quarta-feira, 4 de outubro de 2006

O mal do sistema!!

"O sistema está de mal a pior e a culpa é dos professores!! Repito: OS PROFESSORES É QUE TÊM CULPA!
OS CULPADOS SÃO OS PROFESSORES PORTUGUESES E OS PROFESSORES DA MADEIRA E DOS AÇORES!!! Apesar de serem de países diferentes... tODOS SÃO CULPADOS!!"
TENHO DITO!!"

10 comentários:

Bayushiseni disse...

O mal não é dos professores.
O mal também é dos professores.
Porque nunca se levantaram realmente como era seu dever cívico e acusaram os sucessivos governos de estarem a usar a educação como uma senhora da má vida. Quando viam os livros de estudo mudarem ano a ano, com características diferentes e nunca se impuseram. Quando pactuaram com o sistema e não fizeram uma greve a sério, onde muitos pais participariam, mas fizeram greves a sério por causa de causas próprias. Oh sim. Há culpas a distribuir por muita gente. Pois sim. Há.

Anónimo disse...

Vou sitar um e-mail que recebi ainda esta semana:
"A propósito das avaliações e do processo continuado de desacreditação dos Professores que a Ministra quer impor à opinião pública, gostaria que os Professores pensassem no seguinte: Em vez de fazerem greves inócuas, que ainda por cima cheiram a férias desapropriadas entre feriados, os professores deviam pensar seriamente em cumprir integralmente nas suas escolas o seu horário de trabalho. Passo a explicar: Pela manhã, TODOS os professores se apresentavam nas suas escolas para iniciarem o seu dia de trabalho. Agora vai ser necessário um pouco de aritmética, mas da mais básica. Se um professor tem 3 horas de aulas num dia, cumpre mais quatro horas de permanência na escola. Nessas quatro horas é suposto corrigir testes, preparar aulas, elaborar enunciados das provas, etc., etc. tudo o que se relacione com a sua profissão e que normalmente está habituado (mal) a fazer em casa. É também suposto utilizar as secretárias, as cadeiras, os computadores e as impressoras da escola
para o seu trabalho. É que também é suposto que, antes de exigir resultados, a escola lhe forneça condições de trabalho. No final das sete horas de trabalho diário (7 x 5 = 35) saíam da escola para casa, deixando na escola o trabalho que ficou por fazer . Facilmente os Conselhos Executivos chegarão à conclusão que a escola não oferece condições aos professores para que estes trabalhem, e terão que o comunicar ao Ministério, ou não há seriedade. Ou tentarão os Conselhos Executivos agir de forma a convencerem os professores de que como estes se acotovelam na escola o melhor será irem para casa? Mas poderão os professores ser penalizados por quererem exercer o seu trabalho no local de trabalho que lhes está por natureza determinado? Deixem de ser um bando e passem a actuar como um grupo. TODOS para as escolas desde manhã a cumprir o horário de trabalho na escola, o local de trabalho natural. Atasquem completamente as escolas com a vossa presença e deixem que a ausência de
condições de trabalho faça o resto. Deixem-se de greves inócuas e atrapalhem verdadeiramente o sistema de forma legal. Provem de uma vez por todas que querem trabalhar e que este patrão não vos dá condições de trabalho apesar de vos exigir resultados, e ainda por cima enxovalhando-vos continuamente. Substituam os sindicalistas que vos representam tão mal e que já não sabem o que é dar uma aula há mais de 20 anos por Professores que saibam discutir os assuntos de forma séria. Sejam de uma vez por todos PROFESSORES UNIDOS. Se assim não for, rendam-se às evidências e façam o trabalho dos auxiliares educativos, que ajudam o ministério a poupar uns cobres. E NÃO SE QUEIXEM:"

Anónimo disse...

Errata: Citar e não sitar

Woman Once a Bird disse...

E agora, toca a brincar com uma maquete de escola, lançado-a ao ar e, graciosamente, executanto alguns passos de ballet clássico...

Anónimo disse...

Latin manda notícias!!! Saudade.

Anónimo disse...

Ontem, estive até às 2h da manhã a recortar fotografias para os livros de ponto, a preencher inquéritos,planificações de formação cívica, levantamentos de dados das minhas turmas, saber quem era os NEE, quem é que ia para os apoios, os absentistas, preparar as reuniões para os pais e professores, projectar os projectos curriculares de turmas, e, por fim, não tive tempo de preparar aulas, estava exausta...( também que isso é pouco importante!! nós já deveríamos saber tudo!! Estratégias para quê?? a escola já tem todo material possível e imaginário!!! realmente os professores são uns tontinhos!preocupam-se com o desnecessário! )
Pensei ir para a escola... mas estava fechada!!!

Anónimo disse...

digo ... também isso... (ainda agora comecei e o cansaço...)

Juraciara disse...

Não entendo a razão pela qual a culpa seria dos professores, não sei no seu país, mas aqui no meu a culpa é exatamente pela falta deles...
grande abraço e muito bom seu blog

Woman Once a Bird disse...

Cara Juraciara:
Ainda bem que gostou.
Quanto à questão que coloca, por cá temos demasiados professores. Muita gente no desemprego. Mas também temos escolas com turmas muito grandes e os professores com resmas de burocracia em cima. Temos também reformas educativas praticamente de ano a ano, o cultivo da ideia de que o estudo traumatiza as crianças e de que a aprendizagem deve ser lúdica. Depois, temos uma ministra da educação que encabeça uma equipa que, perante os maus resultados óbvios, vem dizer que a culpa é do mexilhão - ou seja, dos professores.
Volte sempre.

Provavelmente Talisca:
Não sei se ps rofessores pactuaram; sei que, apesar dos protestos que conheço, somos uma classe a sós...
Por mais prostestos, por mais recusas, por mais que denunciemos, temos uma opinião pública que opta pelo mais fácil...

Bayushiseni disse...

Cara Woman Once a Bird:

Somos a classe que escolhemos ser. E já fomos alunos. Parecemos é esquecer. Tive bons professores e tenho bons colegas, mas na verdade a maioria foi medíocre, alguns muito maus e nunca ninguém quis apontar isso. Poucos são os meus colegas que fazem avaliação contínua e quando eu era aluno (e não me esqueci) ficava furioso quando no princípio das aulas me falavam de avaliação contínua e depois era a média aritméticas de alguns testes é que me catalogava no final do ano.

Se somos uma classe a sós é porque nos afastámos do essencial, não é? Mostrámo-nos mais preocupados com os nossos benefícios de classe do que com as nossas obrigações de classe.

Mas é uma coisa geral que esta bastardização da democracia está a trazer: a ideia que temos que defender os nossos direitos democráticos, mas que não temos que cumprir as nossas obrigações democráticas.

E não é só nesta classe... É geral. O problema é que esta conta muito. Estamos a formar a gente de amanhã.