quarta-feira, 11 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher?

Que disparate! Tudo o que havia para conquistar já o foi. Já nos é possível falar de amor... E quanto à igualdade (de direitos e deveres) está devidamente consagrada e admitida por todos.

Adenda:
Quando escrevinhei que a igualdade está devidamente consagrada e admitida e remeti para um link sobre o caso da excomunhão da mulher que optou pelo aborto para a gravidez da sua filha de nove anos, obviamente que me referia à "lei" da instituição que permite que se considere um aborto nestas circunstâncias um holocausto, mas que a molestação desta criança de forma continuada é um pecado menor. Não coloquei em causa - e julguei que tal fosse claro - a legislação do Estado Português. Não tenho conhecimentos suficientes para o fazer.


24 comentários:

Anónimo disse...

Está devidamente consagrada na lei, que é o que conta para nós. Não faças confusões.

Woman Once a Bird disse...

A sinalização do Dia Internacional da Mulher não visa apenas a consagração na lei, mas uma prática efectiva. Não confundas tu as coisas.

Anónimo disse...

Mas a sinalização do Dia da Mulher (gostei do uso consciente da capitular) deve interferir no seio da Igreja quando esta não viola qualquer lei? Não percebo porquê. Querem mudar o sentido da Igreja? Por que motivo? Com que legitimidade?
A Igreja serve a Deus e não aos Homens e Mulheres (está bem assim?).

Woman Once a Bird disse...

Gosto da ingenuidade de "a Igreja serve a Deus e não os Homens e às Mulheres". Com que legitimidade é que uma Instituição se imiscui desta forma na consciência de cada um é também uma pergunta legítima. Quanto ao uso consciente da(s) capitular(es), fazes como entenderes. Tal como eu o faço. Certo?

António Conceição disse...

"A sinalização do Dia Internacional da Mulher não visa apenas a consagração na lei, mas uma prática efectiva."

Concordo com a afirmação da WOAB (ou WOB, como parece que agora se diz). Mas só visa. Na realidade o contributo do DIM para atingir o objectivo visado é absolutamente nulo. DIM não passa de uma marca de meias.

Anónimo disse...

Que se assinale o dia até não discordo, já discordo que se festeje!
Eu acho um puro disparate que me digam "parabéns, hoje é o teu dia, é o dia da mulher"! O dia da mãe e do pai ainda vá lá, supostamente houve um escolha, agora felicitarem-me por eu ser mulher? Não encontro uma lógica... Enfim, há quem encontre.
Sou uma mulher. Luto pelos meus ideais, pelo meu espaço, pela minha integridade e pela felicidade, como qualquer ser!
Não gosto dos padrões vivenciais que ditam certas religiões e, por isso, ignoro-as, desvio-me. Hoje isso é possível (na sociedade em que vivo)... por isso, o assunto religião para mim passa-me ao lado, não me interessa (só a nível de estudo). Só seguem preceitos religiosos se quiserem.
É possível haver religiões sem seguidores? Julgo que não.

Anónimo disse...

P.s.: Nefertiti

Woman Once a Bird disse...

Então deixemos as questões comuns, já que individualmente resolvemos o nosso problema. Infelizmente, essa não é a minha convicção; tenho para mim que, enquanto cidadã e ser humano, tenho algo a dizer, tenho a obrigação de me insurgir em relação a práticas que considero discriminatórias e passíveis de ferir a dignidade humana. E Jorge, não há lei nenhuma - mesmo a que se auto-proclama de divina (Lei de Deus? Mas como, se foi criada e modificada por homens - letra minúscula, mas não te ofendas) que sustente a indignidade humana.

r disse...

«E quanto à igualdade (de direitos e deveres) está devidamente consagrada»

Creio, racionalmente, que o legislador tratou de os consagrar. Os direitos humanos, os direitos das crianças..., também estão consagrados. Como pessoa gostaria que o Dia Internacional da Mulher morresse, no sentido (seguramente nesse) em que não existiria cisão entre o plano consagrado na lei e a «praxis» efectiva da e na vida pública.
Por todas as meninas e mulheres violadas, pelas operárias têxteis queimadas, pelo analfabetismo da minha avó materna, pelo preconceito, enfim ... [não esquecendo a invenção da máquina de lavar roupa. Imaginem se Maria tivesse uma] eu queria ser capaz de edificar uma qualquer epistemologia da História das Mulheres; definir os axiomas do silêncio das mulheres; apreender o tempo privado das mulheres no recolhimento das suas vidas.

http://amarpedra.blogspot.com/2009/03/o-gozo-das-nuvens-cinzentas.html

Desculpai a intromissão (nem sempre bem acolhida) mais ainda, a (auto)citação, mas a náusea ingénua das vidraças comerciais com ursinhos e cartões vermelhos cheios de coraçõezinhos e tal, aquilo que esse dia mais (para não dizer exclusivamente) visa, não me permitiu resistir.

A questão religiosa, enquanto doutrinal, respeita ao crente. Obviamente que não impede a observação crítica.

Anónimo disse...

O indivíduo por si só não existe (há excepções, provavelmente).
Sabes, Woman, felizmente acredito e luto por uma sociedade onde as escolhas existam. Gosto de sentir que posso, de forma livre, optar, tendo em conta sempre o ser individual que sou. Gosto de fazer as minhas escolhas livremente. Por exemplo, a religião para mim é uma escolha. Apesar de ter tido uma educação baseada nos preceitos do catolicismo, actualmente e individualmente, escolhi por não ser católica.
A acção de cada indivíduo, por mais individualista que nos pareça, é sempre uma partilha, um acrescento, um contributo.
Fazendo as minhas escolhas livremente, tendo em conta os meus direitos e os meus deveres, acredito que estou a contribuir ( se calhar pouco... mas Roma e Pavia não se fizeram num dia) de alguma forma para a sociedade e para a minha felicidade individual.

Anónimo disse...

O indivíduo por si só não existe (há excepções, provavelmente).
Sabes, Woman, felizmente acredito e luto por uma sociedade onde as escolhas existam. Gosto de sentir que posso, de forma livre, optar, tendo em conta sempre o ser individual que sou. Gosto de fazer as minhas escolhas livremente. Por exemplo, a religião para mim é uma escolha. Apesar de ter tido uma educação baseada nos preceitos do catolicismo, actualmente e individualmente, escolhi por não ser católica.
A acção de cada indivíduo, por mais individualista que nos pareça, é sempre uma partilha, um acrescento, um contributo.
Fazendo as minhas escolhas livremente, tendo em conta os meus direitos e os meus deveres, acredito que estou a contribuir ( se calhar pouco... mas Roma e Pavia não se fizeram num dia) de alguma forma para a sociedade e para a minha felicidade individual.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Errata: onde se lê " as escolhas existam" deve-se ler "exista as escolhas".

Anónimo disse...

...porque é que não há o dia do Homem ?

Anónimo disse...

Seria engraçado ouvir : parabéns ! Hoje é o teu dia !

Quiçá receber um ramo de flores.

Que coisa mais pirosa.

A verdadeira igualdade, nasce na educação e exemplos que se dão em casa desde tenra idade.

Naturalmente e eu que sou homem reconheço-o, é muito mais confortável, ficar mais meia hora no trabalho, chegar quandos os miudos já tomaram banho e dizer, "querida estou estafado", largando-se pesadamente sobre o sofá ao abrigo dessa desculpa e não ajudando na lide da casa.

Naturalmente é um exemplo perputuador da diferença social entre homem e mulher e enquanto isto continuar, existirá um dia da mulher e nunca um dia do homem.

Imensos beijos para estas lindas mulheres que tão honestamente não são católicas e são felizes por poderem escolher.

Feliz dia da mulher ?

r disse...

O Dia Internacional do Homem é dia 15 de Julho.

Anónimo disse...

Rosa

A sério ?!

mas trata-se do dia do homem como Humanidade ou o dia do homem enquanto género ?

Noto que é um dia após a comemoração da revolução Francesa.

Fico à espera que neste blog se comemore essa data, uma vez que nunca recebi qualquer tipo de saudação ou me lembraram acerca dos meus direitos.

Obrigado.

r disse...

«homem como Humanidade»?

Não compreendo!!
Talvez alguém o possa elucidar...

«homem como Humanidade»?

... não, é um dia depois do meu aniversário... lol

Falo sempre sério.

«homem como Humanidade»?

Pois, pois...

Obs: Desculpai a invasão da casa.

Anónimo disse...

Rosa,

Deves ser de uma inteligência luminosa e brilhante digna de outro planeta.

Homem como Humanidade ?

Sim, onde está o problema ?

Elucida-me se tiveres capacidade para tal.

r disse...

Woman,
desculpa... o post e o blog são teus...ok!



Caro Lancelot,
o problema a que alude a expressão que utilizou é transversal às questões colocadas no post e respectivos comentários. O uso do conceito «Homem» como sinónimo de humanidade, não é neutro. Por que razão, então, não se faz uso do conceito Mulher, exactamente, como sinónimo de humanidade?

Este espaço não é meu, pelo que, não vou desenvolver mais o assunto. Deixo à sua curiosidade humana o aprofundamento investigativo do assunto.

Boa noite

Obs: Terra, planeta Terra.

Woman Once a Bird disse...

Lancelot:
A questão do masculino neutro não é uma questão menor. E a linguagem e a língua não é imutável ao ponto de não podermos questionar a sua utilização. Nem tão pouco neutra (e remeto para "a bioca em chaga do poema acima citado). Acontece que a utilização de Homem como referência à humanidade advém de uma utilização da língua também ela como anulação do feminino. Basta consultarmos o dicionário e percebermos a definição que se dá de mulher e homem.
Curioso também é o facto de a condição de mulher ser sempre a mesma: casada ou solteira, o vocábulo serve sempre. No caso do homem (e na sua utilização menos coloquial) existe um termo próprio para a distinção entre homem e marido.

Woman Once a Bird disse...

Não me entendam mal: não considero o Dia Internacional da Mulher numa dimensão comemorativa, mas sim reflexiva em relação à situação da mulher. Não me interessam as flores, as parabenizações e afins que se tornaram comuns nesta data. Mas considero fundamental o dia como depositário de memória do que (não) fomos, e reflexão sobre o que somos e sobretudo como queremos ser.

Anónimo disse...

Rosa,

Apresento-lhe as minhas desculpas e agradeço a sua chamada de atenção.

Estou em total e completo acordo consigo.

Quando li o seu comentário estava cansado e não compreendi o que pretendia.

Veja, eu próprio utilizei a palavra Homem para descrever a Humanidade, sem sequer reparar...

Eu que numa reunião com advogados recentemente questionei porque é que na lei (num código especifico), vem por diversas vezes referindo-se ao autor de algo, como "paternidade". Perguntei eu, porque não maternidade ?

Obrigado.

Anónimo disse...

Assim como não quer a coisa permitam-me que diga que feminismos redicais são puras patetices. Dia da Mulher? pelo amor de Deus...
Quanto à discussão sobre o Homem/Humanidade e sobre a eventual neutralidade, deixem-se lá de tretas. Fazer desta questão um cavalo de batalha é uma tontice. E tenho certeza WOAB que uma reflexão desapaixonada fazer-te-á chegar à mesma conclusão.
Lute-se, sim senhora, pela igualdade efectiva de direitos mas eveite-se as tonterias extremistas...

Sancho Gomes