Por aqui, amigo Funes, aplauda (timidamente) comigo.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
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"(...) chegara a hora de enrolar o papiro dos acontecimentos do dia, com todos os seus problemas, impressões, tristezas e alegrias." Virginia Woolf
11 comentários:
Li o artigo de Desidério Murcho. É evidentíssimo que ele é que tem razão e não João Galamba. Não é por acaso que Galamba, ao contrário de Murcho, não aduz um argumento com premissas e conclusão daquelas decorrente e não desmonta os argumentos de Murcho. Diz que a verdade não é evidente (estamos de acordo e Murcho também está) e parte daí para concluir que toda e qualquer atoarda que um Heidegger diga é verdade.
Não é!
E não é por acaso que Heidegger apreciou tanto o Nacional Socialismo. Acontece que quando para um filósofo a busca da sabedoria deixa de ser critério sai sempre asneira.
Não aplaudo Galamba nenhum!
Curioso como a determinada altura, também o Funes evoca um suposto argumento com validade, usado pelo mesmo DM numa outra discussão com o Galamba (a história do Nacional Socialismo). Ora, é pegar nos manuais de lógica e rever a diferença entre argumentos e falácias.
Realmente, esta falácia ad hominem não lhe fica nada bem, Mr. Funes....
Alto lá!
Eu não disse, em momento nenhum que o que Heidgger diz é falso, porque ele é nazi. isso seria uma forma grosseira de falácia do contexto.
O que eu disse - e tive o cuidado de deixar claro - é que o facto de Heidegger se estar nas tintas para a sabedoria e amizade pela sabedoria explicava também que ele tivesse sido nazi.
Não disse que o que ele diz é falso, porque ele é nazi (e isso, sim, seria falacioso); disse que os disparates que ele diz e o facto de ter sido nazi explicam-se pela mesma causa: ele ter-se estado nas tintas para a sabedoria.
Vocês podem dar as voltas que derem, não conseguirão nunca que a frase "o ser é o pastor do nada" tenha alguma vez algum significado filosófico. Se usarem o bom método de Desidério e inverterem a frase: o nada é o pastor do ser, ela continua igualmente sedutora.
Eu voto no Funes.
Para a filosofia como a entende a corrente analítica? Pois sim. Mas explique-me Funes: quando se defende que a nossa via é a única para a filosofia, quando se defende que os restantes são obscuros, pedantes, quando se defende que as correntes que não entendemos não são, portanto, filosofia - em que é que isto é "amor à sabedoria"?
Os fait-divers do Desidério não me interessam: uma frase fora de contexto não passa disso mesmo. Mas percebo que para o Desidério este pequeno pormenor passe completamente ao lado.
reduzir a filosofia a essa sua dimensão analítica é pura imbecilidade: venha ela de desidério murcho (mas que raio de nome é este ?) ou do próprio descartes...
Na senda de Descartes, por acaso...
Os Vossos argumentos, ó afrancesados, parecem os daquele anúncio a um astrólogo: não negue à partida uma ciência que desconhece.
A verdade é que vocês sentem um manifesto desconforto pelo facto de a filsofia analítica vos desprezar, enquanto esta sente orgulho em ser por vós presprezada.
É exactamente o mesmo tipo de desconforto que sentem os astrólogos em relação aos cientistas.
o vosso problema é que aquilo que vocês chamam filosofia pode ser poesia, pode ser literatura, pode ser arte. Não é filosofia. Falta-vos um método. Ou melhor, o vosso método é, como bem denunciou Desidério, o de correr atrás da primeira moda que aparece. Vocês não conseguem libertar-se nunca do último grito intelectual de Paris.
O vosso desconforto decorre do facto de vocês terem sido apanhados pateticamente na ratoeira naquele artigo da transcendência metafísica da hipotenusa, feito para vos caçar e denunciar e onde vocês cairam que nem patinhos, rendendo imediata homenagem à sua linguagem que não era linguagem nenhuma, mas mero amontoado de palavras sedutoras. Já não me lembro do nome do seu autor. Tinha ideia que era Skodal, mas, estranhamente, o Google não me devolveu nada sob essa chave de pesquisa.
PS- Quando digo vocês não me refiro obviamente à WOAB, nem ao Galamga, nem ao Sancho Gomes, nem a ninguém em particular. Refiro-me ao arquétipo platónico do afrancesado (como eu lhe chamo impropriamente, porque há franceses que não são afrancesados - Descartes, Voltaire, Poincaré, p. ex. - e há filósofos de outras nacionalidades que o são profundamente - Heidegger, p. ex.). Ninguém, felizmente, corresponde em absoluto a esse arquétipo.
Mas juro que estou de boa fé: que contributo deu Heidegger à filosofia?
Aceito honestamente a lição que alguém me queira dar.
Funes, lições também precisam-se por cá, mas tem uma pequena réplica lá na conspiração.
O teu post diz tudo, Sancho. A única achega que tenho a fazer é a seguinte; considero que a analítica é um contributo válido. Mas irrita-me a redução e o pedantismo com que por cá se arrogam os defensores da analítica. E isso nota-se nos manuais, nos programas (embora tenha havido um grande revés com a abolição do exame nacional). Enfim...
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