Do Martim Moniz até ao Campo de Sant'Ana a subida ainda é considerável. O dia estava magnífico, o que dificultou a tarefa. A meio, uma encruzilhada obriga-nos a parar e procurar orientação. Dirigimo-nos ao homem de bigode farto e avental que à porta do seu estabelecimento põe a conversa em dia. Solícito, ouve-nos a pergunta, mas ofende-se com a ausência que nela detecta. Afinal de contas, perguntamos pelo Campo de Sant'Ana e ele orgulhosamente repete, duplamente, Campo dos Mártires da Pátria. Repete-o convictamente, certo que nos corrige o erro grosseiro. Eu acredito que sim, que efectivamente chegar até lá requer alguma dose de martírio.
A subida vale a pena; no alto, Morfeu espera-nos, com a fachada já impoluta do PCP toscamente desenhado nas paredes do prédio. Ainda assim, serviu para que reconhecêssemos onde bater, já que eu jurava a pés juntos que o edifício era cor-de-rosa: não era. Depois... depois ficamos um bocado pelo jardim, à conversa, enquanto esperávamos pela chegada da outra martirizada pela subida. E o dia estava efectivamente bonito.
2 comentários:
Sim, o dia estava magnífico! O martírio foi, portanto, relativizado.
Nem por isso, porque quando chegou essa criatura o dia ficou logo negro!
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