Há pouco não tive tempo. Vamos lá então. Minha cara, seja o que for, nada que a Aldina Duarte possa ser fascina mais do que aquilo que ela faz de facto - cantar e escrever. Ser uma defensora dos Direitos Humanos, na rádio, não faz dela mais que eu ou que vocelência. São as acções que fazem os homens e não o blablabla. Adianta-me muito dizer que não sou racista se quando vejo um preto me apetece apertar-lhe os colarinhos. É a cantar que ela o tem de demonstrar, como será consigo na sua profissão e no tratamento diário aos outros seres humanos e como será comigo whatever it is i do for a living. Dizer que se gosta de alguém por ser um defensor dos Direitos Humanos é como dizer que se gosta do primeiro-ministro porque este gosta genericamente de livros.
Jorge C., confesso que me baralhou. Em que parte dos posts leu que eu gosto ou deixo de gostar da Aldina Duarte? E já que leu isso, porque é que não leu que eu (alegadamente) gostaria dela por ela ser fadista? Porque é que se limitou a presumir que eu estava a afirmar que gostava da fadista por ela ser isto ou aquilo (neste caso, feminista ou defensora dos Direitos Humanos)? E já agora, porquê tanta celeuma à volta disso? Posso gostar de alguém que não conheço por variadíssimos motivos - entre os quais se contam os valores que defende e a forma como os defende. Posso gostar de uma figura pública pela forma como escreve e detestar a forma como fala... por exemplo. Posso achar insuportável o desempenho de uma figura pública enquanto detentor(a) de um cargo político e, no entanto, adorar os seus livros. Não me parece que as pessoas sejam de todo a preto e branco e as figuras públicas - como todos nós - também não o são. Dou-lhe um exemplo: gosto do António Marinho enquanto jornalista. Desiludiu-me profundamente a visita que ele fez, enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados, ao Mário Machado e as suas declarações após esta visita. Não passo a detestar ou sequer a não gostar de todo do Marinho por isso, apesar discordar totalmente com as declarações que ele proferiu após a visita. Na mesma linha posso dizer-lhe que adoro o trabalho do Ribeiro Telles enquanto arquitecto paisagista, mas não acho admirável que ele seja monárquico. Não deixo de o achar fascinante e maravilhoso por isso. E já agora, permita-me discordar de si quando afirma que "nada que a Aldina Duarte possa ser fascina mais do que aquilo que ela faz de facto - cantar e escrever". Não conheço a pessoa em questão. Não acho a sua música fascinante, até porque não sou grande apreciadora de fado. Ela poderá ser uma fascinante cantora - nem tão pouco me manifesto quanto a essa questão - mas parece-me que o que o fascina a si nela (neste caso - o canto e a escrita) poderá não ser o que desperta o fascínio (a palavra é sua) noutra pessoa. Já agora, quando escrevi o primeiro post escrevi-o a pensar nisto: quando a ouvi falar acerca da IVG, do que sentiu ao ouvir a(s) discussão(es) na AR, bem como as afirmações que proferiu a propósito de metade da humanidade, pensei: "esta pessoa é feminista" - será que ela tem problemas em afirmar-se enquanto tal? (este é um tema recorrente, o facto de algumas pessoas reconhecerem desigualdades, exigirem a igualdade, e recusarem o rótulo 'feminista'). E foi a pensar nisso que escrevi o post. It's only a statement. É a minha opinião. E a minha opinião é que a fadista Aldina Duarte é feminista. Não está lá escrito: gosto da fadista Aldina Duarte porque é feminista.
Eu não me fiz entender. Vou tentar. O que eu disse foi que fazer notar "a defesa de Direitos Humanos" como característica de uma pessoa como Aldina Duarte é como dizer que ela gosta de respirar. Não é notável.
4 comentários:
Ahahahahah!
Há pouco não tive tempo. Vamos lá então.
Minha cara, seja o que for, nada que a Aldina Duarte possa ser fascina mais do que aquilo que ela faz de facto - cantar e escrever.
Ser uma defensora dos Direitos Humanos, na rádio, não faz dela mais que eu ou que vocelência. São as acções que fazem os homens e não o blablabla. Adianta-me muito dizer que não sou racista se quando vejo um preto me apetece apertar-lhe os colarinhos.
É a cantar que ela o tem de demonstrar, como será consigo na sua profissão e no tratamento diário aos outros seres humanos e como será comigo whatever it is i do for a living.
Dizer que se gosta de alguém por ser um defensor dos Direitos Humanos é como dizer que se gosta do primeiro-ministro porque este gosta genericamente de livros.
Jorge C., confesso que me baralhou. Em que parte dos posts leu que eu gosto ou deixo de gostar da Aldina Duarte? E já que leu isso, porque é que não leu que eu (alegadamente) gostaria dela por ela ser fadista? Porque é que se limitou a presumir que eu estava a afirmar que gostava da fadista por ela ser isto ou aquilo (neste caso, feminista ou defensora dos Direitos Humanos)? E já agora, porquê tanta celeuma à volta disso? Posso gostar de alguém que não conheço por variadíssimos motivos - entre os quais se contam os valores que defende e a forma como os defende. Posso gostar de uma figura pública pela forma como escreve e detestar a forma como fala... por exemplo. Posso achar insuportável o desempenho de uma figura pública enquanto detentor(a) de um cargo político e, no entanto, adorar os seus livros. Não me parece que as pessoas sejam de todo a preto e branco e as figuras públicas - como todos nós - também não o são. Dou-lhe um exemplo: gosto do António Marinho enquanto jornalista. Desiludiu-me profundamente a visita que ele fez, enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados, ao Mário Machado e as suas declarações após esta visita. Não passo a detestar ou sequer a não gostar de todo do Marinho por isso, apesar discordar totalmente com as declarações que ele proferiu após a visita. Na mesma linha posso dizer-lhe que adoro o trabalho do Ribeiro Telles enquanto arquitecto paisagista, mas não acho admirável que ele seja monárquico. Não deixo de o achar fascinante e maravilhoso por isso. E já agora, permita-me discordar de si quando afirma que "nada que a Aldina Duarte possa ser fascina mais do que aquilo que ela faz de facto - cantar e escrever". Não conheço a pessoa em questão. Não acho a sua música fascinante, até porque não sou grande apreciadora de fado. Ela poderá ser uma fascinante cantora - nem tão pouco me manifesto quanto a essa questão - mas parece-me que o que o fascina a si nela (neste caso - o canto e a escrita) poderá não ser o que desperta o fascínio (a palavra é sua) noutra pessoa.
Já agora, quando escrevi o primeiro post escrevi-o a pensar nisto: quando a ouvi falar acerca da IVG, do que sentiu ao ouvir a(s) discussão(es) na AR, bem como as afirmações que proferiu a propósito de metade da humanidade, pensei: "esta pessoa é feminista" - será que ela tem problemas em afirmar-se enquanto tal? (este é um tema recorrente, o facto de algumas pessoas reconhecerem desigualdades, exigirem a igualdade, e recusarem o rótulo 'feminista'). E foi a pensar nisso que escrevi o post. It's only a statement. É a minha opinião. E a minha opinião é que a fadista Aldina Duarte é feminista. Não está lá escrito: gosto da fadista Aldina Duarte porque é feminista.
Eu não me fiz entender. Vou tentar.
O que eu disse foi que fazer notar "a defesa de Direitos Humanos" como característica de uma pessoa como Aldina Duarte é como dizer que ela gosta de respirar. Não é notável.
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