Em Novembro de 96, ainda eu não (re)conhecia bem Coimbra, tive o meu primeiro contacto com (o trabalho de) Witkin. No rescaldo da vigilância dos Encontros passava pelas Caldeiras e perdia-me na conversa e no folhear dos catálogos que por lá se vendiam. Foi um desses catálogos que me conduziu à exposição.
Ainda retenho a (quase) recusa do olhar no Pátio da Inquisição. A desmesura das fotografias largadas nas paredes; a especificidade daquele espaço a engalanar a singularidade daqueles trabalhos... os rostos horrorizados ou os passos rápidos dos outros visitantes, como se tivessem que despachar rapidamente aquela obrigação.
Ainda hoje não percebo o meu fascínio pelo trabalho de Witkin. Certo é que por vezes dou por mim a folhear o único catálogo que dele tenho, a assumir o título de uma das suas fotografias como identidade virtual e a buscar incessantemente um catálogo com aquela fotografia dele que mais me tocou. Ao inaugurar um dos meus últimos trabalhos de faculdade com uma reprodução da mesma, disse-me o professor que aquela fotografia era simplesmente soberba. Eu sei e não a encontro! A mulher atada (ao sonho) na Lua escapa-se ao meu olhar. Se calhar por isso ainda ando com o Witkin no canto do olho...
6 comentários:
pois é.. é de um catálogo mais antigo e chama-se "Woman masturbating on the moon". De facto, é soberba.
conheço o catálogo. Mas nunca mais o vi em nenhuma livraria. Lembras-te da moça que tinha um poster gigante da fotografia no quarto?
nop... acho que nunca cheguei a conhecer essa moça...
Bartleby, como referi, ainda não consegui discernir porque gosto (e como gosto). Mas concordo contigo. São muito mais apetecíveis as fotografias desejantes que as mutiladas...
Suponho que o facto de brincar com a questão do belo/feio me fascine...
olha eu cá não sou nada um fã dele. um amigo meu deu-mo a conhecer e desde o início nunca fui muito à bola. recentemente folheei um livro de alguma da sua obra, na fnac, e a coisa não melhorou muito, infelizmente.
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