domingo, 18 de julho de 2010

Eles é que são muitos

Em miúda, corri atrás dos pombos no Rossio. Enchiam todo o espaço e faziam a delícia das crianças, que palmilhavam a calçada atrás de todos sem apanhar um que fosse. Quando eu era pequena, os pombos não eram ratos com asas, nem provocavam esgares de nojo ou comentários de como são incomodativos, asquerosos, demasiados a voar por aí.
Por essa altura, lembro-me também de um estribilho sobre uma gaivota que simbolizava liberdade. Nessa altura, também as gaivotas não eram demasiadas, nem incomodavam por aí além; não eram consideradas animais imundos, alvos a abater que nos cagam em cima, as porcalhonas.
A graça de um gato a dormir em cima de um carro suplantava o horror aos riscos no tejadilho ou ao incómodo que é limpar o traço deixado pelas patitas almofadadas; atropelar um cão era um drama e não uma maçada que sujava e danificava o carro (o idiota do cão, atravessar assim a estrada,que já lá estava e nem há passadeira. E agora esta despesa toda, espero que o sacana tenha ido morrer longe). 

E depois, há isto. E as pragas são, claro está, eles.

2 comentários:

Sancho Gomes disse...

isso está tudo muito bem, mas eu abomino os pombos. são autênticas ratazanas...

Anónimo disse...

Há, na Índia, um templo dedicado aos ratos. Se alguém for tocado por algum rato é óptimo, dá sorte. Tenho o maior respeito por todo o género de vida, imagina só que, noutro dia, enquanto limpava a varanda, apareceu-me uma aranha... não a matei, pois pensei bem e cheguei à conclusão que a varanda é espaçosa.
No entanto, confesso, que ver muitos pássaros juntos causam-me impressão. Eu não deveria ter visto o filme "Os pássaros".
Mas, para concluir, vale mais ver os pássaros a voar e andar pelos parques do que ver idiotas a atropelar animais.
Uma ideia para equilibrar o ecossistema: pôr mais gatos a circular, eles encarregar-se-ão das aves e dos ratos. Em relação aos idiotas, não sei... A reeducação,talvez.
helena