Em muitos momentos, deparei-me com pessoas pura e simplesmente fenomenais e Z foi uma delas. Deixou muitas saudades.
Z era “Aquela cativa / que me tem [nos tinha] cativo[s]”, era também uma óptima contadora de histórias… Era uma amiga.
Num dos passeios à beira mar, encontrámos um casal conhecido da Z, que vinha com o seu filho e, pelo que me apercebi, único. Comentei com a minha amiga que tinha gostado muito da atitude do menino que, enquanto esperava pelos pais que conversavam com Z., apanhava alguns plásticos e beatas que avistava para depois deitar no lixo. A criança deveria ter os seus oito anos, no entanto, em nenhum momento mostrou impaciência. Muito civilizadamente esperou… E eu, sinceramente, fiquei muito impressionada.
Z. então disse-me que aquela criança era realmente excepcional, mas obtinha resultados negativos na escola, para grande desgosto dos pais, e, numa conversa que assistiu, pode verificar de facto o quão eles sofriam com a situação. A conversa tinha-se passado mais ou menos assim:
- Então P. como vais na escola? – pergunta um pai
- … - responde o P e os respectivos pais.
- A M. também vai bem. - esclarece o pai
- Pai, eu sou a melhor da turma! - reforça a filha
- A J. também teve excelentes notas. - informa outro pai.
- Eu sou a melhor a Matemática! - enfatiza a filha.
- E tu P? – insiste alguém.
- … Eu sou o melhor dos piores. - responde e conclui o P.
P. é um génio, concluo eu.
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8 comentários:
Um vaZio imenso.
Um primo meu, filho de um primo, disse o mesmo em casa, andava na quarta classe: dos piores, sou o melhor.
De certeza que, com este saber e experiência, ele vai poder aproveitar a campanha das Novas Oportunidades. Ou então ser Engenheiro (esta é um bocado óbvia, eu sei...).
...o mais importante é que ele se torne uma pessoa integra, positiva e verdadeira e, acima de tudo, muito feliz!
Muitos dos nossos gestores e patrões não foram alunos brilhantes, muitos chegaram ao topo pelo trabalho e outros...chamemos-lhe sorte. ;)
O sucesso na escola nem sempre quer dizer alguma coisa.. acho que há por aqui muita ingeligência emocional e grande maturidade intelectual. Talvez um desajuste em relação ao pouco estímulo que a escola oferece..
Aposto que o P é bem mais inteligente do que a M e a J.
Tem toda a razão, Funes. É bem mais interessante, pelo menos.
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