Volto a ler o Público religiosamente. E com ele, o regresso à autoflagelação através da mórbida leitura da crónica de VPV. Não sei porque me surpreendo; após este interregno, apenas mais do mesmo: o mesmo desprezo pelo Outro e pelo chão que pisa.
VPV não discorre no sentido de um contributo saudável; apenas pretende destilar peçonha e reiterar a alucinada diferença que acredita existir entre si mesmo e todos os outros, entre o seu universo e o País em que habita. Faz lembrar Tom Edison, essa personagem execrável de Dogville, o (aspirante a) intelectual que analisa exaustivamente a vila e as gentes da sua vila como se dela não fizesse parte. Assim é VPV, que pateticamente perora como se de um isento observador se tratasse - e sabemos que não o é. Ao lermos VPV, temos que ter sempre presente esta premissa prévia - a de uma miserável e esquizofrénica tentativa de não pertença, de ser o mero espetador que afinal não é.
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