segunda-feira, 28 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Lullaby de Domingo
Bonnie Prince Billy, Strange Form Of Life
(quando o trabalho corre lento porque é domingo e queríamos fazer outra coisa qualquer)
sábado, 26 de março de 2011
A celebração
Do amor.
Leio-te e reconheço o que quem esteve de fora sempre viu e ouviu contar. Os teus pais são das mais belas histórias de amor da família e reconheço-a em cada palavra tua, em cada relato da minha mãe, quando imagino o teu pai a afagar a tua mãe cansada.
Mas é preciso celebrar o amor. Que atravessou a usura do tempo, a rotina, a doença - há poesia no teu pai quando olha a tua mãe exausta e vê a mulher por quem se apaixonou, a mulher assertiva, desempoeirada que sempre lutou pela paixão de ambos.
Tenho uma fotografia dos teus pais num piquenique. Os dois mini's na berma da estrada (o dos teus pais e o dos meus) e todos a pousar para a fotografia. Na fotografia acho que existimos as duas, tu e eu. Ou então só existes tu e a memória trai-me e julgo que também lá estou. Já não sei. Mas recordo a tua Mãe, cabelos longos, vestido curto, sentada em cima da toalha de piquenique e o teu pai a adorá-la.
Tivemos sorte, tu e eu. Nascemos de criaturas que se amaram e amam para a vida. E é isso que temos que celebrar.
Leio-te e reconheço o que quem esteve de fora sempre viu e ouviu contar. Os teus pais são das mais belas histórias de amor da família e reconheço-a em cada palavra tua, em cada relato da minha mãe, quando imagino o teu pai a afagar a tua mãe cansada.
Mas é preciso celebrar o amor. Que atravessou a usura do tempo, a rotina, a doença - há poesia no teu pai quando olha a tua mãe exausta e vê a mulher por quem se apaixonou, a mulher assertiva, desempoeirada que sempre lutou pela paixão de ambos.
Tenho uma fotografia dos teus pais num piquenique. Os dois mini's na berma da estrada (o dos teus pais e o dos meus) e todos a pousar para a fotografia. Na fotografia acho que existimos as duas, tu e eu. Ou então só existes tu e a memória trai-me e julgo que também lá estou. Já não sei. Mas recordo a tua Mãe, cabelos longos, vestido curto, sentada em cima da toalha de piquenique e o teu pai a adorá-la.
Tivemos sorte, tu e eu. Nascemos de criaturas que se amaram e amam para a vida. E é isso que temos que celebrar.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Terra à vista
O discurso do Portas também foi interessante; anunciou pomposamente uma campanha positiva, por Portugal.
Não convém cuspir nos pratos em que podemos vir a comer, pois não?
Provavelmente o melhor chocolate do mundo
O discurso de demissão Sócrates foi um triste exercício de campanha eleitoral.* Juro que tentei ouvi-lo, mas como apenas repetia o discurso dos últimos dias (eu sou um pobre existente), que apenas repete o discurso dos últimos seis anos (eu sou um grandessíssimo pobre existente), concentrei-me nos três quadradinhos de chocolate que celebravam a demissão. O chocolate de cereja tem destas coisas: oblitera completamente o que não é novidade.
*E se o homem for reeleito, apenas reiteramos o quão estúpidos somos.
Elogio à Gratidão
Eu acredito que Angela Merkel esteja profundamente grata pelo facto de Sócrates a manter informada no que diz respeito à governação de Portugal. Muito mais informada que os restantes órgãos de Soberania Nacional.
Até poderia ter ido mais longe: poderia ter agradecido o facto de Sócrates ter permitido uma governação bicéfala. Se houver eleições (o Presidente ainda não aceitou a demissão do PM que o desrespeitou), apresentarão candidatura conjunta?
segunda-feira, 21 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
Lullaby de Domingo (antecipa-se e é de sábado)
Porque sim.
Why are women still sexually harassed?
"Será que na tua linguagem corporal não havia qualquer sinal de que estaria receptiva aquele avanço?" é a pergunta feita a uma mulher que contou ter sido assediada no trabalho. Aprendemos também que, segundo um homem que participava no debate, "não há forma de criminalizar as condutas impróprias porque....as mulheres não podem (talvez por não saberem) explicar à polícia o que é ser tocada de forma imprópria". E também que a solução para o assédio passa pela educação das mulheres.... que têm que deixar de se vestir de forma provocante (as malandras): "se querem ser respeitadas, têm que se vestir de forma respeitosa", esclarece um participante. Tanto por fazer.
Eolo Perfido |
* Uma assistência presencial ganesa, moderada por uma mulher que - testemunhou ter, quando adolescente, presenciado um homem a masturbar-se dentro do autocarro - e alimentada por tweets, comentários no facebook e telefonemas de vários locais do mundo.
A musicalidade das moedas
Em ano(s) de crise, o Optimus Alive coloca bilhetes diários a 50 euros e passes que não permitem as combinações que quisermos em relação aos dias. Convenhamos, que gente que trabalha assim só merece um epíteto: mercenários.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Sobre a blasfémia
Todos os dados que possuímos nos levam a crer que, neste final da Idade Média e no início da Época Moderna, os portugueses, como os naturais dos outros reinos da Europa, têm a jura fácil e tratam Deus, a Virgem e os santos com grande familiaridade, quando não com rude aspereza.
Luís Miguel Duarte
in Justiça e Criminalidade no Portugal Medievo (1459-1481)
segunda-feira, 14 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Lullaby de Domingo
Há muito que não ouvia Sex Pistols. E parece-me ser um mote interessante para os dias que correm.
sábado, 12 de março de 2011
Nojo
«O que vigora hoje nas oligarquias é o esbanjamento em que vivem os filhos dos magistrados; aos filhos dos desfavorecidos só lhes resta entregarem-se a trabalhos árduos e fatigantes (mesmo que sejam mais ambiciosos e capazes de se lançar em reformas).
Mesmo nas democracias que se presumem as mais representativas das massas populares, acaba por acontecer o contrário do que é mais adequado ao interesse comum.»
Aristóteles, Política, 1310a 10-35
Trabalho há cerca de 10 anos. Estive um ano desempregada, um ano desesperante em que a minha auto-estima era praticamente inexistente. Já candidata a um curso de mestrado em Coimbra, na minha área, fui chamada para uma substituição. Na verdade, fazia malas para regressar a Coimbra, já que a candidatura havia sido aceite e apenas faltava formalizar a matrícula. As malas serviram para outro sítio que não Coimbra. Não hesitei e ainda bem.
Eu sou das que teve sorte.Um ano depois, quem ingressou na carreira já não a teve. Muito menos nos anos subsequentes. Tenho amigas e amigos que, não sendo da minha área, não tiveram a sorte que eu tive. Trabalham menos? Mentira. Trabalharam e trabalham tanto ou mais. Apenas estava no sítio certo à hora certa.
Por tudo isto tenho imensa dificuldade em entender os discursos que por todo o lado propagam. Temos quase duas décadas de gente cujo futuro está absolutamente hipotecado (e nem falo dos que ainda estão a preparar-se para a idade adulta).
Somos governados por uma corja que não entende a política como serviço público que se escuda numa crise internacional para nos colocar a corda no pescoço. E as vozes mais ferozes não vociferam contra este estado de coisas. Queixam-se dos que reclamam. Que são preguiçosos. Que não se fizeram à vida. Que são uns privilegiados de barriga cheia que esperam viver às custas do Estado. A maior parte destas vozes não tem um ordenado mínimo ou um emprego precário (pelo menos não no sentido em que a maioria dos que hoje se manifestam tem). Estas vozes têm salário certo no final do mês, segurança social assegurada e a quase certeza de que no próximo ano o emprego continuará lá. Estas vozes esquecem que a nossa validação passa pelo trabalho que temos (ou não temos) e porque nunca lá estiveram ou então esqueceram, não conseguem ser suficientemente humanos para perceber o quão terrível uma situação de desemprego ou de precariedade pode ser para a auto-estima de cada um.
A maior parte destas vozes ouve e lê a lírica de "Parva que sou" e finge não compreender que a parvoeira não está em estudar, mas sim em aceitar que um País permita que a entidade empregadora abuse dos/das seus/suas empregados/as para cegamente lucrar. Em aceitar que um País pague aos gestores o que paga, os mesmos que vociferam que o salário mínimo é demasiado alto (o Jools tem razão quando o diz) ou que os despedimentos devem ser flexibilizados, ou que indemnizações de miséria devem ser ainda mais miseráveis.
É por tudo isto que a Ana Bacalhau canta que somos todos/as parvos/as. Porque aceitamos que quem nos governa feche os olhos à vergonha que é este Estado Social em que muita gente paga para trabalhar na esperança de um dia vir a ser pago. Aceitamos que a crise seja paga por quem menos pode e que os que mais poderiam fazer continuem como se deste País não fizessem parte. Somos parvos/as quando ouvimos placidamente o Sócrates no Parlamento, com a mesma cara de pau com que diz que é engenheiro, a dizer que as suas políticas reduziram o número de falsos recibos verdes, quando é o próprio Estado a contratar desta forma. Nojo, muito nojo!
Mas não. As vozes bem pensantes e instaladas discordam moderadamente em relação a tudo isto. A sua verdadeira indignação é dirigida para os/as escravos/as, os/as que se revoltam contra este País miserável a que estamos reduzidos/as - não por falta de dinheiro, mas por falta de capital verdadeiramente humano, que saiba o que é ser Pessoa e que ainda seja capaz de ver no rosto do/a outro/a um Ser Humano e não apenas uma forma de aumentar o seu capital ou os seus privilégios.
Na verdade, a lírica dos Deolinda é até demasiado branda com este País.
Gravura de Paula Rego
quarta-feira, 9 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Epístola de Kiara aos/às Bloggers
Há muito que não vos dou notícias, bem sei. É simples, ando envolvida numa causa maior.
Ora espreitem lá o vídeo que se segue. É uma causa nobre ou não?
Imaginem o que conseguirei escrever depois disto. Por isso, caros/as leitores/as, a espera é uma virtude . Desculpem-me a brevidade, mas tenho sessão de fisioterapia.
Com a vossa licença:
Kiara
Se é isto uma empresa pública* de um País em crise
domingo, 6 de março de 2011
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã - Olympe de Gouges
Lançamento amanhã na FNAC Madeira, pelas 19 horas, com a presença da Professor Christine Escallier, responsável pelo prefácio desta obra.
Mais aqui.
Lullaby de Domingo (de Carnaval)
Reflexão sobre política partidária em tempo de Carnaval.
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