domingo, 8 de julho de 2007

O ritmo da asfixia

Sob o título de "PS contra Ps", a Visão desta semana apresenta um artigo sobre o "desconforto" que alguns membros do Partido Socialista têm vindo a manifestar perante os tiques de intolerância que a máquina governamental tem vomitado nos últimos tempos. Obviamente, um desconforto; porque incómodo sério só para os despedidos, dispensados ou processados com esta brincadeira de julgar que estão num regime democrático. A Imprensa Portuguesa começa a acordar para estas questões; mas não esquecemos as posições tomadas, ainda há um ano, em relação à maior parte das medidas que já indiciavam o (des)norte dos titulares das várias pastas. O tabuleiro muda radicalmente quando as movimentações começam a chegar-se também aos meandros dos média. Durante algum tempo assistiram de camarote, com aplausos de incentivo; agora colocam-se em bicos de pés, porque começou a tocar-lhes também a eles. Desapareceram os editoriais de elogios rasgados à acção governamental. Pois. Estes comportamentos revelam muito do que somos; só nos movimentamos, só nos indignamos ou rebelamos quando nos sentimos directamente lesados. O que é lamentável, como é óbvio, já que indicia absoluta insensibilidade para com o problema (enquanto é só) dos outros. Não será por acaso que o artigo que referi ao início termina da seguinte forma: "Arons de Carvalho, um dos desagradados com o caso de Vieira do Minho, prefere realçar, no entanto, a coesão da bancada socialista, apesar das divergências. «Temos liberdade interna e nada nos impede de questionar posições concretas. Mas no grupo parlamentar continua a haver grande entusiasmo com as políticas do governo.»" Não me parece saudável este tipo de linha de pensamento. Que se considere que enquanto os seus direitos estiverem salvaguardados, estamos bem. Não é aceitável que se desvalorize os comportamentos verificados só porque alguns, internamente, ainda não sentiram a corda a apertar no seu pescoço.

5 comentários:

rps disse...

Completamente de acordo, Miss WOAB.

Anónimo disse...

idem

Sancho Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sancho Gomes disse...

Mas é uma linha de pensamento bastante ao agrado dos carreiristas políticos. E no PS não falta desta escumalha!

Woman Once a Bird disse...

Não é só no PS que temos escumalha deste género, Sancho. O problema é que multiplicam-se como os pães nos vários partidos(só que não alimentam cinco mil, como é óbvio).