quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Festival Literário da Madeira - Manifesto às Artes ou subsídios para a desinstalação do medo

- A senhora está a sentir-se hesitante, não é? É bom sinal, é sinal de que a instalação do medo já começou. Sabe, minha senhora, isto da instalação do medo tem uma parte física e uma parte metafísica.
A mulher assente.
- Ou seja, não cabe só a nós instalar o medo, é preciso que também haja, da parte dos concidadãos, um estado de disponibilidade mental (eu diria mesmo moral) para aceitar o medo.

Rui Zink (2012). A Instalação do Medo. Lisboa: Teodolito, p.19.



Rui Zink é uma das presenças confirmadas no Festival Literário da Madeira (1 a 7 de Abril de 2013). 
Ide e espalhai a Boa Nova.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ao cuidado do Luís


A tua grândola é uma afronta à Grândola do restante País, porque nesta o Povo é quem mais ordena.

O Festival Literário da Madeira já mexe


De 1 a 7 de Abril, no Teatro Baltazar Dias.
Todas as novidades serão divulgadas aqui e aqui.

Para já, sabemos que a conferência de abertura será feita pela Naomi Wolf.
Já estou a salivar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013






In one sense, all feminism is by definition 'radical', challenging the central tenets of legal and political thought and demanding full citizenship for women in society.

Hilaire Barnett

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Passos Coelho outra vez


Há que reconhecer mestria neste anúncio de Passos Coelho (custa, é verdade, mas a César o que é de César - sendo que «César» é quase uma hipérbole). 
Paulo Portas, que até ao momento faz parte do governo mas condena as medidas do governo, Paulo Portas que até viaja quando as «medidas»* são anunciadas para afirmar, de longe, que só comenta quando estiver em território português, acaba de ficar com o menino dos 4 milhões no colo. 
Vai ser bonito de se ver, assumir pela primeira vez que alinha em privado o que nega em público.

*Se quiser, pode substituir o termo «medidas» pelo termo «saque», que é mais adequado.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

De pequenino se educa o ouvido


Que disparate. É claro que choram. 

Às sextas-feiras

Cansa-me ouvir Passos Coelho (na Assembleia). É acintoso e cínico nas respostas. Não responde diretamente às perguntas que lhe são feitas pela oposição; devolve-as invariavelmente com o rótulo de demagogia, e que por isso não responde. 
Escuda-se no facto de ter sido eleito (sob falso pretexto, é bom recordar) e esquece sistematicamente que quem o interpela também o foi. Esquece o papel regulador daquela casa. Instrumentaliza-a, aparecendo às sextas-feiras para se investir de uma legitimidade que insinue um espírito respeitador da democracia (que não somos).
Para esta criatura e o seu séquito de bons malandros, a porta da rua tem que ser, urgentemente, serventia desta Casa. 

De resto, importa também dizer que fico cansada ao ouvir (ou ver) Passos Coelho também nos restantes dias.



sábado, 9 de fevereiro de 2013

Segundo as previsões, 1 mês




(e sim, os ouvidos pequenos também se educam para Callas)


Primeira voz

Possuo a lentidão do mundo. Espero pacientemente
Que o meu tempo se escoe, o sol e as estrelas observando-me atentamente.
A preocupação da lua é mais íntima:
Passa e volta a passar luminosa como uma enfermeira.
Será que lamenta o que está prestes a acontecer? Não me parece.
É apenas o espanto perante a fertilidade.

Quando eu sair daqui, serei um acontecimento notável.
Não vale a pena preocupar-me ou sequer ensaiar. 
O que me está a acontecer, seguirá o seu curso naturalmente.
O faisão está de pé na montanha; 
Exibe as suas penas castanhas.
Não posso deixar de sorrir ao pensar no que sei.
As folhas e as pétalas esperam-me. Estou pronta.

Sylvia Plath (2004). Três mulheres: poema a três vozes. Lisboa: Relógio d'Água.

De pequenino se educa o ouvido



Lhasa é sempre uma excelente tutora. Basta ouvir...
(e mais do que nunca, não há um fim para esta «história»)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A corrida espacial: um programa intercontinental



Ouço no Jornal das 8 (SIC) que Mahmoud Ahmadinejad dispõe-se a ser lançado no espaço, a bem do programa espacial iraniano. Eu aplaudo (como suponho que muitos/as iranianos/as, principalmente se o deixarem em órbita ad aeternum*). Perante tanta abnegação, tanto sentido de Estado (psiu, Portas), ocorreu-me que Portugal poderia abrir os braços a este projeto (a História recente demonstra que não temos pudor em apertar a mão a quem quem quer que seja, desde que essa mão traga dinheiro) e propor uma parceria entre Portugal e o Irão. 
Para tal, sugiro que a equipa de astronautas portugueses a integrar esta nobre missão seja a tríade Coelho/Portas/Gaspar. E com jeitinho, se não for pedir muito, também poderíamos mandar Cavaco nesta aventura épica. Nós sabemos como esta gente é capaz de se sacrificar pela glória do País.
Tenho a certeza que ficaríamos todos/as orgulhosos/as. E aliviados/as*.

sábado, 2 de fevereiro de 2013