quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Noomi Rapace é, definitivamente, a minha Lisbeth Salander. Michael Nyqvist é, definitivamente, o meu Mikael Blomkvist.
Se os dois primeiros filmes da trilogia são fieis à história (alterando alguns detalhes, cortando pormenores), o último trai algumas personagens do livro. O último volume do best-seller de Larsson é pleno de mulheres fortes, que contrariam os mitos relacionados com a fragilidade feminina. Erika, Annika, Monica (que na versão portuguesa aparece como Rosa Figuerola), Sonja, Malin e Susanne são todas exemplos de mulheres que desafiam a ordem conservadora. Elas são fortes, autónomas, inteligentes e independentes. No filme, elas mal se notam. Podiam ser elas ou outras quaisquer. O episódio dos mails para a Erika e a sua decisão relativamente à publicação da revista são, efectivamente, uma traição a Erika. Para além de lamentar que o diálogo entre Annika e Teleborian tenha sido eliminado do filme, lamento ainda mais que o filme se tenha limitado a ser a continuação da saga Blomkvist e Salander, desvirtuando algo que aparece notório no livro: a denúncia da violência e discriminação contra as mulheres e a celebração de mulheres fortes e de espírito guerreiro.

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