Numa terra onde o que é de César continua escandalosamente misturado com o que é de Deus, finalmente começamos a ouvir vozes do lado de lá a questionar a orientação de uma Igreja que sendo maior que a Ilha se verga aos interesses políticos dessa dimensão. Fui surpreendida pela denúncia veemente da situação por parte do Padre Jardim Moreira Presidente da Rede europeia Anti-Pobreza, sobre o afastamento do Cónego Manuel Martins da Sé Catedral, após algumas homilias menos fantasiosas sobre a pobreza na Região.
A reacção do padre Marcos Gonçalves, em nome da Diocese, não faz mais do que reproduzir os tiques que tão bem conhecemos em outros quadrantes; é elevado o nível de argumentação quando se começa por dizer que o Padre Jardim Moreira tem é que se meter na sua vida (sic). Nada de estranho, por cá. Desde sempre que o braço da Igreja se confunde com o braço do poder político, desde sempre tivemos subservientes a ocupar os cargos de decisão na Diocese em que o representante máximo sai de celebrações religiosas a fim de cumprir calendário político.
Finalmente, já chegamos ao Continente. Finalmente começou-se a quebrar o silêncio e questionou-se que raio de gente é esta que fala em nome de Deus, mas apenas obedece a homens.
1 comentário:
Mas é tradição a igreja zelar pelos interesses dos que detêm o poder. Qual é a dúvida? Sempre foi assim.
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