Possuo a lentidão do mundo. Espero pacientemente
Que o meu tempo se escoe, o sol e as estrelas observando-me atentamente.
A preocupação da lua é mais íntima:
Passa e volta a passar luminosa como uma enfermeira.
Será que lamenta o que está prestes a acontecer? Não me parece.
É apenas o espanto perante a fertilidade.
Quando eu sair daqui, serei um acontecimento notável.
Não vale a pena preocupar-me ou sequer ensaiar.
O que me está a acontecer, seguirá o seu curso naturalmente.
O faisão está de pé na montanha;
Exibe as suas penas castanhas.
Não posso deixar de sorrir ao pensar no que sei.
As folhas e as pétalas esperam-me. Estou pronta.
Sylvia Plath (2004). Três mulheres: poema a três vozes. Lisboa: Relógio d'Água.
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