quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Longe, a distância
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora ...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A faluta débil ... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só incessante, um som de flauta chora ...
Camilo Pessanha, Ao longe os barcos de flores
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2 comentários:
Clepsidra... há quanto tempo não "ouvia" Camilo Pessanha. Um tempo distante. Gostei muito do poema.
Camilo Pessanha, que saudde de o ler, foi optimo lembra-lo aqui
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