Tenho a obsessão pela escrita secreta. Pelo desfiar das letras no íntimo da (des)apropriação do segredo. O enigma é-me sempre desejável e por isso acarinho o fantasma de mim na escrita de outrém: a (minha) leitura é acto egoísta, de roubo descarado da intimidade tornada pública. A escrita também.
Quando o escriba desenha palavras, carrega-as da intimidade dos que o rodeiam, expondo-os secretamente ao olhar ávido do (seu) leitor que, pode não o pressentir, mas apenas quer reconhecer(-se n)aquelas páginas. E estes movimentos aparentemente díspares - o movimento da leitura e o movimento da escrita - pretendem apenas constranger a distância que permeia cada um de nós; tentativa utópica de trazer o outro a nós, ao nosso espaço: na leitura, amorável intruso; na escrita, desejado convidado.
Quando o escriba desenha palavras, carrega-as da intimidade dos que o rodeiam, expondo-os secretamente ao olhar ávido do (seu) leitor que, pode não o pressentir, mas apenas quer reconhecer(-se n)aquelas páginas. E estes movimentos aparentemente díspares - o movimento da leitura e o movimento da escrita - pretendem apenas constranger a distância que permeia cada um de nós; tentativa utópica de trazer o outro a nós, ao nosso espaço: na leitura, amorável intruso; na escrita, desejado convidado.
1 comentário:
Há distâncias boas, sobretudo aquelas que insinuam a possibilidade de um contacto, uma auto-negação que nada aniquila, mas muito promete.
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