Gosto do estilo, em que palavras mansas convocam a menorização da mulher; o acolhimento, a humildade de que aqui se fala são deveras elucidativos do papel que esta instituição masculina preconiza para a mulher. Sob o signo da diferença - e da exaltação da diferença (mas uma diferença castradora, redutora, bélica) - o génio da mulher concede-lhe o singular favor de responder com amor ao amor do esposo; assim é definido o papel do feminino no seio desta instituição perita em humanidade que evoca a diferença para sustentar a escolha de arredar o feminino do centro da decisão: ela não decide porque o seu génio consiste em responder com amor ao amor que lhe é ofertado. A atitude de contestação da mulher em relação à sua exclusão dos centros de decisão é, portanto, uma infantilidade de quem busca o poder, criando uma perniciosa confusão que assenta na rivalidade dos sexos e que fere de morte a sagrada família. Daí que se perceba esta generosidade de a excluir, por exemplo, da ordenação sacerdotal. Contudo, subjaz o paradoxo de não considerar esta identidade de dádiva ao outro (o génio da mulher) como absolutamente coincidente com os requisitos sacerdotais. Percebe-se melhor quando se pensa que seria a porta aberta para lugares decisivos... e decisores.
E os outros é que não são normais...
E os outros é que não são normais...
5 comentários:
Mas tu ainda ligas a isso?!
Woab, mais do mesmo! A igrja católica ainda não se consciencalizou que está, constantemente, a dar tiros nos seus próprios pés! (deve ser da nuvem escura provocada pela fumigação dos que viveram nos campos do "arbeit frei"...).
Mas, é um prazer lê-la. Lucidez e humor são a combinação perfeita. Esqueceu-se foi do maravilhoso Moisés e do mar que se fechou para o povo escolhido passar.O luís de Matos bem tenta fazer o mesmo, mas a sic ensina o truque. ;)
adenda: os erros de digitação não fazem parte do novo acordo ortográfico! são mesmo falhas!Minhas.
(igreja, consciencializou e Luís)
Olá Maria. De facto deixei de fora o Moisés e as pragas ao Egipto e a cena deslumbrante do Mar a abrir e fechar para deixar passar o povo. Acreditasse o cardeal em tudinho o que a Bíblia nos conta e já saberia que nós somos carta fora do baralho não consta que andássemos por lá nessa altura a receber sinalética clara do Divino sobre por onde ir. :)
Eu defendo que as mulheres deviam poder ordenar-se, apesar do risco do segredo da confissão (no cabeleireiro, sabia-se logo tudo).
Mas os senhores que tomam conta daquilo é que devem decidir. Por mim, tudo bem.
A pergunta colocada por Nefertiti faz sentido. Aliás, recordo-me de algo que li, a propósito do Conclave que, em 1878, se seguiu à morte de Pio IX.
Naquele entretanto - à época bem mais longo, já que as deslocações de Bispos de todo o mundo para Roma eram demoradas - Gambetta, chefe do Governo de França, republicano radical e anti-clerical, envolveu-se em acções diplomáticas e jogadas de bastidores e pressões junto dos Bispos franceses e de vários italianos, tentando influenciar a votação.
Um padre, secretário do Bispo que viria a ser Leão XIII, anotou, a propósito, no seu diário:
"Os adversários do clericalismo curam mais das questões religiosas do que deixam transparecer".
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