“(…) Saudar vem do latim: salutem dare (dar, desejar saúde). Ainda se diz nas aldeias: ‘negar a salvação a alguém’, com o sentido de recusar-se a cumprimentar uma pessoa. Saudade tem aqui igualmente o seu étimo. Veja-se, por exemplo, a expressão: mandar muitas saudades. A saudade é aquele sentimento de solidão que tem na sua base a falta da pessoa querida. Ter saudades e enviar saudades é aquele desejo de que quem partiu e anda longe, esteja onde estiver, passe bem…
(…) os santos com os quais habitualmente contactamos julgamos que são aquelas figuras geralmente muito feias, torcidas e até por vezes ridículas que vemos em muitos altares das igrejas e que são levadas a passear pelas ruas uma vez por ano nas romarias. Mesmo quando nos reportamos àqueles homens e àquelas mulheres reais de carne e osso, que aquelas figuras quereriam representar, vemo-los a maior parte das vezes como beatos, tristes, a bichanar orações, desagradados com a vida, deprimidos, de relações cortadas com o sexo oposto, ascetas a quem não é permitido apreciar as coisas boas da vida…”
In Religião - opressão ou Libertação?, Anselmo Borges
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