terça-feira, 27 de outubro de 2009

Na avaliação, o tempo ditará, mas ninguém o ouvirá.

Passei a semana a ver crianças a correr tresloucadamente e aos gritos nos corredores, nas salas e nos jardins do recinto da escola. Crianças a discutirem com os professores, funcionários e com tudo que se mexia... Crianças mal-dispostas e com o dedo acusador para o colega do lado. Crianças a serem acusadas de roubos e agressões. Crianças a destruírem material. Crianças a enganar os professores e os pais. Crianças sem vontade de ouvir. Crianças a fazer exigências, a mentir e dizer palavras feias, muito feias, feiíssimas. Gostam de gritar, mas não têm tempo nem vontade de ouvir. Crianças que não admitem advertências... conselhos. Não têm tempo nem vontade de ouvir. Crianças a odiarem os adultos!! Crianças sem tempo nem vontade de ouvir. Crianças que só proferem e percebem frases do tipo imperativo e da forma negativa; e que acreditam que o seu futuro passa por aguentar o máximo de tempo na escola. Crianças sem tempo nem vontade de ouvir. O parâmetro mais importante na avaliação de desempenho dos alunos é o tempo, não importa em que nível, nem o conhecimento que possam adquirir. Aprender a aperfeiçoar o fazer mal sem olhar a quem, a quê e nunca perceber o porquê. A avaliação do professor passa pela resistência psicológica, pela resistência dos ouvidos e da garganta. Vamos ver quem e que vai ter as melhores notas: os professores ou os alunos? Eu cá choro por todo este leite derramado... Que desperdício!

3 comentários:

José Ricardo Costa disse...

Segue a táctica: entre, respire fundo, muito fundo, aguente o mais possível e espere que passe depressa. Como eu te compreendo.

JR

Anónimo disse...

Eu faço isso, Ricardo, e costumo a dizer às minhas crianças: "vamos lá olhar para o colega do lado e dar-lhe um sorriso".
Estou a dar aulas numa zona muito complicada.

Anónimo disse...

... nefertiti