quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O que não se deve fazer a Clarice

Como leitora compulsiva de Clarice Lispector, é com pena que registo que as edições de Água Viva e O Lustre são dececionantes. Não pelo texto da autora, mas pelo que a Relógio d'Água não fez: uma revisão digna, que permita ler ideia em vez de idéia e em que o trema não tremelique pelo texto (a título de exemplo). 
Se quisesse uma edição em Português do Brasil (tenho, por exemplo, o Correspondências, oferecido por mão querida) teria comprado uma edição da editora original, a Rocco. Mas tal não é o caso. Não estava preparada para isto. 
Sei que publicarão mais, nomeadamente os livros infantis de Clarice. Espero sinceramente que sejam edições mais cuidadas. A bem da minha saúde.

3 comentários:

A. disse...

Como te compreendo...

Anónimo disse...

Cara mulher outrora um pássaro,

eu também não estava preprarado para que alguém que lê compulsivamente Clarice, com certeza com conhecimentos mínimos sobre o mundo dos livros, desconheça que manter os tremas ou acentos é uma decisão editorial e não uma falha de revisão. O contacto com a grafia original da autora não me parece de menosprezar (acordos à parte); e as edições brasileiras não estão acessíveis a todos os leitores.
Mas julgo que o livro infantil que saiu está segundo o acordo, pelo que trata de parte das suas lamentações.
Boas leituras clariceanas.

Woman Once a Bird disse...

Caro anónimo:
Enquanto leitora de Clarice, não preciso do trema ou da palavra idéia grafada em português do Brasil, como continuo a defender - e espero que uma edição portuguesa seja isso mesmo.

Grata pelo comentário e principalmente pela profunda educação nele manifestada. E já agora, também pela assinatura. Espero que não considere esta resposta como um lamento. Apenas um agradecimento. E uma constatação.