Haveria muito para escrever sobre a declaração de Passos Coelho (PC) garantindo que a liberdade de expressão e de imprensa estão asseguradas neste país - as declarações de Pedro Rosa Mendes à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) foram certamente fruto da enorme imaginação do autor -, ou o seu [o de PC] «não, não me preocupa» à pergunta acerca da sua possível preocupação face à demissão em bloco da direção de informação da RDP. Haveria também muito para dizer acerca da ordem de Vasco Graça Moura (VGM), o qual, segundo o Público terá mandado desinstalar o programa que adaptava os conteúdos dos computadores ao Acordo Ortográfico (AO) que a anterior direção do Centro Cultural de Belém (CCB) comprara e instalara. Acerca deste último caso, umas palavrinhas mais: VGM está no seu direito em ser contra o AO e em se permitir o direito de escrever segundo as normas pré AO. Basicamente, parece-me salutar que alguém que esteja contra algo se mobilize no sentido de impedir/finalizar/etc. esse algo. O que me parece, no mínimo, condenável, é que VGM use a sua posição de poder dentro de uma instituição do Estado, para demonstrar a sua repulsa contra o AO. Seria mais ou menos a mesma coisa que um chefe de estação do Metropolitano de Lisboa ser contra a proibição de fumar e decidir autorizar fumar dentro da sua estação. Reside aqui a questão de VGM: O CCB não é de VGM. É do Estado. Se fosse uma entidade privada, não teria muito a dizer. A questão aqui não é o AO é a atitude de VGM, que o torna alguém que pura e simplesmente acha que pode usar a sua nomeação política como um instrumento de uma causa pessoal.
Apesar de....
Boa Semana!
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