(aqui ficam as flores da minha preferência, as hortênsias)
Estamos na época em que o calor aperta e eu, sinceramente, não gosto nada, pois prefiro épocas de climas mais temperados, menos excessivos. Também fico, no Verão, desolada e doente com as barbaridades excessivas que se cometem contra a natureza. O elemento fogo é em excesso! Que Inferno!
A vida dá-nos um grande leque de condimentos / temperos, mas não nos dá a receita com as doses certas... e, por vezes, só depois de várias tentativas e experiências é que conseguimos apurar as doses certas aos nossos sentidos. Nada fácil dosear os temperos, falo por experiência. Basta ter um tempero a mais ou a menos e... tudo estragado! E não me venham cá com números que não vale a pena! A forma de fazer uma receita varia de pessoa para pessoa, quer a nível da quantidade quer a nível da qualidade. Por exemplo, mesmo tendo a melhor das intenções, Eva nunca deveria ter "receitado" uma maçã ( talvez seria melhor se fossem duas, três... ou nenhuma, não sei...) a Adão, pois ele é que deveria ter, por iniciativa própria, experimentado. Mas o certo é que um naco de maçã, que não estava ao sabor dos sentidos de Adão, ficou excessivamente entalado na garganta e originou uma catrafilada de problemas e um estigma de má-da-fita à pobre Eva. Que tremendo mal entendido!! Mas também ninguém adivinhava tais efeitos..., e que alguns sabores são tão nocivos.
O Homem deveria saber/aprender temperar a sua vida, conseguir encontrar a sua medida certa e acabar com esses excessos tão prejudiciais à sua saúde e à dos outros. In Íntimas Suculências (tratado filosófico de cozinha) a autora, Laura Esquivel, idealiza o Novo Homem como aquele "que consegue reintegrar na sua vida o passado, os sabores perdidos, as músicas já esquecidas, os rostos dos avós, os gestos dos mortos. É o homem que não esquece que o mais importante não é o produto, mas sim o homem que produz. Que o bem-estar do homem – de todos os homens – deve ser o objectivo principal do desenvolvimento do homem."
A guerra é a totalidade de excessos e dela chega-nos relatos de sabores amargos, azedos e sem os sabores da vida...
Que tenho feito? Saboreado, porque também acredito que " sem sabor, a vida não vale a pena ser vivida, e que sem o sabor da vida, a literatura não existe"(l. Esquivel)!
5 comentários:
Gostei muito de ler este teu regresso.
Retive o " saborear a vida em que acreditas"; mesmo quando, aquilo que é, parece, simultaneamente, altamente improvável? Sabor doseado, ou aceitação da natureza incerta do sabor?( ainda teremos oportunidade para discutir isto. fiquei sem perceber na altura.)
Sempre foste muito equilibrada no tempero... ;)
???
E que mais? Adoças o apetite e nada revelas?
Que melodias, que sabores e olfactos experimentaste?
tic, tac, tic, tac, tic...
:-)
olá Frederico!:))
Tens razão razão... pouco explicita.
estou de férias na minha aldeia... portanto, revejo amigos e familiares, leio alguns livros que por aqui deixei, tenho comido e bebido mt bem (cá em casa as refeições são rituais sagrados), vejo televisão para acompanhar a actualidade, passeio (inclusive até Trancoso), aprecio a natureza,"vegeto" também um pouco,trabalho no jardim e em casa, trato dos meus bichos, ouço as minhas músicas, faço um puzzle de 1500 peças (em que me meti!) etc... enfim, saboreio as férias que estão quase terminar. Nem ouço o tic tac tic tac : )), nestas alturas nada de relógios e, se possível, nem telemóveis.
Ambiente perfeito, não fosse a TV!
Um beijo
Enviar um comentário