quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Barbara Kruger


De um modo geral ninguém está interessado em que a sua influência seja determinante para o outro, mas sim que esta influência, este determinar do outro, reverta sobre si próprio. Por isso existe já uma ação recíproca naquela sede de domínio que se dá por satisfeita quando o fazer ou o padecer, o estado positivo ou negativo do outro se apresenta ao sujeito como produto da sua própria vontade. (...) De resto, a sede de domínio, mesmo nesta forma sublimada, cujo sentido prático não é a exploração do outro, mas a mera consciência dessa possibilidade, não significa de modo algum uma forma extrema de desconsideração egoísta. É que a sede de domínio, por muito que queira quebrar a resistência interior do submetido (enquanto o egoísmo só se costuma importar com a vitória sobre o seu exterior) ainda assim tem uma espécie de interesse pelo outro, é para ela um valor. Só quando o egoísmo nem sequer é sede de domínio e o outro lhe é absolutamente indiferente, mero instrumento para objetivos que estão acima dele, é que desaparece a última sombra de colaboração socializadora.

Superioridade e Subordinação, Georg Simmel (1923)

Sem comentários: