terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cecile had been seduction itself in college....

Liang Su


The construction of a woman:
a woman is not made of flesh
of bone and sinew
belly and breasts, elbows and liver and toe.
She is manufactured like a sports sedan.
She is retooled, refitted and redesigned
every decade.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A História num instante - ou num instante, a História


Passados dois anos, a Nova Delphi publica um ensaio que resulta da investigação e reflexão de Violante Saramago Matos, bióloga, sobre o 20 de Fevereiro de 2010. 
A obra «resulta de uma interpretação crítica de acontecimentos passados e presentes, e reflete sobre a procura de novos caminhos. Não se esgota, nestas folhas, a solução dos problemas, mas se puder ser um contributo para avaliar realidades e corrigir erros, já terá merecido a pena escrever». 

Boa Semana


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Da série pérolas a porcos (mas ao contrário)

Ainda não é cardeal, mas ao que parece quer começar com o pé direito: o novíssimo cardeal Manuel Monteiro de Castro quer mostrar serviço, e para atestar que esta não é uma igreja pelas e para as mulheres (apesar de ser alimentada em grande parte pelas mesmas) afirma que a mulher deve ser encorajada a ficar em casa a tempo inteiro ou parcial a fim de que «possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos.» 
Não contente com estas confusões essencialistas, e porque a função fundamental da mulher é a educação dos filhos, mas não é a única, acrescenta que «se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar...» As reticências são bem elucidativas desta outra função, certamente essencial, que anda a escapar à mulher.
A mim só me ocorre um conselho: Ó homem, trate-se!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

À distância de 20 anos

O homem que escolheu o que eu haveria de fazer na vida foi o mesmo que me feriu o orgulho de morte numa das suas aulas. Quando recebi o primeiro teste, não queria acreditar. Para além das advertências normais, um outro pormenor abalou o meu edifício: todo o teste estava pintalgado na palavra análize. E eu tinha a certeza de que a minha análize era a correta, de que a minha análize era motivo de orgulho. Mas não, ele havia desenhado um vergonhoso s curvilíneo por cima dos meus orgulhosos z's. Apesar de adolescente, já havia aprendido que antes de ripostar, o melhor é confirmar. E quando consegui confirmar, o meu espanto não poderia ter sido maior. Efetivamente, análize nunca mais deveria ser redigida com z. 

Durante vinte anos, grafei religiosamente a palavra como havia aprendido com o professor de filosofia que não alegava, como tantos outros, que não era professor de português. Ontem, no quadro, grafei inexplicavelmente a palavra como se tivesse 15 anos e ainda não tivesse recebido aquele primeiro teste. Desfiz-me em pedidos de desculpa, enquanto o queixo me tremia de raiva pelo incompreensível retrocesso. Nem sei como fui capaz. É que hoje, ao redigir este post, tive que esforçar-me para conseguir escrever a palavra como se não tivessem passado vinte anos desde que aprendi a escrevê-la. Exceto ontem em que, mais uma vez, uma aula de filosofia foi palco da minha vergonha.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Loja de História Natural



Foi por época do natal.

Primeiro, perguntei o preço de várias réplicas, depois escolhi uma, por fim, ouvi: «e se eu lhe oferecer esta?» As palavras tinham cessado, mas eu imaginei que ele estaria a propor que eu trouxesse, por um valor simbólico, uma das peças que estava danificada, para além da que tinha sido minha escolha. Na minha cabeça ecoava «por mais 20€ leva as duas, o que acha?». Nada disso. Era mesmo uma oferta - sem quaisquer condições, i.e, incondicional, (inclusive eu havia questionado o preço da danificada). Perplexa, perguntei: «mas.. mas tem a certeza?» e ele continuou: «sim, claro, eu já tinha pensado em oferecer esta a alguém que comprasse o grande (a peça que eu levava)». Continuei a gaguejar e a pensar o que teria feito para merecer a enorme generosidade daquela pessoa. 
Mas não foi apenas dessa vez que provei a generosidade do Pedro Lérias. Outra ocasião, tive oportunidade de o ver partilhar a sua imensa sabedoria acerca das árvores de Lisboa, e em particular, as palmeiras. Nessa visita, por ele organizada, e ofertada a quem dela quis usufruir, o Pedro havia ido ao mercado biológico comprar tâmaras - fruta de um tipo de palmeira para a qual estávamos a olhar, mas que não tinha fruto - para que pudessemos saborear a fruta daquela árvore.
Estes são apenas pequenos episódios - aos quais, estou certa - haveria muitos mais a acrescentar se juntássemos uma meia dúzia de clientes da Loja de História Natural, um espaço único na cidade de Lisboa, e em Portugal. Por todas estas coisas, quando li a notícia do encerramento da Loja - apesar do tom do anúncio - apeteceu-me chorar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Boa Semana


Haveria muito para escrever sobre a declaração de Passos Coelho (PC) garantindo que a liberdade de expressão e de imprensa estão asseguradas neste país - as declarações de Pedro Rosa Mendes à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) foram certamente fruto da enorme imaginação do autor -, ou o seu [o de PC] «não, não me preocupa» à pergunta acerca da sua possível preocupação face à demissão em bloco da direção de informação da RDP. Haveria também muito para dizer acerca da ordem de Vasco Graça Moura (VGM), o qual, segundo o Público terá mandado desinstalar o programa que adaptava os conteúdos dos computadores ao Acordo Ortográfico (AO) que a anterior direção do Centro Cultural de Belém (CCB) comprara e instalara. Acerca deste último caso, umas palavrinhas mais: VGM está no seu direito em ser contra o AO e em se permitir o direito de escrever segundo as normas pré AO. Basicamente, parece-me salutar que alguém que esteja contra algo se mobilize no sentido de impedir/finalizar/etc. esse algo. O que me parece, no mínimo, condenável, é que VGM use a sua posição de poder dentro de uma instituição do Estado, para demonstrar a sua repulsa contra o AO. Seria mais ou menos a mesma coisa que um chefe de estação do Metropolitano de Lisboa ser contra a proibição de fumar e decidir autorizar fumar dentro da sua estação. Reside aqui a questão de VGM: O CCB não é de VGM. É do Estado. Se fosse uma entidade privada, não teria muito a dizer. A questão aqui não é o AO é a atitude de VGM, que o torna alguém que pura e simplesmente acha que pode usar a sua nomeação política como um instrumento de uma causa pessoal.
Apesar de.... 
Boa Semana!