Indo eu ...
Indo eu, a caminho de Viseu, encontrei as pessoas do costume, ou seja, passageiros, hospedeiras (os), comissários de bordo, etc... e, com alguma pena minha, não encontrei o meu amor.
Desbravando ares, mares e terras em busca daqueles abraços por terras de Viriato, fui, em silêncio, fazendo um balanço daquilo que concretizei ultimamente...
Reconheço que já estava a precisar deste interregno. O desgaste faz-me sentir alguém sem eira nem beira. Na Beira... tenho uma eira onde o sol bate logo de manhã cedinho (dizem... pois eu levanto-me sempre tarde, com muita pena minha).
Ainda a caminho de Viseu, fiz uma retrospectiva das minhas acções, também destes últimos tempos... e cheguei à conclusão que andava demasiado susceptível e... frontal(!?). Creio que até gerei algum mau tempo [num certo] canal. Lembrei-me do Retrato de Dorian Gray (de Oscar Wilde)... e o meu retrato, naquele momento, já devia ter umas quantas rugas e até verrugas! Credo! Foi sem querer! Juro!
A tonalidade que, por vezes, dou às palavras nem sempre surte o efeito desejado...
Estas reflexões, a caminho de Viseu, eram, de vez em quando, interrompidas pela hospedeira de sorriso (re)forçado que, em cuidados profissionais, perguntava se queria o jornal, o café ou chá.
Relembrei e visualizei tudo aquilo que iria encontrar umas horas depois. Comecei a rejuvenescer! Sei que aquela alegria sentida não se deveu à época do Carnaval, presentemente festejada, mas sim à ideia do reencontro com aqueles abraços, sorrisos, falas, cheiros, sons... com tudo aquilo que eu considero o elixir da minha juventude.
Ao meu lado ia alguém muito absorvido a fazer su-doku; quase que estive tentada a fazer também as minhas palavras-cruzadas, mas achei melhor continuar a preparar o meu espírito para o tratamento de beleza que se aproximava. Este tratamento tinha hora marcada e durabilidade de uma semana. O pagamento?! Impagável!
Na cidade Invicta, a primeira paragem e, só mais tarde, a terra desejada. No final da viagem, cansada? Eu?! Quem corre por gosto não se cansa!
Sr. F., escusa de perguntar qual é a fórmula que uso para permanecer jovem, já sabe! Ou então responder-lhe-ei: " São afectos , afectos, Senhor!"
(Pintura de Raquel Gralheiro)
4 comentários:
Acordas tarde com muita pena tua??? Deve ser, deve. Cheia de penas te levantas... ;)
Que a viagem te retempere os lábios para a palavra regresso. Cá nos encontramos...
Chá, café... Chá, café... chá, café...chá, café...
Consegues imaginar os sonhos de um(a) hospedeira(o)?
"Na cidade Invicta, a primeira paragem e, só mais tarde, a terra desejada".
Nenhuma pode ser mais desejada que a Invicta... :-)
Pode sim! : )
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