posso dar continuidade à minha candidatura no continente porque lecciono num quadro de zona da Madeira! É estranho, é muito esquisito… Não percebo.
A Sr.ª Ministra inicialmente disse que as Regiões dos Açores não eram Portugal. Pensei que tinha sido uma distracção, cansaço e errar é humano, mas constato que ela realmente acredita nisso! E já deu provas que a Madeira também não é Portugal!
O Pior, pior, pior é ter que aturar isto!
O melhor é a senhora Ministra vir de férias. Neste “estrangeiro” as pessoas falam português e conhecem alguma coisa da língua gestual portuguesa, isto no caso do Dr. Pinho também tirar férias e quiser vir, constou-se que também anda cansado.
O famoso navegador Colombo também quando chegou ao continente americano, em 1492, convenceu-se que estava nas costas do Extremo Oriente. Acreditou nesse feito até ao leito da sua morte.

Ai, Portugal, Portugal... Portugal profundo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"A Ensinança de (bem) Cavalgar Toda a Sela"

(clicar na tira para conseguir ler alguma coisa)

Parece que, segundo a nossa Ministra da Educação, os maus resultados nos exames nacionais de matemática são da responsabilidade da comunicação social.

* Título roubado a D. Duarte, reminiscências das aulas de Filosofia em Portugal.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"As Asas"

Andava por aí a voar e alguém falou da Né Ladeiras. Que saudade tenho eu desta bela Voz:

"Voilá mes gestes, voilá mon essence"


“(…) Montaigne escreveu de si: ce ne sont pas mes gestes que j´escris; c´est moi, c´est mon essence. Ora, há só um modo de escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal. Tal faço eu, à medida que me vai lembrando e convindo à construção ou reconstrução de mim mesmo. Por exemplo, agora que contei um pecado, diria com muito gosto alguma bela ação contemporânea, se me lembrasse, mas não me lembra; fica transferida a melhor oportunidade.

Nem perderás em esperar; meu amigo; ao contrário, acode-me agora que... Não só as belas ações são belas em qualquer ocasião, como são também possíveis e prováveis, pela teoria que tenho dos pecados e das virtudes, não menos simples que clara. Reduz a isto que cada pessoa nasce com certo número deles e delas. Aliados por matrimônio para se compensarem na vida. Quando um de tais conjûges é mais forte que o outro, ele só guia o indivíduo, sem que este, por não haver praticado tal virtude ou cometido tal pecado, se possa dizer isento de um ou de outro; mas a regra é dar-se a prática simultânea dos dois, com vantagem do portador de ambos, e alguma vez com resplendor maior da terra e do céu. É pena que eu não possa fundamentar isto com um ou mais casos estranhos; falta-me tempo.

Pelo que me toca, é certo que nasci com alguns daqueles casais, e naturalmente ainda os possuo. Já me sucedeu, aqui no Engenho Novo, por estar uma noite com muita dor de cabeça, desejar que o trem da Central estourasse longe dos meus ouvidos e interrompesse a linha por muitas horas, ainda que morresse alguém; e no dia seguinte perdi o trem da mesma estrada, por ter ido dar a minha bengala a um cego que não trazia bordão, Voilá mes gestes, voilá mon essence.”


Machado de Assis, Dom Casmurro

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Vós que aqui entrais, abandonai todas as esperanças"

O Atendimento dos Recursos Humanos do Ministério da Educação é sem dúvida o pior de todos os tempos... Esclarecimentos?! Só depois de horas a fio a ouvir Vivaldi e olha lá!


Há coisas mesmo porreiras, pá!

Nota: não se atrevam a clicar no título, pois terão uma VISÃO muito... porreira, pá!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Rendição total

Este post teve início aqui e por hoje continua do seguinte modo:

(...) e esta sou eu, Sebastiana Maria de Jesus, um quarto de cristã-nova, que tenho visões e revelações, mas disseram-me no tribunal que era fingimento, (...)aqui vou blasfema, herética, temerária, amordaçada para que não me ouçam as temeridades, as heresias e as blasfémias, condenada a ser açoitada em público e a oito anos de degredo no reino de Angola, e tendo ouvido as sentenças, as minhas e mais de quem comigo vai nesta procissão, não ouvi que se falasse da minha filha, é seu nome Blimunda, onde estará, onde estás Blimunda, se não foste presa depois de mim, aqui hás-de vir saber da tua mãe, e eu te verei se no meio dessa multidão estiveres, que só para te ver quero agora os olhos, a boca me amordaçaram, não os olhos, olhos que não te viram, coração que sente e sentiu, ó coração meu, salta-me no peito se Blimunda aí estiver, entre aquela gente que está cuspindo para mim e atirando cascas de melancia e imundícies, ai como estão enganados, só eu sei que todos poderiam ser santos, assim o quisessem, e não posso gritá-lo, enfim o peito me deu sinal, gemeu profundamente o coração, vou ver Blimunda, filha minha, e já me viu, e não pode falar, tem de fingir que me não conhece ou me despreza, mãe feiticeira e marrana ainda que apenas um quarto, já me viu, e ao lado dela está o padre Bartolomeu Lourenço, não fales, Blimunda, olha só, olha com esses teus olhos que tudo são capazes de ver, (...).
José Saramago, Memorial do Convento


Amanhã parto com as minhas crianças para um capricho que só uma directora de turma acarreta e levo comigo este livro. Sim, este. À terceira tentativa, estou agarrada, que é como quem diz, perdida.

Boa Semana

domingo, 5 de julho de 2009

Acabou em três dias


(Fotografia tirada por Alix, que aqui a esperta não levou máquina)

Por compromissos profissionais, não consegui estar na noite de sexta no Funchal Jazz (e perdi o Ron Carter, que dizem as boas línguas que foi imperdível). Ontem lá consegui comparecer e se gostei dos concertos no Parque de Santa Catarina, amei mesmo a jam session no O'briens, noite dentro. Darryl Hall, contrabaixista de Benny Golson/Cedar Walton Quintet foi absolutamente incansável. Resta esperar pelo próximo ano.

Sem pau nem pedra

Ainda não me refiz do choque em relação à capa da Visão desta semana. Ao passar pelas bancas, desdenhosamente ri-me da capa da Sábado, com o óbvio MJ. O susto que apanhei quando cheguei a casa é indescritível: MST como tema de capa. Castigo óbvio da Deusa.

PS: Não, ainda não li a entrevista, um susto de cada vez.

Lullaby de Domingo



1001 nights - Lhasa

O que roda comigo nas viagens:

A thousand and one nights of this
And then the change will come
And then I will be free


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sim, assumo, sou uma pessoa triste...

Naturalmente triste. Irremediavelmente triste. Tão triste, tristemente, que nem sei bem o que é tristeza...

Já tinha saudades de ouvir Chico Buarque...

Cantemos esta bela canção!
(basta clicar)

E se, de repente
A gente não sentisse
A dor que a gente finge
E sente
Se, de repente
A gente distraísse
O ferro do suplício
Ao som de uma canção
Então, eu te convidaria
Para uma fantasia
Do meu violão

Canta, canta uma esperança
Canta, canta uma alegria
Canta mais
Revirando a noite
Revelando o dia
Noite e dia, noite e dia
Canta a canção do homem
Canta a canção da vida
Canta mais
Trabalhando a terra
Entornando o vinho
Canta, canta, canta, canta
Canta a canção do gozo
Canta a canção da graça
Canta mais
Preparando a tinta
Enfeitando a praça
Canta, canta, canta, canta
Canta a canção de glória
Canta a santa melodia
Canta mais
Revirando a noite
Revirando o dia
Noite e dia, noite e dia

"Fantasia" de Chico Buarque



Memória selectiva (e ainda bem)

No dia em que toda a gente fala disto apenas recordo este outro acontecimento do dia (ou melhor, da noite). Bem mais aprazível. Nas ilhas, por vezes, a magia também acontece.

PS: Eu gosto da voz da Vânia Fernandes. Mas perdeu-me assim que percebi que estava a cantar I Loves you Porgy, com um arranjo que só me permitiu reconhecê-la já a música ia no apogeu - e tal reconhecimento deu-se apenas pela letra. Há coisas em que não se mexe, e esta intemporal ainda ressoa ao meu ouvido pela genial Nina Simone.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Send a whale!

A greenpeace lançou uma campanha para pedir (apenas mais uma vez...) ao governo do Japão que pare com a caça à baleia.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Waiting for another miracle

Acerca de nós repita-se, antes, o dito do profeta Asaph: «Sois Deuses e todos filhos do Altíssimo.» De tal modo que, abusando da indulgentíssima liberalidade do Pai, não tornemos nociva, em vez de salutar, a livre escolha que ele nos concedeu. Que a nossa alma seja invadida por uma sagrada ambição de não nos contentarmos com as coisas medíocres, mas de anelarmos às mais altas, de nos esforçarmos por atingi-las, com todas as nossas energias, desde o momento em que, querendo-o, isso é possível.
Giovanni Pico Della Mirandola, Discurso Sobre a Dignidade do Homem

Óculos, para que vos quero?

Ontem, no final do dia, fui ao oftalmologista. Entretanto, quando ia a sair do consultório, encontrei uma amiga que me convidou para ir com ela às compras.
Doía-me a cabeça, não me sentia nada bem e, com um ar um pouco enjoado, disse-lhe:
- Compras? Não, obrigada. Olha, acabei de comprar uns óculos que me custaram os olhos da cara, acreditas? Estou escandalizada!! Até fiquei cega!
Ficámos durante algum tempo em silêncio, a moer o que tinha dito.
Por fim, desatámo-nos a rir.

Saúde, passa bem


“(…) Saudar vem do latim: salutem dare (dar, desejar saúde). Ainda se diz nas aldeias: ‘negar a salvação a alguém’, com o sentido de recusar-se a cumprimentar uma pessoa. Saudade tem aqui igualmente o seu étimo. Veja-se, por exemplo, a expressão: mandar muitas saudades. A saudade é aquele sentimento de solidão que tem na sua base a falta da pessoa querida. Ter saudades e enviar saudades é aquele desejo de que quem partiu e anda longe, esteja onde estiver, passe bem…
(…) os santos com os quais habitualmente contactamos julgamos que são aquelas figuras geralmente muito feias, torcidas e até por vezes ridículas que vemos em muitos altares das igrejas e que são levadas a passear pelas ruas uma vez por ano nas romarias. Mesmo quando nos reportamos àqueles homens e àquelas mulheres reais de carne e osso, que aquelas figuras quereriam representar, vemo-los a maior parte das vezes como beatos, tristes, a bichanar orações, desagradados com a vida, deprimidos, de relações cortadas com o sexo oposto, ascetas a quem não é permitido apreciar as coisas boas da vida…”
In Religião - opressão ou Libertação?, Anselmo Borges