terça-feira, 21 de agosto de 2007

The Day I fall in Love with Daniel Day-Lewis


Recordo que não sabia se chorava de raiva ou de compaixão quando Gerry Colon sai do tribunal pela porta da frente, afirmando: "I'm a free man. I will leave through the front door".
As reclamações da inocência do pai, a título póstumo, conjuntamente com as informações relativamente às vidas de cada um dos "four of Guilford" tiveram em mim o efeito de me deixar em estado de lágrima feita. Também eu queria justiça. Nessa altura lembrei-me, orgulhosamente, que tinha 14 anos quando tomei contacto com a Amnistia Internacional. Que desenhei um mapa mundo com cores diferentes para os países que tinham permitiam a pena de morte e como tentei explicar à minha professora de geografia (para quem era o mapa) que era uma tarefa difícil fazer um mapa mundo que distinguisse os países que permitiam a tortura, já que, supostamente, nenhum Estado nação assume legalmente que permite o uso de "torturas ou tratamento degradante" para obter confissões.
In the name of the father fez-me reviver a fé. A fé que atinge crentes (de diferentes credos) que a Justiça tarda, mas não falha. Claro que tarda, e, sem sombra de dúvida alguma....falha - os números de pessoas (dadas como inocentes) mortas legalmente pelos Estados que incluem a pena de morte como sistema punitivo do seu sistema jurídico estão aí para o provar. A justiça falha na protecção das vítimas e falha na punição dos culpados.

Talvez por ser verdadeiramente descrente no sistema jurídico. Talvez por ser da geração X-files, e ver conspirações por toda a parte, invejei Gerard Colon. Cobicei-lhe a revolta transformada em energia para se libertar e sobreviver num ambiente que lhe era hostil. Invejei a sua juventude após 15 anos de cárcere. E isto tudo, não sei se Gerard Colon tinha. Mas se não tinha, Daniel Day Lewis deu-lhe.

3 comentários:

Woman Once a Bird disse...

A justiça não será cega, mas certamente encegueira-nos.
Vi o filme uma única vez, no cinema. Nunca o quis rever, pelo impacto forte que teve aquando do primeiro visionamento. Há filmes assim; marcantes e marcados.

Anónimo disse...

não conheço o filme... mas gostei do texto.

Maria Viene disse...

Subscrevo Nefertiti,

...a minha primeira comentadora ;)