interessante. a minha mãe não tem o sobrenome do meu pai (seu esposo). ela optou por não ter. tudo uma questão de vontades. Não critico quem opte por ter, como tb não acho mal o contrário. para mim é anódino esse assunto.
Ando há algum tempo a tentar perceber as origens dessa tal "tradição". Uma vez que me apercebi que, em determinados meios, e há meia centena de anos, as mulheres não adoptavam os nomes dos conjuges. Ainda não tive oportunidade de averiguar quais as razões e desde quando a tendência se inverteu, ou se os casos que conheço seriam "excepções" à regra - como o da mãe de Nefertiti. Creio que, passar a assinar com outro apelido quando até ali se tinha um outro (por sinal, determinado também por outro elemento do sexo masculino - o progenitor masculino) só não é estranho por força da interiorização de uma normal social. Ora, basta colocar a questão de forma inversa: se for o homem a adoptar o apelido da noiva (e esta não o fizer) por certo que se ouviriam vozes de espanto. A assimilação da nova família exprime-se entre outras coisas, na adopção simbólica de uma nova identidade social, deixando a noiva de ser a srª x para ser a srª y. A adopção do apelido do conjuge feminino passa, por vezes, pela eliminação desse mesmo apelido após a ruptura conjugal. Tão interessante quanto esta questão é o facto de as crianças portuguesas ficarem com o apelido do pai em último lugar - perpetuando o nome da família masculina. Aqui ao lado, as crianças dos nuestros hermanos, pelo que sei, usam o apelido da mãe em último lugar.
perguntei à minha mãe qual tinha sido a reacção do meu pai e ela revelou: " ele resmungou, pois estava-lhe a dar problemas a nível da documentação no *estrangeiro... (Mrs ???). Mas no meu tempo isso nem se usava e além do mais eu não queria o meu nome alterado."
3 comentários:
interessante. a minha mãe não tem o sobrenome do meu pai (seu esposo). ela optou por não ter. tudo uma questão de vontades. Não critico quem opte por ter, como tb não acho mal o contrário. para mim é anódino esse assunto.
Ando há algum tempo a tentar perceber as origens dessa tal "tradição". Uma vez que me apercebi que, em determinados meios, e há meia centena de anos, as mulheres não adoptavam os nomes dos conjuges. Ainda não tive oportunidade de averiguar quais as razões e desde quando a tendência se inverteu, ou se os casos que conheço seriam "excepções" à regra - como o da mãe de Nefertiti. Creio que, passar a assinar com outro apelido quando até ali se tinha um outro (por sinal, determinado também por outro elemento do sexo masculino - o progenitor masculino) só não é estranho por força da interiorização de uma normal social. Ora, basta colocar a questão de forma inversa: se for o homem a adoptar o apelido da noiva (e esta não o fizer) por certo que se ouviriam vozes de espanto. A assimilação da nova família exprime-se entre outras coisas, na adopção simbólica de uma nova identidade social, deixando a noiva de ser a srª x para ser a srª y. A adopção do apelido do conjuge feminino passa, por vezes, pela eliminação desse mesmo apelido após a ruptura conjugal. Tão interessante quanto esta questão é o facto de as crianças portuguesas ficarem com o apelido do pai em último lugar - perpetuando o nome da família masculina. Aqui ao lado, as crianças dos nuestros hermanos, pelo que sei, usam o apelido da mãe em último lugar.
perguntei à minha mãe qual tinha sido a reacção do meu pai e ela revelou: " ele resmungou, pois estava-lhe a dar problemas a nível da documentação no *estrangeiro... (Mrs ???). Mas no meu tempo isso nem se usava e além do mais eu não queria o meu nome alterado."
* o meu pai foi emigrante.
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