domingo, 29 de abril de 2007

Como se eu fosse muito…

Não sou loira…por enquanto, pois já pensei ser e ainda não está fora de questão! Já tenho a tinta e tudo que é necessário! Mesmo assim, quando eu for loira, irei interrogar à mesma por que há tanta polémica em se fazer um museu dedicado ao Estado Novo. Tivemos uma ditadura, certo? Faz parte da História de Portugal e vem nos compêndios de História. Prezo muita a Democracia, não porque vivi a ditadura, mas porque ouço e vejo relatos e testemunhos que sobrevivem sob forma de esclarecimento. Decididamente, gosto de viver em Democracia! A História existe para esclarecer e alargar horizontes. Acho ridículo escolherem um leque de personalidade que surgiram e sobressaíram num determinado contexto social, económico e político e, depois, levá-los a concurso! E, para cúmulo dos cúmulos, irem a votos. Isto é uma História mal contada! Falou-se num possível Museu na casa de Salazar, por que não?! É um passado recente que deveria ser aceite e falado da mesma forma como se fala, por exemplo, da época dos Descobrimentos que, para quem anda esquecido, também se cometeram barbaridades desde a escravatura, inquisição, pena de morte, etc… etc… É importante exorcizar os medos, os ressentimentos e as angústias através do conhecimento, para podermos construir uma sociedade mais justa e equilibrada. A História serve para racionalizar factos e não para enaltecer ou para propagandear personalidades ou acontecimentos isolados. Já agora, de quem gostamos mais? Do pai ou da mãe? Depende… não sei! Tenho que pensar… I will be back… blonde!

18 comentários:

Woman Once a Bird disse...

Ficarias um espectáculo! Vá lá, pelo menos uma vez, para poder documentar por pelingrafia... ;)

Anónimo disse...

olha, de repente fiquei mt triste. depois digo-te porquê. bjinhos e uma boa semana.

Anónimo disse...

Um Museu para Oliveira salazar só se for para documentar que o lema era:

1.Deus, Pátria e Família

2.E os meninos [não digo meninos e meninas por óbvias razões salazaristas] que aprendiam (apenas até à 3ª classe), faziam-no pela mesma cartilha.

E tudo o resto que facilmente se descorre dos pontos anteriores.

A propósito,onde é o Museu de Salgueiro Maia, Aristides de Sousa Mendes e outros tantos??

Anónimo disse...

Quanto à questão se gostamos mais da mãe ou do pai, talvez possamos perguntar ao lesma-irritante do Eduardo Sá.

Mr. Lekker disse...

O problema que levanta o Museu Salazar é, está bom de ver, é exactamente o facto de não se tratar de um Museu sobre a história recente de Portugal mas, pelo contrário, um saudosismo bacoco de uma nova espécie de D. Sebastião. É verdade que este é bem mais cinzento e bem menos "alegre" do que o original, a quem eu só imagino a regressar numa noite de nevoeiro com a sua armadura de lantejoulas, as suas plumas ao vento e a enntoar, entredentes, uma qualquer cançoneta da Gloria Gaynor. Mas voltando ao trilho, parece-me indiscutível a importância de um museu do Holocausto e o claro inconveniente de um museu sobre Hitler. Já sei, já sei, Salazar não foi Hitler, e até fez coisas boazinhas (não é que consiga propriamente lkembrar-me de alguma...). Mas também que estavam à espera, quando se é pequenino os ditadores também são à altura!
No que diz respeito à liberdade de expressão e à democracia penso que é preciso ser um bocadinho mais rigoroso na acepção dos termos. Como costumo dizer aos putos, quando me questionam porque razão lhes descontei na questão já que é a "sua opinião" (pobres almas, ainda têm ilusões...), ter uma opinião é importante mas de nada vale sem algo mais. Acho que é fundamental o contraditório, bem como o questionamento da pertinência de um tal empreendimento. E sim, isso é possível porque vivemos em democracia.

Anónimo disse...

Eu não falo de casas de cultos, eu refiro-me a um museu. Um museu que retrate o estado novo. Seria interessante.
A propósito, mr.lekker, eu, em tempos, fui ver uma exposição sobre instrumentos de tortura utilizados pela Igreja no tempo da inquisição, e nem por isso fiquei fã dos métodos, muito pelo contrário, até levou-me a pensar que a humanidade evoluiu.
É fundamendal que se fale e se observe com um espírito crítico. O Estado Novo não foi só o Salazar!

O saudosismo balofo ou bacoco de que falas, pode ser devido ao pudor que ainda se tem em falar de certas coisas...

Por que se consentiu tantos anos um regime ditatorial; por que ainda ouvimos algumas pessoas dizerem "naquele tempo é que era bom" e,entanto, foram as que viveram mais limitadas e, consequentemente, alienadas; por que existiu músicas de intervenção? e quem as cantava; a propaganda, a estrutura patriarcal na nossa sociedade... eu sei lá, tanta coisa que se deveria falar e questionar.Uma parte da nossa história... ainda tão controversa.

Mr. Lekker, faça o favor de escrever! ; ))

Anónimo disse...

errata: casas de culto (sorry)

Anónimo disse...

Rosa, esse Eduardo Sá irrita profundamente! Bjs

Mr. Lekker disse...

Cara Nefertiti

A História é, e será sempre, um campo propício para a discussão, interpretação e, igualmente, doutrinação. Já o Grande Irmão orwelliano reconhecia a importância da identificação histórica, fazendo e refazendo a história a seu bel-prazer. Fala-me da exposição sobre instrumentos da Inquisição. Se reparar, ninguém daquela época está agora vivo (principalmente os torturados) e no seio da santa madre Igreja a sua conduta foi já pensada, repensada e deglutida como inaceitável. No que diz respeito a Salazar, e não ao Estado Novo (afinal, aquilo que está em causa em Santa Comba Dão), temos a edificação de um memorial e um tributo. Sim, porque não se pretende que aquilo seja um local que propicie a reflexão e o conhecimento de um período recente e marcante da nossa história. Na senda dos reality shows que pululam a nossa praça, vamos ver o pincel da barba, a caneta e coisas quejandas. Dar-nos-á isso um olhar mais profundo sobre esse período. Permitir-nos-á conhecer e reconhecer as inúmeras facetas do salazarismo, as suas zonas cinzentas, as suas motivações, os seus sucessos e insucessos, o facto de ter existido e resistido por tanto tempo? Não fizemos ainda o luto de Salazar porque, na verdade, nunca o afastamos. Caiu sozinho da cadeira e não fomos nós que o derrubamos. Teve azar, o pobre. Fosse hoje e estaria num qualquer cargo internacional, quiçá responsável pelo apoio às vítimas da ditadura...

Já agora uma piadinha: porque não tirava nunca Salazar as mão dos bolsos? Para manter a dita...dura!!!

Woman Once a Bird disse...

Ena, ena, o que por aqui vai...

Anónimo disse...

e já agora, antes que me esqueça, por que é que Napoleão Bonaparte usava a mão ao peito?

mas é óbvio que a História propícia a discussão, e quando isso acontece é bom sinal.
Eu continuo a salientar que a ideia de um museu agrada-me e não uma casa de culto à pessoa de Salazar.
Engana-se porque se perguntar a muito jovens quem foi Salazar, eles responder-lhe-ão que foi o último rei de Portugal. Houve luto e se não houve... ainda vamos a tempo de o fazer. Salazar já era!

Anónimo disse...

desculpa, mas eu comi palavras, escrevi à pressa, tive um dia de gajo! Que seca, passar a tarde no mecânico a ouvir as explicações sobre motores, avarias e pior de tudo, orçamentos...

Woman Once a Bird disse...

Não me parece que um Museu à figura de Salazar venha acrescentar ou enriquecer a nossa história. Inclino-me a concordar com Mr. Lekker (cruzes, credo); mais não seria que uma casa de culto, moradia dos saudosistas que, em muitos casos, não viveram a época mas vomitam loas à miséria de então.
Parece-me que aprenderiamos muito pouco com um espaço destes.

Anónimo disse...

e a mim não me parece que eu falei em museu à figura de Salazar... mas pronto, insistimos nessa ideia idiota!

Woman Once a Bird disse...

Não falaste em Museu a Salazar, mas um Museu na casa em que viveu Salazar alusivo ao Estado Novo recai sobre o culto da personalidade, ou não?

Woman Once a Bird disse...

Não me leias mal. Entendo a que te referes. Mas nos moldes em que surge no nosso horizonte - o sítio que se propõe, os cartazes em prol... não seria mais do que uma casa de culto.
Em outro lugar, provavelmente sim. Ali, não.

Sancho Gomes disse...

Ainda que fosse um museu de homenagem a Salazar, qual é o problema? Recebemos, de braços abertos, representantes de ditaduras bem mais violentas, como a Coreia; alguns dirigentes do PCP e do BE (vindos da UDP) ainda se definem como estalinistas; tínhamos uma associação de amizade Portugal-URSS, mas quanto a isso estava tudo bem. Agora admitir que alguém possa considerar existirem razões para homenagear o ditadorzeco português é que não!
O que me faz amar a democracia é a possibilidade de se poder emitir, em liberdade, a nossa opinião. Ainda que seja para contestar essa mesma liberdade.
Resumindo, querem fazer um museu a Salazar: façam favor! E qualquer democrata deveria se bater para que os saudosistas pudessem homenagear o parolo de Santa Comba Dão.

Anónimo disse...

O "general" Carlos Fabião foi Adjunto de Comandante de Castelo no
Liceu Nacional de Gil Vicente nos meados dos anos 40. Depois a sua biograia aponta, aos 20 anos, para o seu ingresso na Escola do Exército. Eu fui um (in)subordinado do dito Fabião: ao arrepio da minha vontade, e digo, como o Saramago, jamais vesti a farda da Mocidade Portuguesa.
Nessa altura, Tovar de Lemos, que também nos dava Instrução Pré-Militar era o titular Comandante de Castelo da Mocidade Portuguesa.
Para que fique à análise das pessoas.