quarta-feira, 21 de março de 2007

UMA PRIMA(de)VERA(s) COMPLICADA

No início da estação Primavera, dou sempre por mim a rever o género das palavras relacionadas com plantas. Ora bem, castanheiro, masculino; tulipa, feminino; pessegueiro, masculino… Este hábito ficou desde o dia em que nós, eu e a minha querida amiga Woman, tentámos convencer certos actores a fazer de certas plantas. Foi um verdadeiro quebra-cabeças! Do pior! A “vegetação” ficou deveras agitada com a notícia de uma peça teatral sobre a Primavera. Em mim e na Woman deu-se a chamada fotossíntese, ambas ficámos naturalmente verdes com aqueles amadores de teatros. Uma “encomenda teatral sobre a estação da Primavera” de última hora, para criancinhas pequeninas, provocou um grande alvoroço nos elementos, quase todos rapazes, do grupo de teatro “A Despertar” que, logo de imediato, nos avisaram: “ Eu cá não faço de flor ou de planta, eu quero fazer de caçador ou de incendiário”. Bonito! Liiiiiiiiiiindo! Uma Primavera sem flores ou sem plantas e com muita violência à mistura. Com alguma, quase nenhuma, tolerância às causas e princípios dos adolescentes, lá tentámos fazer ver o outro lado das coisas, neste caso das plantas. Com alguma serenidade, começámos por dizer: “Se falarmos, por exemplo, no castanheiro, no pinheiro, no pessegueiro... pensam logo no género masculino, verdade?” e alguém retorquia: “Mas pertencem às plantas, e as plantas são mulheres, género feminino!” O debate continuou aceso durante bastante tempo. Eu, a determinada altura, retirei-me enraivecida, sem paciência, e fui resolver outra situação. Deparei-me, então, com alguém que fazia de coelho e não sabia onde pôr o seu adereço cenoura que, em alguns momentos, pensei arrancar-lhe das “patas” e comer. Era uma cenoura verdadeira. Mas tudo acabou bem, os meninos lá ficaram convencidos (ainda não sei como… O mérito foi da Woman! Ela resolveu aquela questão de géneros), e aquela Primavera teve muitos pinheiros (atenção ao género!).

7 comentários:

Woman Once a Bird disse...

E também teve direito a apagão. Até porque a logística estava a cargo de uma jovem muito competente que infelizmente, por ser uma excelente profissional, tem sido profundamente incompreendida... ;)

Nefertiti disse...

profundamente... não sei quê, mas profundamente, sem dúvida! ; ))

Anónimo disse...

Despertar um caçador para a Primavera será, provavelmente, uma linda tarefa. Incendiário, não. São uns inconscientes que queimam as florestas…prisão! Primavera sem florestas deve ser triste.
Que tarefa árdua para as primaveras-futuras desses actores, ainda que, o despertar desses caçadores, agora pequeninos, valha a pena.
Cá para mim, esses pequenos estavam bastante baralhados, pois que, a natureza dos meninos todos é a de serem flores…depois, fazem-se grandes e nesse fazer-se esquecem a sua natureza própria. Ficam castanheiros (ou caçadores que apanham coelhos que comem vegetais) e pêssegos como aqueles que acabei de comprar no Pingo Doce: bonitos por fora e podres por dentro.
O pinheiro é viril, altivo e abana com o vento. Tem picos é verde e dá pinhas. As pinhas acendem as lareiras e as lareiras aquecem os meninos e as meninas. Quando não é Primavera, claro.
De coelhos não gosto. Tem pelo. Cenouras adoro. Cruas. Á dentada ou fininha em saladas (temperada com azeite, vinagre e sal).
Ainda bem que os meninos acabaram por compreender a sexualidade, ora feminina, ora masculina, das plantas…pólen, abelhas, mel… já estou a divagar… género, flexão do nome, testes para corrigir.
Bjs

Edelweiss disse...

Não me consigo lembrar de tortura maior para um miúdo do que obrigá-lo a fazer de flor! Só mesmo obrigá-lo a fazer de cisne...
Se os conseguiram convencer a fazer de flores, conseguem persuadir qualquer pessoa a fazer qualquer coisa, parabéns!

Anónimo disse...

Bela história nefertiti ;)

WOAB quero que depois me contes como os conveceste!

Woman Once a Bird disse...

Tem piada que, na minha memória, quem os convenceu foi a Nefertiti...

Anónimo disse...

minha cara rosa, os caçadores e os incendiários eram severamente castigadas no final da história.