Segundo a Amnistia Internacional, uma em cada três Mulheres sofre de violência doméstica ao longo da sua vida. Em contrapartida, cá por casa - onde está tudo bem e o pessoal admira-se e que chatice, lá vem uma histérica falar sobre o assunto - todas as semanas uma mulher é morta pelo companheiro.
Neste País de brandos costumes - onde semanalmente morre uma Mulher "por amor", a lei protege a Instituição, mas não as pessoas. Apesar de ser considerada um crime público desde 2000, a violência doméstica só é considerada crime se perpretada entre conjuges; portanto, no que diz respeito a um casal que não tenha assinado o papelito no cartório o problema é, obviamente, deles (na verdade, a maior parte das vezes é problema delas). O mesmo se passa em relação a um ex-casal que tenha efectivamente assinado o papelito no cartório a anular contratos anteriores . Assim, crime público só aqueles que estiverem efectivamente casados, porque os outros, que o tivessem feito. E os que fizeram, que se mantivessem casados, que é para aprenderem a não querer melhorar de vida.
Obviamente que a violência doméstica não é SÓ uma questão de género; num casal, o agressor pode ser o elemento feminino, assim como também um casal não será obrigatoriamente constituído por um homem e uma mulher. Mas a verdade é que os números são assustadores e os números apresentam ainda uma factura altíssima à Mulher. E o nosso Estado continua a estabelecer fronteiras morais de cariz discriminatório no que diz respeito a reconhecer a TODOS o direito de protecção em casos de violência.
Cá em casa tudo bem, n'est pas?
*Expressão roubada à Isabella, do Mundo Perfeito.
Pintura de Paula Rego
Neste País de brandos costumes - onde semanalmente morre uma Mulher "por amor", a lei protege a Instituição, mas não as pessoas. Apesar de ser considerada um crime público desde 2000, a violência doméstica só é considerada crime se perpretada entre conjuges; portanto, no que diz respeito a um casal que não tenha assinado o papelito no cartório o problema é, obviamente, deles (na verdade, a maior parte das vezes é problema delas). O mesmo se passa em relação a um ex-casal que tenha efectivamente assinado o papelito no cartório a anular contratos anteriores . Assim, crime público só aqueles que estiverem efectivamente casados, porque os outros, que o tivessem feito. E os que fizeram, que se mantivessem casados, que é para aprenderem a não querer melhorar de vida.
Obviamente que a violência doméstica não é SÓ uma questão de género; num casal, o agressor pode ser o elemento feminino, assim como também um casal não será obrigatoriamente constituído por um homem e uma mulher. Mas a verdade é que os números são assustadores e os números apresentam ainda uma factura altíssima à Mulher. E o nosso Estado continua a estabelecer fronteiras morais de cariz discriminatório no que diz respeito a reconhecer a TODOS o direito de protecção em casos de violência.
Cá em casa tudo bem, n'est pas?
*Expressão roubada à Isabella, do Mundo Perfeito.
Pintura de Paula Rego
3 comentários:
Que um dia não seja necessário haver um único dia para nós, mulheres. Que um dia todos os dias sejam nossos e possamos celebrar em pleno a nossa condição de mulher.
Beijinhos.
também genial a escolha da imagem (Paula Rego, pois claro)
Bem... mesmo tema, mesma pintora, mesmo quadro?! Agora digo eu, estou completamente de acordo! ;)
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