quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Hoje...

Hoje magoaram o meu amor
e o meu amor entristeceu-se
Na face rolaram cristais
turvos de sangue e dor
Há dor que um beijo não cala
nem uma rosa perfuma
Há dor que só o tempo suaviza
no quebrar contínuo da vida
Hoje magoaram o meu amor
e a dor agravante virou ferida
O meu amor martirizado sofreu
e a sua alma emudeceu
Há dor que as lágrimas não aliviam
nem palavras confortam
Há dor que só o amor
faz palpitar o coração
e o coração ainda sofre de amor.
Lídio Araújo, Princípio (amor natus est)... E... fim! (dies irae)

8 comentários:

Anónimo disse...

Deixe-me que lhe diga que há dores de amor que nem o tempo suaviza.
São marcas profundas que ficam na nossa pele e que basta aproximarmo-nos de uma lembrança que logo toda a realidade entretanto construida, se abala.

Anónimo disse...

Deixe-me que lhe diga também que o amor varia de pessoa para pessoa. Provavelmente eu não amo da mesma forma que o Sr. lancelot.
O amor tem muitas faces e muitos tempos. Depende também muito do sítio onde se aloja :))

Anónimo disse...

Deixe-me que lhe diga, que não pretendo impor-lhe a minha forma de sentir. Resolvi apenas partilhar com uma rainha do Egipto alguma da minha pouca sabedoria :)
Remeto-me então para o tempo dos cavaleiros da távola redonda e abandono as margens do nilo.
Cumprimentos ao Akhenaton.

Woman Once a Bird disse...

Ah, Lancelot, já devia saber que as rainhas são caprichosas. Então já não se lembra da sua Gwenhwyfar? Se bem que, aqui entre nós, ia mais bem servido com a Morgaine. É a tal coisa, o amor não se percebe...

Anónimo disse...

Não se ofenda, pois eu também só quis partilhar.

Acho este poema muito bonito. Ouvi-o no dia em que lançaram o livro. A pessoa que o leu ficou comovida...
Deixe-me que lhe diga, que gosto daquilo que diz : ))

Anónimo disse...

Os homens preferem as sonsas. Somos uns burros :))

Anónimo disse...

O comentário anterior, era naturalmente uma resposta à WOAB.

Tenho uma dificuldade com a poesia que se pode traduzir da seguinte forma, quando a ouça bem dita e com emoção, fico extasiado. Ainda hoje lembro o João Grosso com a Ode Maritima no Paulo Quintela.

Agora, para grande infelicidade minha, não consigo interessar-me por um livro de poesia.

Faltar-me-á ritmo, melodia, "poesia", espirito... não sei o quê, mas lamento-o.

Pode ser que a Nefertiti me desperte.

Obrigado.

Anónimo disse...

Recordo com forte emoção o momento da vivência e da escrita do poema. Sei que o mesmo tem sido divulgado... Apraz-me que assim seja. Que cada um se esforce para que o AMOR persista, cresça e alimente este MUNDO, quiçá tão frágil e incompreendido, aguardando o essência do verdadeiro e puro AMOR!
Um beijo com amizade.
L.A: Lídio Araújo.