terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Almas Mortas*

Sempre me confessei leitora e admiradora da Isabela. Ainda que não tenha, porenquanto, mergulhado na leitura do seu livro acabado de sair, tenho a certeza que nos presenteia com a escrita a que nos habituou ao longo dos anos. O destaque na Ípsilon é mais que merecido; mas com a justeza do mesmo, vem por arrasto a grosseria habitual que grassa nas páginas de comentários a que o Público nos habituou. É que, parece-me, existe uma diferença entre liberdade de expressão e a libertinagem do linguajar próprio dos espíritos mesquinhos. Para já, apenas posso manifestar a minha solidariedade para com a autora e o completo nojo por gente que não chega a sê-lo completamente. Quero acreditar que a maioria dos/das portugueses/as não é tão bacoca, mal educada e mal intencionada quanto as páginas de comentários do Público testemunham. 

*título roubado a Gogol.

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu também admiro a Isabela.
Acerca dos comentários, é típico do português que tanto se orgulha do Quinto Império que manteve durante séculos à custa da escravidão de seres humanos.
Enquanto esta mentalidade não mudar, não vamos a lado nenhum. A verdade não é confortável para muita gente.

Táxi Pluvioso disse...

Suponho que liberdade é isso, ouvirmos o que não queremos, mas como os portugueses são muito cultos, sai muita obra-prima.

UM BOM ANO

que as canas dos foguetes não nos caíam em cima

Woman Once a Bird disse...

Táxi:
Uma coisa é discordar, outra completamente diferente é o insulto gratuito. Acho que é mesmo uma questão de (falta de) carácter. E o curioso é que muito provavelmente não o fariam olhos nos olhos, ou sob uma identificação mais precisa.


Um bom ano para si também. :)

Marta disse...

meninas lindas,
como sabem este é um blog onde, há já uns anos, gosto de me encontrar...
bom para a alma.
bom para o olhar.
bom para sorrir.

feliz 2010
feliz TUDO.

beijos

António Conceição disse...

1- É que, parece-me, existe uma diferença entre liberdade de expressão e a libertinagem do linguajar próprio dos espíritos mesquinhos.

Talvez exista. Mas ao tentar estabelecer essa diferença chega-se sempre à censura de tudo o que não gostamos e ao fim da liberdade de expressão. Deixai, pois, que cada um use do seu a libertinagem do linguajar próprio dos espíritos mesquinhos.

2- Para já, apenas posso manifestar a minha solidariedade para com a autora e o completo nojo por gente que não chega a sê-lo completamente.

Isso é também o exercício da liberdade de expressão. Sagrada seja a sua manifestação de nojo.

3- Quero acreditar que a maioria dos/das portugueses/as não é tão bacoca, mal educada e mal intencionada quanto as páginas de comentários do Público testemunham.

Quer acreditar mal. Os leitores e comentadores da Ípsilon são a elite dos portugueses. Os outros são muito piores.

4- Nunca li nada da Isabela. Recomendada por WOAB, temo o pior.

5- Desejo-lhe um ano de 2010 cheio de Derridas, Deleuzes, Sartres e Beauvoires, com muitos recheado de posts inúteis. O que distingue os primatas superiores dos outros bichos é que os primatas superiores fazem coisas inúteis.

6- E que 2010 represente um passo significativo na via dolorosa da dignificação da MULHER.
O que me separa do feminismo são os seus meios, não os seus fins. Quanto aos fins, não me importo de me feministizar nem, sequer, de parcialmente me feminizar.

António Conceição disse...

Desejo-lhe também um ano de 2010 cheio de comentários gramaticalmente mais correctos do que o meu comentário anterior.

Woman Once a Bird disse...

Marta:
Um grande, grande ano para ti.

Funes:
Para si também. Os seus comentários são sempre bem recebidos, mesmo quando vilipendiam Derrida. aliás, uma das minhas passas foi direitinha para si: que este seja o ano em que Funes leia Derrida sem qualquer pré-conceito.