quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E depois acontece isto, caros/as amantes do acordo ortográfico

 (a imagem aparece com link quebrado, pelo que não é possível determinar a proveniência)

Facto continua a ser facto, na medida em que apenas desaparecem as consoantes mudas. Mas há jornais e revistas que alegremente cortam tudo e todas. Já parecem a Rainha de Copas da Língua Portuguesa.

10 comentários:

Rita F. disse...

Touché.
Não sou a favor do Acordo, mas ouvir críticas de quem não se deu sequer ao trabalho de investigar decentemente aquilo que critica é penoso. É grande a arrogância e a ignorância de se criticar à toa uma ciência que não se conhece, como dizia a outra.

Woman Once a Bird disse...

Rita:
Não percebi. É que tanto quanto sei - e investiguei - este é um dos casos em que efectivamente a consoante não desaparece. Mas aponte-me por favor a ignorância, porque todos os documentos que consultei apontam para o que afirmei.

sara disse...

ai, valha-me deus...
vá, não se zanguem com isto que não vale a pena:

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo&version=1990
(vide BASE IV: DAS SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS)


(nota da minha responsabilidade: às vezes, mais vale estarmos calados, como diz a outra)

beijos para a woab

Woman Once a Bird disse...

Rita:

Na documentação constante do Portal da Língua Portuguesa depreende-se que, consoante o uso em cada País, o c na palavra em questão pode cair: Em Portugal mantém-se na medida em que é pronunciado e no Brasil tal não é aplicado. A minha crítica diz respeito aos jornais e revistas portuguesas que têm optado por cortar o c quando esta é uma palavra em que, efectivamente, este é pronunciado.

Acrescento ao link generosamente deixado pela Sara os seguintes:
http://www.ciberduvidas.com/correio.php?rid=27646

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=vop&page=crit2

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?sel=exact&query=facto&action=simplesearch&base=form

E agora, se fizer a fineza, apresente-me o seu ponto de vista, mas que vá um bocadinho mais além de apodar o que aqui escrevi de fruto de ignorância e arrogância. Tenho a mania de solicitar a fundamentação para afirmações (dessa natureza).

Sara:
A Clarice em grande! :)
Besos

Anónimo disse...

"Facto ou fato - grafia dupla (oscilação da pronúncia" in Acordo Ortográfico - Guia Prático, Porto Editora

Eu, sinceramente, provoca-me mais confusão a questão das "oscilações da pronúncia". Seria muito mais fácil como no português do Brasil, o "c" caía e pronto.
Haver palavras que se escrevem da mesma forma, mas que têm significados diferentes não é novidade nem me escandalizam (são as chamadas palavras homónimas).
um abraço Woab.

Helena

Rita F. disse...

Woman Once a Bird, a ignorância que eu estava a criticar era de quem critica o Acordo sem o conhecer, não era de forma nenhuma uma crítica ao post. Facto continua a escrever-se com "c", e por isso concordei inteiramente com o post.
Quem não investigou decentemente o Acordo é que se vem queixar que "facto" passa a ser "fato", e é isso que é ignorante. Mais uma vez - concordo com o post, e o meu comentário foi nesse sentido.
Espero ter conseguido clarificar aquilo que quis dizer com o meu primeiro comentário. Não tenho por hábito vir a blogues de outras pessoas deixar comentários desagradáveis.

Woman Once a Bird disse...

Rita:
Então peço desculpa pela má interpretação da minha parte. Achei estranho o comentário, mas quanto mais o relia com mais certeza ficava de que era em relação ao post.

Helena:
Não concordo, em absoluto. Se o objectivo do acordo é aproximar a grafia ao uso oral, duplicávamos o esforço para abdicar do c em ambos os casos. A questão não está em ser ou não uma palavra homónima. A oscilação da pronúncia não vai desaparecer por causa do acordo.Aliás, a riqueza da língua também reside aí: nem no próprio País temos usos uniformes em relação à língua e há palavras que assumem diferentes usos conforme o local. Quanto a mim, só enriquece a língua.

Anónimo disse...

sim, é a tua posição e eu compreendo-a e respeito-a. Embora o objectivo que apontaste não seja, em absoluto, o de aproximar a escrita ao uso oral. Talvez, em parte, seja.
Eu referia-me à grafia e não à oralidade (acho que não fui bem explicita neste ponto).
As "oscilações" na oralidade existirão sempre, agora na escrita/grafia... existem, mas muito poucas (cobarde e covarde, é um exemplo).
Lembro-me, perfeitamente, numa aula de linguística, como várias pessoas pronunciaram a palavra sono! Umas três maneiras, pelo menos.
Em relação ao acordo ortográfico, não sou fundamentalista, vejo desvantagens e vantagem.
helena

Anónimo disse...

digo vantagens. bjos

Anónimo disse...

olha, vê, tanta coisa e eu cometi um grave erro de sintaxe...
Errata: não é "existirão" mas existirá/haverá sempre oscilações
(Tenho a cabeça moída por corrigir erros e mais erros (muitos devido à pronuncia, escrevem tal como falam), e de ter que estudar o dicionário terminológico que tem termos como "modificador apositivo ou modificador restritivo, etc". Nada fácil explicar isto a alunos do sétimo ano. Os complementos circunstanciais (de modo, de lugar, de tempo) foram desta para ... já eram!
helena