quinta-feira, 4 de maio de 2006

Uma coisa leva a outra.

O vídeo anterior conduziu a este. Advirto desde já que não percebo nada de música, por isso tudo o que for escrito a partir daqui é a percepção de uma ouvinte cega, que tacteia os meandros da sua audição deseducada.
Curiosamente, Archive é o que tem rodado no rádio do meu carro... E hoje, ao voltar a casa, cansada depois de um dia de psicologia (barata?) vinha a ouvir esta (a versão de 16 minutos e tal de que falava o Juzelino). A lírica é terrífica, profundamente angustiante.
Quem ouve pela primeira vez, tem a sensação de que, por vezes, está a chegar ao final. Que o lamento, a dor está prestes a terminar; contudo, quando já se sustém por um ténue fio de (uma nota?) parece regressar, crescer cada vez mais, atingir novamente a raiva, o uivo, o apelo - para tornar a morrer... AGAIN. Porque os amores são realmente tramados, porque parecem morrer para se insidiarem novamente, quando tudo já parece adormecido. Porque a nota tende a voltar over and over again, até à derradeira. E é preciso olhar para trás para ter a certeza - tal como Orpheu, mas desta vez com o intuito de não ter Eurídice no encalço.
E, por tudo isto, acho-a sublime, porque a composição acompanha, ao pormenor, o desfiar das frases cantadas/sussurradas/gritadas ao longo dos 16 minutos. É que nem lhe falta o silêncio.




You’re tearing me apart
Crushing me inside
You used to lift me up
Now you get me down
If I was to walk away
From you my love
Could I laugh again
You’re killing me again
Am I still in your head
You used to light me up
Now you shut me down
I’m losing you again
Locking me inside
I used to lift you up
Now I get you down
Without your love…..you’re tearing me apart
With you close by……you’re crushing me inside
Without your love……you’re tearing me apart
Without your love……I’m dowsed in madness
Can’t loose the sadness

8 comentários:

Anónimo disse...

bem. concordo com tudo o que dizes.
depois de escrever o comentário fui vê-lo ao youtube. apreciava imenso quando passava na sic radical, ainda não havia a coisa dos mp3. quer dizer, havia, eu é que ainda não era fã dos downloads ainda, nessa altura.
quando ouvi a versão integral achei-a ainda melhor. é, de facto, uma grande música.
conheces o resto do álbum? eu dos archive só ouvi o londinium (penso que se chama assim, se não for é parecido) e olha, não era um grande fã.

Woman Once a Bird disse...

O Londinium não conheço. Mas já ouvi o resto do albúm e também o Noise. Eu gosto muito, claro que umas mais do que outras. De qualquer modo, tens o Noise online, se quiseres ouvir:
http://www.archives-archive.co.uk/index_main.html

Anónimo disse...

continuo a dizer que deveria ouvir coisas mais arejadas!!

Woman Once a Bird disse...

Mas já me tinha dito isso alguma vez?

Anónimo disse...

não sei... Na verdade, tens um gosto apurado, sem dúvida... Eu apenas ouço à toa e nem sempre é o melhor.Tenho é a tendência para coisas mais "leves". Sou um bocado desligada dos sons. Ouço música para relaxar, desanuviar e até para alegrar. Quando estou triste recuso sons também tristes! enfim, meu o comentário foi realmente muito descabido e de alguém mui ignorante.

P.s fazes falta para a escolha da música do evento que estou a organizar... essa era sempre a "obra"

Anónimo disse...

...a tua parte

Anónimo disse...

Vejo que, finalmente, ouviste os Archive... E, tal qual te dizia, são excelentes! "Again", em particular, é prodigiosa na sua excelência, dor, raiva, frustração e desespero. Á primeira vista, os 16 minutos intimidam e dão um ar de serem demasiado, mas, após uma escuta apropriada em ambiente seleccionado, o tempo passa e nem se sente. Continua a escuta. Existem, ainda, outras pérolas a serem descobertas. Beijocas, J.A. (o gajo chato que te atormenta em S. Vicente!)

Woman Once a Bird disse...

Ora muito bem vindo por cá, Sr. J.A. Raios partam a sua timidez, que só agora se pronuncia. ;)

Maria Nefertiti, ainda desconfiei que fosse a tua versão mumificada, mas fiquei na dúvida.

Pois Bartebly, eu se pudesse, colocaria a versão de que falo no post, mas só tinham esta.