sexta-feira, 23 de maio de 2014

Realmente, os/as portugueses/as já pagam tantos impostos... mas, felizmente, o "feminismo"* passa factura



«esta história do feminismo está-se a tornar ridículo [sic]... todos vamos pagar a fatura desta «ideologia de género», e não demora muito»

(comentário assinado por curto5litros, no JN, à notícia da apresentação de Helena Costa, treinadora do Clermont, à imprensa)

Thierry Zoccolan fotografa Helena Costa, uma das primeiras mulheres (a primeira terá sido Carolina Morace) a treinar uma equipa masculina de futebol profissional

*Pus entre aspas porque não há tal coisa como Feminismo no singular. Há Feminismos.


Há sempre alguém disposto a pensar por ti

Dificilmente eu deixaria de exercer o meu DIREITO de voto. Para que hoje eu possa votar muitos homens e muitas mulheres morreram. E as mulheres, claro, demoraram muito mais tempo a ver-lhes reconhecidos todos os direitos de cidadania. O percurso iniciado pela Carolina Beatriz Ângelo e restantes feministas republicanas é longo e cheio de retrocessos [o João Esteves explica].

   
Diretamente do Ephemera
Distancio-me das leituras que associam a abstenção unicamente a desinteresse e comodismo. Acredito que quem se abstém também está a dizer alguma coisa, de facto, diversas coisas, entre as quais, que não se revê em nenhuma das propostas partidárias ou ainda no próprio sistema político-partidário democrático e que, por isso, se recusa a participar nesse mesmo sistema. No entanto, a abstenção leva-nos a que os lugares disponível sejam distribuídos pelos partidos votados, originando distorções, como se pode ver na imagem abaixo.


Menos de metade da população com direito a sufrágio foi votar (46,63%). Destes, pouco mais de 20% votou no atual presidente da República. Sucede que, legalmente (e simbolicamente) ele representa todos/as os/as portugueses/as - mesmo aqueles/as que optaram por não votar.

domingo, 18 de maio de 2014

No Limite da Dor e Histórias Clandestinas




Ana Aranha é uma jornalista portuguesa, autora de dois [entre outros] trabalhos notáveis para a memória portuguesa sobre a repressão do Estado Novo. 

As pessoas a quem Ana Aranha dá voz - num órgão de comunicação nacional estatal - fazem parte da História recente de Portugal.

No Limite da Dor traça as características das entranhas da submissão do corpo e do espírito. Ana Aranha ouviu gente que «falou» e contribui para a detenção de companheiros/as e outros/as que o não fizeram. E embora o escreva desta forma, não há distinção entre eles/as. Pelo menos para mim. A dor é semelhante. O que pode fazer uma pessoa ceder e outra não não se resume a um querer ou a um corpo menos ciente da dor. Hoje podemos pensar que qualquer droga pode fazer falar um/a prisioneiro/a. No entanto, a tortura prolifera como prática comum nas cadeias. Não é a obtenção de informação que motiva a tortura. Antes a tendência para marcar no corpo a submissão.

Este trabalho deu origem a um livro da autoria de Ana Aranha e Carlos Ademar.

Após as comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, Ana Aranha não parou de homenagear quem lutou contra a ditadura e produziu as Histórias Clandestinas, sobre gente que abidcou de uma cidadania limitada para uma existência ilegalizada. O testemunho de Margarida Tengarrinha é particularmente pungente. As histórias estão todas disponíveis para audição na página da Antena 1. Vantagens de viver na era da Internet.


quinta-feira, 8 de maio de 2014




Leio, no DN, que 866 mil pessoas viram o festival da eurovisão, no qual a Susy foi eliminada.
Ocorreu-me que o CDS não conseguiu sequer 700 mil votos e (des)governa as nossas vidas.