Às vezes acontece-nos estarmos tão concentrados no nosso espaço, que ele se torna demasiado pequeno para nós. E acabamos por não dar espaço a mais ninguém. E o “nós” torna-se vazio, porque é simplesmente “eu”. Acontece que o espaço que ocupamos não é apenas nosso, é de todos aqueles que connosco privam e devemos dar-lhe o devido espaço, a devida importância e a devida atenção, sem esquecer de dar tudo isso também a nós próprios.
Por vezes encontro-me demasiado concentrada em mim mesma, de um egoísmo que me chega a repugnar (quando me desligo de mim e reflicto sobre isto). Tento então fazer um balanço do meu espaço e só lá estou eu, eu em pedaços, porque sem os outros sinto-me incompleta, “completamente incompleta”. E às vezes é difícil recuperar os outros, porque eles já encontraram o seu próprio espaço e aí sentimo-nos verdadeiramente sozinhos. Há que reaprender tudo de novo.
Eu quero que o meu espaço cresça comigo. E dentro desse espaço que os outros cresçam comigo, os que eu amo e os que eu amo menos, mas que também são importantes, porque fazem lá todo o sentido. É essa aprendizagem que espero realizar este ano.
A primeira coisa que perguntei hoje foi: «O que queres que eu mude em mim, que verdadeiramente te incomoda?». E ele respondeu-me: «Quero que sejas menos egoísta».
4 comentários:
Minha linda: e também te respondeu à mesma pergunta?
Ainda bem que nos escreves. Mais vezes, Eurídice, mais vezes.
Acontece-nos. Fechamo-nos nos nossos caminhos e muitas vezes perdemos os outros de vista. Mas noutros cruzamentos voltamos a encontrá-los ou encontramos outros diversos. Espero que leves a bom porto a tua resolução. Cá estamos para crescer com o teu espaço. E já agora reforço as palavras da gaja que já foi pássara: "mais vezes, Euridice, mais vezes"...
Eu espero ver-te mais vezes neste espaço que também é teu.
Abraço.
Eurídice: estou certa de que irás conseguir :) Um abraço apertado para ti.
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