domingo, 9 de julho de 2006






"Morrias de desespero e êxtase se eu te olhasse como certas coisas me olham..."
Artur do Cruzeiro Seixas



Estar lá fora e pela janela perceber a ilha como algo longínquo, perder-se em mar e em traços; oscilar vertiginosamente entre o abismo e o voo da mão do pintor.
Em êxtase, por ter olhado para certas coisas lançadas por entre paredes nuas.
Em desespero por tê-las ali, ao alcance de um braço, por ter de controlar a vontade de lhes tocar e sentir a textura, por não conseguir roubar-lhes um bocadinho do impulso criativo.

2 comentários:

Woman Once a Bird disse...

Tens toda a razão. Estive lá no sábado. Na verdade ainda lá estou. Tenho que lá voltar em absoluto. Acreditas que passei lá duas horas e meia sem me aperceber? Só saímos porque já eram 21.30 e éramos as últimas. Apressamos o passo e o olhar.
Amei o trabalho de Fernando Lemos, que desconhecia de todo. Amei a conferência com o senhor, mestre não só da objectiva, como também da palavra.
E Magritte, ali tão perto...

Woman Once a Bird disse...

Man Ray, Man Ray...
Só fiquei decepcionada porque não tinha uma fotografia (pelo menos uma) de Man Ray.
E finalmente assisti ao Un Chien Andalou do Bunuel... que curiosamente escolheu O Prelúdio de Tristão e Isolda como banda sonora.
Ainda lá estou, ainda lá estou...