domingo, 14 de setembro de 2008

Morfeu

Ao escutar-lhe o relato do sonho, sente que este podia ser seu:
E é ela que foge de quarto em quarto, é ela que tenta escapar à voz que insiste na técnica da definição, é ela que procura desesperadamente alcançar a (s) porta(s) que se encerra(m). E se a definição a persegue, se a acto de conceptualizar a esgota, se quase soçobra perante o poder da voz, por fim reencontra-se e escapa; e o penúltimo suspiro torna-se o primeiro, fôlego derradeiro e originário da fuga e a voz perde-se e é a mão que a conduz, não mais a voz que (a) define.

Pela sua mão, revelada lentamente. Tornada sentidos.

Obra de Raúl Perez

1 comentário:

Táxi Pluvioso disse...

É a mão de semear?